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Corretora do Santander eleva preço-alvo da Petrobras após balanço

Apesar de registrar queda no lucro líquido, empresa conseguiu manter investimentos em projetos como o pré-sal e a atrair investidores internacionais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A queda do lucro da Petrobras não impediu a corretora do Santander - que trabalha de modo independente do banco - de elevar o preço-alvo das ações da companhia. A instituição aumentou a projeção para as ações preferenciais da estatal (PETR4, sem direito a voto) de 33 para 48 reais. Isso indica um potencial de alta de 46% sobre os 32,87 reais com que os papéis fecharam nesta segunda-feira (11/5). Ontem, a Petrobras divulgou um lucro líquido de 5,8 bilhões de reais no primeiro trimestre. A cifra é 20% menor que a do mesmo período do ano passado.

No relatório, a corretora elencou uma série de motivos para justificar a elevação. Entre eles: 1) contínuo interesse de investidores globais do setor de energia, que veem menos riscos em investir na empresa; 2) a Petrobras passou a ser considerada uma importante empresa petrolífera no cenário global, não apenas no Brasil; 3) a empresa é uma das únicas no mundo capaz de investir em promissores projetos como o pré-sal, mesmo durante o recente ciclo de baixa no preço do petróleo; e 4) alta capacidade para armazenar reservas.

Entre os riscos, o Santander apontou a queda do preço do petróleo, as mudanças no regime de impostos e a demora para o início de funcionamento das novas plataformas. "A Petrobras adotou a política de manutenção de preços alinhados com o cenário internacional a longo prazo, o que pode implicar numa dificuldade para maximizar o fluxo de caixa da companhia", afirmou a corretora.

Apesar de ter batido recorde de produção diária de gás natural e petróleo, com a marca de 2,261 milhões de barris por dia no primeiro trimestre, o baixo valor do barril impactou o resultado final do segmento. Em comunicado, a Petrobras informou que o lucro líquido foi 6% inferior quando comparado ao quarto trimestre do ano passado. A baixa é reflexo da redução no preço de matérias-primas (commodities) e da retração da demanda por derivados no mercado interno.

O resultado financeiro passou de 2,4 bilhões de reais positivos na época para 849 milhões de reais negativos no período, devido aos efeitos cambiais sobre os ativos em dólares. Houve maior pagamento de imposto de renda e contribuição social, por conta do benefício fiscal pelo provisionamento de juros sobre o capital próprio ocorrido no quarto trimestre de 2008. A geração de caixa (EBITDA) foi 46% superior, refletindo a queda de custos e das despesas operacionais.

Produção maior

Para a corretora Link, os números da Petrobras também superaram as expectativas. Entre os destaques do primeiro trimestre, a corretora apontou o aumento na produção em comparação ao quarto trimestre de 2008, com a entrada dos campos de Marlim Sul e Marlim Leste; a redução dos custos de produção.

Entre os pontos negativos, estão o elevado investimento e redução dos segmentos de exploração e produção. No primeiro trimestre, a empresa investiu 14,4 bilhões de reais, um aumento de 41% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a corretora, a empresa vem apresentando uma constante necessidade de novas captações para financiar a cifra, o que eleva o endividamento da Petrobras. "Esperamos um total de 65,2 bilhões de reais em investimentos para 2009, o que elevará uma maior necessidade de recursos de terceiros ao longo do ano", escreveu a corretora.

Às 16h13, os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) registravam baixa de 0,8%, negociados a 40,50 reais. As ações ordinárias (PETR4) apresentaram queda menor, de 0,5%, a 32,37 reais. No mesmo instante a Bovespa caía 0,83%, aos 50,552.27 pontos. A leve baixa nos papéis é reflexo da queda do valor do barril, que fechou esta terça-feira (12) à 58 dólares. "O resultado do primeiro trimestre foi acima do esperado, mas não é sustentável para os próximos períodos. Uma recuperação do preço do petróleo seria fundamental", diz o analista Andrés Kikuchi.
 

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