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Dinheiro traz felicidade? estudo sugere que mais do que imaginamos

Estudo publicado na PNAS confirma que o dinheiro influencia na felicidade e no bem-estar, inclusive mais do que imaginamos

Dinheiro e Felicidade: o perfil dos 33.000 participantes eram de pessoas de 18 a 65 anos que moram nos Estados Unidos (Uelder-ferreira/Getty Images)

Dinheiro e Felicidade: o perfil dos 33.000 participantes eram de pessoas de 18 a 65 anos que moram nos Estados Unidos (Uelder-ferreira/Getty Images)

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André Martins

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 18h29.

Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 18h41.

Qual a relação entre o dinheiro e a felicidade? Essa questão gera muitas dúvidas e polêmicas até entre os acadêmicos. “É uma das relações mais estudadas na minha área de atuação”, disse Matthew Killingsworth, psicologo e membro da Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos, que estuda a felicidade humana.

Em seu estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), Killingsworth confirma que o dinheiro influencia na felicidade e no bem-estar, inclusive mais do que imaginamos.

Para chegar nesse resultado o estudo coletou 1,7 milhão de dados de mais de 33.000 participantes que forneceram informações de seus sentimentos durante o dia a dia.

Através de um aplicativo que Killingsworth criou, chamado Track Your Happiness, as pessoas respondiam perguntas algumas vezes ao dia que mediam a sua felicidade. O  app perguntava aos participantes em horários aleatórios: "Como você se sente agora?" em uma escala que varia de "muito ruim" a "muito bom". Pelo menos uma vez durante o processo, os participantes também responderam à pergunta: "De modo geral, quão satisfeito você está com sua vida?" em uma escala de "nada" a "extremamente".

O perfil dos 33.000 participantes eram de pessoas de 18 a 65 anos que moram nos Estados Unidos. “Os cientistas costumam falar em tentar obter uma amostra representativa da população, eu estava tentando obter uma amostra representativa dos momentos da vida das pessoas", explica Matthew Killingsworth, que obteve seu Ph.D. em psicologia na Universidade de Harvard.

Com os dados,  Matthew  calculou o nível médio de felicidade de cada pessoa e analisou a sua relação com a renda. Em parte, ele estava tentando confirmar as descobertas de  um artigo de 2010 que dizia que à medida que as pessoas ganham mais dinheiro, seu bem-estar aumentaria, mas o experimento teve como base um patamar quando a renda familiar anual chegava a 75.000 dólares.

“É uma possibilidade convincente, a ideia de que o dinheiro deixa de ter importância acima desse ponto, pelo menos pela forma como as pessoas realmente se sentem a cada momento”, diz ele. "Mas quando examinei uma ampla gama de níveis de renda, descobri que todas as formas de bem-estar continuaram a aumentar com a renda. Não vejo nenhuma  mudança na curva ou um ponto de inflexão onde o dinheiro deixa de ter importância. Em vez disso, continua aumentando".

O estudo também concluiu que quem ganha mais é mais feliz, em parte, devido a um maior senso de controle sobre a vida. "Você provavelmente pode ver isso na pandemia. Pessoas que perdem o emprego precisam aceitar a primeira vaga disponível para se manter, mesmo para fazer algo que elas não gostem. Pessoas com uma reserva financeira podem esperar por uma vaga que se encaixe melhor ao seu perfil. Em grandes e pequenas decisões, ter mais dinheiro dá à pessoa mais opções e um maior senso de autonomia", disse Matt.

Embora o estudo mostre que a renda é importante além de um limite anteriormente considerado, Killingsworth também não quer que o seu estudo reforce a ideia de que as pessoas devem se concentrar mais no dinheiro. Em vez disso, ele diz que espera que esta pesquisa possa ajudar a avançar a conversa na tentativa de encontrar o que ele chama de "equação da felicidade humana".

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