Como chegar ao meu primeiro milhão aos 35 anos?
Internauta tem 21 anos e pede dicas de investimento para alcançar o primeiro milhão aos 35 anos
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 19h41.
Dúvida do internauta: Tenho 21 anos e quero começar a investir. Eu estava pensando em alguma aplicação que me garanta uma rentabilidade média. Os títulos do Tesouro nacional seriam uma boa opção? Tenho um plano de chegar aos meu primeiro milhão com 35 anos. Quais seriam boas dicas de investimento?
Resposta de Beto Veiga*:
A meta de acumular um milhão tem uma definição inicial bastante relevante: o valor é nominal ou é real. Valor real é aquele que, no futuro, comprará o mesmo que o milhão compraria hoje. Esse valor é um pouco mais difícil de ser acumulado, porque as taxas de juros reais, ou seja, aquelas que suplantam a inflação, têm ficado muito baixas. Hoje, em termos líquidos de impostos, a taxa de juros está ao redor de 1% ao ano.
Há pouco tempo, esta taxa real era de 5%, e na era do governo Collor, comemorou-se quando estava em 17% ao ano (acima da inflação). Veja quão incerto é o andamento da economia. Há pouco, as taxas de juros que a Espanha pagava pelos empréstimos que pedia eram melhores que as pagas pelo Brasil e hoje...
O caminho da acumulação é entender o funcionamento dos produtos financeiros, e saber que não será por meio do rendimento excepcional (coisa que considero ter grande grau de aleatoriedade).
Acredito que a indicação de investimentos depende de um entendimento do seu perfil de tolerância a riscos. Por outro lado, acho que é mais fácil arrumar um milhão empreendendo do que poupando. Lembro que quando falo em empreender, não me refiro a franquias, cujo modelo de resultados já está perfeitamente aferido, resultando em margens, quando positivas, de certo modo reduzidas, o que acaba transformando você em um gerente sem férias e nem décimo terceiro. Acredito até mesmo mais em negócios tradicionais, desde que este seja o seu perfil (veja a importância do perfil de novo).
Se quiser fazer aportes pequenos e já tiver uma reserva de emergência, aconselho as NTN-B principal - títuos do Tesouro Direto atrelados à inflação - um bom instrumento para acumular este dinheiro, lembrando que não há como garantir qual é o seu risco de crédito, isto é, que a situação financeira do País esteja sempre boa durante o período de acumulação.
Em termos matemáticos, pelo período de tempo que você tem, sem contar com os juros, você teria que guardar, mensalmente, mais de R$ 5.950 reais por mês pelos 168 meses que o separam dos 35 anos.
Se a taxa de juros anual for de 7,25% (taxa Selic atual), o valor cai para 3.515 reais. Se você tivesse 1.000 reais por mês, precisaria de uma taxa média de 23,15% ao ano para poder chegar ao valor nominal de 1 milhão de reais.
Finalmente, acho que um investimento bom para você, se não tiver o perfil de empreendedor, é capacitar-se profissionalmente e conseguir um bom emprego para poder gerar mais renda e poder acumular mais.
Boa sorte!
*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".
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Envie outras dúvidas financeiras para seudinheiro_exame@abril.com.br.
Dúvida do internauta: Tenho 21 anos e quero começar a investir. Eu estava pensando em alguma aplicação que me garanta uma rentabilidade média. Os títulos do Tesouro nacional seriam uma boa opção? Tenho um plano de chegar aos meu primeiro milhão com 35 anos. Quais seriam boas dicas de investimento?
Resposta de Beto Veiga*:
A meta de acumular um milhão tem uma definição inicial bastante relevante: o valor é nominal ou é real. Valor real é aquele que, no futuro, comprará o mesmo que o milhão compraria hoje. Esse valor é um pouco mais difícil de ser acumulado, porque as taxas de juros reais, ou seja, aquelas que suplantam a inflação, têm ficado muito baixas. Hoje, em termos líquidos de impostos, a taxa de juros está ao redor de 1% ao ano.
Há pouco tempo, esta taxa real era de 5%, e na era do governo Collor, comemorou-se quando estava em 17% ao ano (acima da inflação). Veja quão incerto é o andamento da economia. Há pouco, as taxas de juros que a Espanha pagava pelos empréstimos que pedia eram melhores que as pagas pelo Brasil e hoje...
O caminho da acumulação é entender o funcionamento dos produtos financeiros, e saber que não será por meio do rendimento excepcional (coisa que considero ter grande grau de aleatoriedade).
Acredito que a indicação de investimentos depende de um entendimento do seu perfil de tolerância a riscos. Por outro lado, acho que é mais fácil arrumar um milhão empreendendo do que poupando. Lembro que quando falo em empreender, não me refiro a franquias, cujo modelo de resultados já está perfeitamente aferido, resultando em margens, quando positivas, de certo modo reduzidas, o que acaba transformando você em um gerente sem férias e nem décimo terceiro. Acredito até mesmo mais em negócios tradicionais, desde que este seja o seu perfil (veja a importância do perfil de novo).
Se quiser fazer aportes pequenos e já tiver uma reserva de emergência, aconselho as NTN-B principal - títuos do Tesouro Direto atrelados à inflação - um bom instrumento para acumular este dinheiro, lembrando que não há como garantir qual é o seu risco de crédito, isto é, que a situação financeira do País esteja sempre boa durante o período de acumulação.
Em termos matemáticos, pelo período de tempo que você tem, sem contar com os juros, você teria que guardar, mensalmente, mais de R$ 5.950 reais por mês pelos 168 meses que o separam dos 35 anos.
Se a taxa de juros anual for de 7,25% (taxa Selic atual), o valor cai para 3.515 reais. Se você tivesse 1.000 reais por mês, precisaria de uma taxa média de 23,15% ao ano para poder chegar ao valor nominal de 1 milhão de reais.
Finalmente, acho que um investimento bom para você, se não tiver o perfil de empreendedor, é capacitar-se profissionalmente e conseguir um bom emprego para poder gerar mais renda e poder acumular mais.
Boa sorte!
*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".
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