Dúvida: Leitora pergunta o que fazer com R$ 10 mil investidos na poupança (SIphotography/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 15 de novembro de 2017 às 07h00.
Última atualização em 15 de novembro de 2017 às 07h00.
Pergunta da leitora: Trabalho com carteira assinada, mas estou cansada de trabalhar nove horas por dia e não ter perspectiva. Tenho R$ 10 mil investidos na poupança. Devo investir esse dinheiro em um negócio meu ou é melhor aplicar esse dinheiro em outro investimento?
Resposta de Cássia D'Aquino*:
Das muitas e ótimas razões para começar um negócio, estar cansada de trabalhar não me parece que seja uma delas. A falta de perspectiva tampouco é boa conselheira. Isso porque o início de qualquer empreendimento exige sacrifícios, esforços e um tempo de maturação que, em seus piores dias, nublam horizontes otimistas.
Você já deve ter ouvido que não é fácil ser um empreendedor. Normalmente, ter um negócio exige uma disposição de trabalho superior à do assalariado.
Mais ainda, empreender demanda disposição ao risco, sangue frio para enfrentar os momentos difíceis, criatividade para encontrar soluções de sobrevivência e muita, muita persistência. Exige, principalmente, uma paixão calculada pelo negócio. Não por acaso, um empreendedor nato raramente consegue se adaptar a um trabalho com carteira assinada.
Você pergunta o que deve fazer com seu dinheiro. Em primeiro lugar, considere que nem eu nem ninguém no mundo – incluindo astrólogos, tarólogos e cartomantes – pode lhe dar essa resposta. Essa é uma decisão que, com todos os riscos de acertos e erros, cabe exclusivamente a você.
Isso posto, acha que segura a onda de ser empreendedora? Se sim, mãos à obra! Por outro lado, se você tem objetivos determinados, com prazos já estabelecidos para seu dinheiro ̶ como fazer a pós daqui a três anos; comprar um carro no ano que vem; dar entrada em um imóvel em 2020 ou ter uma aposentadoria suplementar em 2040 ̶ pode ser prudente avaliar a maneira de investir seu dinheiro.
Guarde isso: para decidir onde aplicar sua grana, você deve considerar três fatores. Primeiro, o que você pretende fazer com esse dinheiro? Segundo, quanto vai precisar ter para alcançar esse objetivo? Por fim, quando vai precisar ter essa soma?
Depois de responder essas três perguntas, se informe sobre os produtos financeiros que atendem aos requisitos que você necessita. Faça essa pesquisa com calma, sem afobação, compreendendo que no mundo dos investimentos, como na vida, sempre se corre algum risco.
*Cássia D’Aquino é educadora financeira especializada em crianças e autora de livros. É criadora e coordenadora do Programa de Educação Financeira em escolas brasileiras e assessora de instituições públicas e privadas. É correspondente da Associação Internacional de Cidadania e Educação Social e Econômica (IACSEE) e representante brasileira no Programa Global de Educação Financeira, voltado para a população de baixa renda em todo o mundo.
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