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Dinheiro para fugir do cheque especial

Use o 13º para sair do vermelho e comece o Ano Novo sem dívidas

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

No fim de ano, é comum ouvir especialistas aconselhando a quitação das dívidas como destino prioritário para o 13º salário. A preocupação generalizada com a redução do endividamento provocou ligeira queda no nível de inadimplência em outubro, segundo a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). A inadimplência de contratos com mais de 90 dias de atraso recuou de 8,88% para 8,65% da carteira total de crédito monitorada pela instituição. Essa redução teve um patrocinador: a renda extra a que muitos brasileiros tiveram direito pela correção do saldo do FGTS da época do Plano Collor. Alertas sobre a importância do custo (os juros cobrados) das dívidas também são conselhos comuns na boca de especialistas nessa época.

No entanto, nesse assunto, a teoria está bem distante da prática viável. Qualquer devedor não deve perder o foco: o fundamental é zerar a dívida. E essa tarefa não pode ser comprometida por causa das taxas médias praticadas pelo mercado. Independente da taxa cobrada, o devedor deve sempre considerar sua capacidade de pagamento. Lembra aquela velha história de que o importante é a parcela encaixar no seu salário? Se uma prestação comprometer 30% da sua renda, a chance de você deixar de pagá-la é muito maior. Quanto menor a participação desta parcela em sua renda mensal, mais difícil será não quitar seus compromissos.

Talvez seja esta a fronteira entre um consultor financeiro e um planejador de finanças pessoais. O primeiro tem como objetivo um bom negócio. Já a preocupação básica do segundo é livrar o devedor da dívida. Por isso, ele leva em conta as taxas de juros. Usualmente uma taxa mais próxima ao nível de juros praticados no mercado está associada a prazos menores de refinanciamento. Assim a instituição financeira não corre o risco da taxa de juros subir acima da taxa repassada ao cliente. Consequentemente, com prazos mais curtos e menos parcelas, as prestações serão mais caras. Taxas mais altas já trazem esse risco (dos juros subirem) embutido -- e conseguem oferecer prazos mais dilatados para pagamentos. Desse modo, as parcelas que o devedor vai pagar (também chamadas de amortizações) têm valor absoluto menor.

Ainda na linha consultor versus planejador, é importante evitar taxas de juros flutuantes. Apostar na tendência dos juros é trabalho para os especialistas -- e não para consumidores endividados no crediário. É importante ter em mente que com o nível de juros no Brasil, uma dívida dobra de valor em menos de um ano. Você não pode correr o risco de não conseguir zerá-la. No entanto, os devedores não devem se furtar do trabalho de pesquisar opções para quitar suas dívidas. A venda de um bem (carro, computador, casas de veraneio, etc), o empenho de jóias, a alienação de um automóvel, a antecipação de férias, são algumas alternativas às linhas tradicionais de financiamento. Outra possibilidade pode ser a venda de um carro (utilizando o dinheiro para quitar uma dívida) e o financiamento de um veículo zero. Com certeza a taxa do financiamento de um automóvel zero é infinitamente mais baixa que as demais linhas de crédito de mercado, como cartão e cheque especial.

Quanto ao cheque especial (que cobra em média 9,89%) e cartão de crédito (10,47%) -- conhecidos como crédito rotativo -, costumam ser as taxas mais altas do mercado. O motivo? O banco deixa este valor disponível para uso do consumidor, perdendo a rentabilidade de uma aplicação. Já o crédito pessoal costuma ser mais barato, porém a máxima só serve para bancos onde você tiver conta corrente. Caso precise recorrer a uma financeira, a taxa cobrada é praticamente igual a do crédito rotativo. Um crédito pessoal num banco de varejo custa, em média, 5,89% ao mês. Já numa financeira custa 12,36%. Por que esta diferença? Por que a inadimplência nas financeiras é bem mais alta. Os bancos podem debitar diretamente da sua conta corrente os juros cobrados. Já a financeira tem que esperar -- e confiar -- que você vai pagar o carnê.

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