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Crédito imobiliário é principal temor do mercado

Incertezas sobre o total de perdas desse setor nos Estados Unidos com fim da bolha imobiliária deixa investidores assustados

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Mais uma vez foi o mercado imobiliário o responsável pelas perdas nos mercados financeiros nesta terça-feira. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York recuou 1,62%. Na Bolsa de Valores de São Paulo, a baixa alcançou 3,86%, a segunda maior do ano. Os investidores venderam ações em busca de papéis mais seguros devido a novos sinais da ruína do boom imobiliário nos Estados Unidos, segundo informa o jornal The New York Times.

A Countrywide Financial, maior empresa de crédito para compra de imóveis do país, anunciou ontem que a inadimplência dos tomadores de empréstimos tem crescido e que o setor, que registrou forte retração nos últimos meses, não deve se recuperar até 2009 devido à queda nos preços das residências.

A previsão veio em um momento em que os investidores já começavam a absorver os prejuízos no mercado conhecido como "subprime", de empresas de crédito imobiliário de alto risco. O presidente do Federal Reserve (banco central americana), Ben Bernanke, estima que essas perdas poderiam chegar a US$ 100 bilhões, mas, mesmo assim, o Dow Jones bateu recordes nesta semana.

Ontem, em teleconferência com analistas de mercado que durou quase três horas, o presidente da Countrywide, Angelo R. Mozilo, disse que os preços dos imóveis "estão caindo quase como nunca antes visto, com exceção da Grande Depressão". Essa análise jogou dúvidas sobre as previsões de que o mercado vai rapidamente se recuperar das perdas com "subprime".

Como os grandes bancos americanos é que são donos de boa parte dos títulos de crédito imobiliário, o mercado acredita que deva haver uma redução no montante de crédito bancário. Esse tipo de medida é comum em momentos de instabilidade e tem como objetivo evitar novas perdas. O efeito colateral é que a redução do crédito acaba prejudicando a expansão de toda a economia. Entre as instituições que cortaram as linhas de "subprime" estão a própria Countrywide e o Wells Fargo.

Um dos bancos prejudicados pela crise do setor, o Bear Stearns, anunciou há cerca de dois meses que dois de seus fundos de hedge quebraram devido ao excesso de exposição ao mercado de "subprime". A notícia levou as agências de classificação de risco a reduzirem os "ratings" dos títulos de empresas ou fundos do setor imobiliário. Resultado imediato: aumento de juros para empresas e compradores de imóveis.

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