Leitor quer saber também qual é a incidência de impostos no plano de previdência (Stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2012 às 18h08.
Dúvida do internauta: Tenho um valor de 100.000 reais que estão aplicados em caderneta de poupança. Procurei o gerente da instituição financeira onde está a aplicação para obter uma melhor solução para o meu dinheiro. Fiquei decepcionado, o profissional que cuida de minha conta me orientou a aplicar em VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Pelo pouco que entendo de mercado, sei que fundos de previdência com taxa de administração superior a 1% ao ano não são aconselháveis como forma de aplicação e foi logo essa "excelente" aplicação que me foi proposta como uma das melhores do mercado. Até quando será interessante a aplicação em conta poupança? E como seria o cálculo para resgate do meu fundo de previdência caso eu tivesse aceitado aplicar meu capital?
E o meu gerente não soube explicar o sistema de "come-cotas" do fundo de previdência. Como eu tambem não conheço tal sistema, gostaria de explicações. Gostaria de saber como funciona a aliquota de IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) e quanto eu pagaria de IRRF no período de vigência de minha aplicação.
Resposta de Fernando Meibak*:
Prezado investidor, a poupança foi um tipo de investimento muito ruim nos últimos anos, por ter ficado muito abaixo de outras modalidades de renda fixa. A queda da taxa de juros e a mudança de regras de rentabilidade (lembrando, quando a taxa de juros básica, a Selic, for igual ou menor que 8,5%, a remuneração da poupança é igual a 70% dessa taxa) tornaram esse mecanismo mais competitivo. Se sua poupança é antiga, ela é muito valiosa, pois permanece com o esquema anterior de remuneração: 0,5% ao mês mais a variação da taxa Taxa Referencial (TR). Assumindo TR igual a zero, a poupança rende 6,16% ao ano. No atual patamar de juros de 8,5%, a poupança nova rende 5,95%. Como a tendência de juros no Brasil é de continuidade do processo de queda, não faça nenhum movimento, fique nesse instrumento, que ficou extremamente interessante.
O sistema conhecido como “come-cotas” incide sobre os fundos de investimentos (DI, Renda Fixa e outros). A cada seis meses, há a retenção de imposto de renda sobre o ganho de capital, independentemente de haver resgate ou não. Um exemplo simples: valor da cota = 1,00; valor do investimento = 100; quantidade de cotas = 100; rentabilidade em 6 meses = 4%. Novo valor da cota após 6 meses = 1,04 . Ganho de Capital: 15% sobre 4 = 0,60. IR em cotas = 0,6/1,04 = 0,5769. “Nova” quantidade de cotas após ”come-cotas” = 99.4231 (100 cotas originais menos 0.5769 de IR após 6 meses).
O produto VGBL tem imposto de renda sobre o ganho de capital. Se você optar pelo regime progressivo, terá 15% no resgate. Se optar pelo regime regressivo, dependerá do tempo do investimento. As alíquotas começam em 35% e caem 5 pontos percentuais a cada dois anos, até atingir 10% em 10 anos, quando ficam estáveis. Em ambos os casos, não há tributação durante o período de acumulação, somente no resgate.
* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.
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