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Como fica a sua poupança com a Selic a 8%

Rendimento da nova poupança cai ainda mais; veja quando vale a pena migrar para outros tipos de investimentos em renda fixa

Quem só investe em poupança pode aplicar CDB ou Tesouro Direto no próprio banco (Divulgação)

Quem só investe em poupança pode aplicar CDB ou Tesouro Direto no próprio banco (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 12h17.

São Paulo – A rentabilidade dos investimentos mais seguros e conservadores ficou ainda menor nesta quarta-feira (11), com o novo corte da Selic feito pelo Banco Central. Com a taxa de juros a 8,0% ao ano, a nova poupança passa a render menos ainda, uma vez que sua rentabilidade corresponde a 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR). Em compensação, quem ainda tem dinheiro na velha poupança, que rende 0,5% ao mês mais TR em qualquer cenário, está ganhando bem em comparação a aplicações como CDB, fundo DI e títulos públicos pós-fixados (Letras Financeiras do Tesouro - LFTs).

Quem ainda tem dinheiro sendo remunerado pela regra antiga da poupança vai ganhar mais nesta aplicação do que em um CDB que pague 90% do CDI com resgate para os próximos seis ou doze meses, por exemplo, caso a Selic continue abaixo de 8,5% no período. Ou seja, enquanto 100 reais aplicados na velha poupança renderem 3 reais até janeiro de 2013, 100 reais aplicados em um CDB que pague 90% do CDI renderão só 2,73 reais na mesma data, caso a Selic permaneça a 8,0%; caso a taxa caia para 7,50% até lá, conforme prevê o mercado, a remuneração deste CDB será de apenas 2,56 reais.

Veja na tabela abaixo como ficará a rentabilidade de cada aplicação indexada a Selic com a nova taxa de juros:

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  Velha poupança* Nova Poupança* CDB 90% do CDI Fundo DI com taxa de 1,0% a.a. Tesouro Direto**
6 meses 3,04% 2,76% 2,73% 2,65% 2,84%
12 meses 6,17% 5,60% 5,74% 5,60% 6,06%
18 meses 9,39% 8,52% 9,04% 8,85% 9,60%
24 meses 12,72% 11,51% 12,26% 12,06% 13,07%
25 meses 13,28% 12,02% 13,20% 12,99% 14,08%

(*) A TR foi considerada zero, pois varia de acordo com a data de aniversário da aplicação e, atualmente, a taxa média mensal tem se aproximado de zero.
(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto.

A poupança conta com a vantagem da isenção de IR, enquanto as demais aplicações pagam imposto de 22,5% (para prazos de seis meses) a 15% (mais de dois anos) sobre os rendimentos. A tabela já considera a rentabilidade líquida de impostos e taxas. Note que, até dois anos de aplicação, a velha poupança será tão ou mais rentável que qualquer outro investimento, desde que a Selic permaneça abaixo de 8,5% ao ano. Nas corretoras que não cobram taxa de administração, o Tesouro Direto é a melhor aplicação independentemente do prazo.

Para serem melhores que a poupança em qualquer cenário, o ideal é que os CDBs remunerem acima de 90% ao ano. É possível encontrar essa taxa com liquidez diária mesmo em bancos grandes. Em bancos médios, é possível encontrar CDBs com liquidez diária que paguem 100% do CDI. É o caso do Sofisa Direto, do banco Sofisa, e dos CDBs do banco Paulista, oferecidos pela Socopa Corretora.


Quanto aos fundos DI, os fundos com taxa de administração de 1,0% ao ano – considerada por especialistas como um limite para o investidor em tempos de Selic baixa – só estão mais vantajosos que a poupança para prazos superiores a um ano. Quem conseguir um fundo com taxa menor terá mais vantagem. Veja quando vale a pena mudar migrar seu dinheiro para um fundo de taxa menor.

Para não ter erro, o investidor pessoa física pode considerar que, de forma geral, deve preferir os fundos DI com taxa de administração inferior a 1,0% ao ano, as corretoras que cobrem até 0,2% ao ano de taxa de administração para investir no Tesouro Direto, e os CDBs que remunerem acima de 90% do CDI. E lembrar que a poupança é a aplicação mais vantajosa para quem vai usar o dinheiro em até seis meses. Já quem mantém recursos na velha poupança deve mantê-los lá caso não precise utilizar o dinheiro ou não pretenda investir fora da renda fixa conservadora, isto é, indexada à Selic.

Só invisto na poupança, o que eu faço?

Para quem só tem o costume de investir na poupança e anda insatisfeito com o retorno mais baixo da caderneta, uma dica é considerar o investimento segundo o objetivo. O dinheiro que for utilizado em seis meses ou até um ano pode continuar sendo depositado na poupança; para objetivos de prazos maiores – entre um e dois anos, por exemplo – o poupador pode considerar os demais investimentos tão conservadores quanto a poupança, o que pode ser feito por meio do seu próprio banco.

É possível que o seu banco não ofereça um fundo DI com taxa de administração inferior a 1,0% ao ano. Se for o caso, busque um CDB que pague acima de 90% do CDI ou verifique se a taxa para investir no Tesouro Direto por meio do seu banco é inferior a 0,2% ao ano. Em caso positivo, você sequer terá o trabalho de buscar uma corretora independente. Mas se essas boas condições não forem oferecidas no seu banco, o jeito será procurar uma corretora que as ofereça ou um CDB de banco médio. Ou então permanecer na poupança.

Caso decida por abrir conta em uma corretora ou em um banco médio para investir em CDBs pela internet, o poupador deve atentar também para os custos de transferência dos recursos do seu banco para essa outra instituição. Verifique se seu pacote de tarifas já inclui TED ou DOC; se não, certifique-se de que seu planejamento de transferências dilua bem os custos. Veja como levar em conta os custos de TED ou DOC no seu planejamento.


Sofisticando a carteira

Ao se habilitar para investir no Tesouro Direto, o investidor terá a opção não apenas de comprar títulos públicos atrelados à Selic (LFTs), como também títulos públicos prefixados (com uma taxa de juro predefinida) ou atrelados à inflação pelo IPCA. Esses títulos são em geral vantajosos para prazos mais longos quando a Selic tem perspectivas de cair ainda mais.

Contudo, eles são realmente seguros apenas se o investidor puder aguardar seu vencimento, sem necessidade de vendê-los antes do término do prazo. Como esses títulos têm preços muito voláteis, vendê-los antes pode acarretar alguma perda para o investidor. Os títulos atrelados à inflação têm ainda a vantagem de protegerem o investidor contra a inflação, o que é excelente para quem está poupando para um objetivo de longo prazo.

Os títulos prefixados – LTNs e NTN-Fs – vêm performando muito bem neste ano, graças à continuidade da queda na taxa Selic. Os títulos de vencimento mais próximo (2013) já renderam mais de 6% no ano, enquanto os títulos mais longos rendem entre 10% e 15%, aproximadamente. Já as LFTs, pós-fixadas, rendem por volta de 5% no ano, para qualquer prazo.

As NTN-Bs, títulos atrelados à inflação, também têm ido bem. O IMA-B, índice que considera o desempenho de uma cesta de NTN-Bs com diferentes vencimentos, rende 24,49% nos últimos 12 meses. Já o IMA-S, índice que considera uma cesta de LFTs, rende apenas 10,88% no período.

Da mesma forma, abrir uma conta em um banco médio que ofereça CDBs de boa remuneração habilita o poupador a investir em CDBs de prazos mais longos, que pagam acima de 100% do CDI quando levados até o vencimento. Também existem CDBs prefixados e CDBs atrelados à inflação.

Mas como rentabilidade passada não garante rentabilidade futura nem na renda fixa, o investidor deve lembrar que o ciclo de queda de juros pode estar chegando perto do fim. Pode ainda haver espaço para ganhar com os prefixados, uma vez que o mercado espera que a Selic caia mais até o fim do ano – a expectativa é que ela chegue a 7,50%, de acordo com o último Boletim Focus. Mas para o final de 2013, a expectativa é de um retorno a 8,50%.

Portanto, se for investir em títulos prefixados, é melhor carregá-los até o vencimento, até porque especular com títulos públicos é bem difícil para o investidor leigo. Da mesma forma, especialistas recomendam que o investidor não abra mão dos investimentos pós-fixados, nem para os prazos um pouco maiores.

Matéria atualizada em 15/07/2013 às 11h54

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