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Congresso dos EUA chega a acordo para aprovar pacote

O governo, no entanto, terá de dividir em três parcelas a ajuda de 700 bilhões de dólares aos bancos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

.Após uma reunião de três horas, congressistas americanos chegaram a um acordo sobre os principais termos para a aprovação do pacote de ajuda ao sistema financeiro proposto pelo governo dos Estados Unidos. A ajuda de 700 bilhões de dólares, entretanto, terá de ser liberada em três parcelas. Um montante de 250 bilhões de dólares será colocado à disposição dos bancos imediatamente após a aprovação do pacote pelo Congresso. A segundo parcela vai somar mais 100 bilhões de dólares. Se o Congresso entender que o plano não surtiu os efeitos desejados, terá o direito de convocar uma nova votação que poderá levar à suspensão da última parcela de 350 bilhões de dólares.

As alterações foram necessárias para que deputados e senadores dos partidos Democrata e Republicano concordassem em aprovar a proposta. Apresentado no final de semana, o plano sofreu diversas críticas por direcionar 700 bilhões de dólares a serem pagos pelos contribuintes americanos para a compra de derivativos de crédito em poder dos bancos. Esses papéis têm alto risco de inadimplência e serão adquiridos por um valor superior ao de mercado. A aquisição desses títulos podres ajudará os bancos que perderam muito dinheiro com hipotecas a limpar seus balanços e voltar a conceder empréstimos. Para o Tesouro, ficará a esperança de que o fim da crise hipotecária leve à valorização desses mesmo papéis no futuro - evitando perdas com a operação de socorro.

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Durante esta semana, o presidente dos EUA, George W. Bush; o secretário do Tesouro, Henry Paulson; e o presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Ben Bernanke, pressionaram os congressistas pela rápida aprovação do pacote. Bernanke chegou a prever mais falências no setor financeiro e uma recessão grave em caso de rejeição da proposta. Lideranças do Partido Democrata, no entanto, tentaram incluir no pacote um socorro também aos mutuários que não conseguissem pagar suas hipotecas. Pesquisas de intenção de voto mostraram que a crise ajudou o candidato democrata Barack Obama, que chegou a abrir nove pontos de vantagem em relação ao republicano John McCain - antes do agravamento da crise, os dois apareciam praticamente empatados nas pesquisas.

A votação do pacote pode ocorrer ainda nesta semana. O acordo fechado no Congresso deverá ser apresentado já nesta quinta-feira ao secretário do Tesouro e também ao presidente Bush. Caso os dois concordem com as novas condições, o projeto poderá ser levado a votação rapidamente. "Eu acredito que nós podemos aprovar essa lei antes de os mercados abrirem na segunda-feira", disse o senador Bob Corker (republicano), que esteve presente na reunião de congressistas.

Os mercados mundiais reagiram com euforia à expectativa de rápida aprovação do plano, considerado por investidores o início da solução para a crise do crédito nos EUA. Após uma semana que começou bastante difícil, a Bovespa operava nesta quinta-feira, às 16h51, em alta de 3,64%, aos 51.656 pontos. No mesmo horário, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York avançava 1,62%, para 11.000 pontos.

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