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Com alta do IPI, quem perde é o comprador de carro

Veículos trazidos da Coreia e da China têm contribuído para aumentar a concorrência no país e impedem montadoras de elevar demais a margem de lucro

Hyundai Santa Fe: no Brasil, o carro custa mais que o triplo que nos EUA (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2011 às 09h25.

São Paulo – Do ponto de vista do consumidor, não há nenhum motivo para comemoração com a decisão do governo de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros importados. Os automóveis trazidos da Coreia do Sul pela Kia e da China por diversas montadoras não apenas chegavam ao Brasil com preços atrativos como também obrigavam as empresas instaladas no país a trabalhar com margens de lucro mais moderadas ( clique aqui e veja carros que caíram de preço após a chegada do JAC J3 ).

Para a Associação Brasileira das Importadoras de Veículos (Abeiva), o governo cedeu ao lobby das montadoras instaladas no país ao tomar a decisão. Faz sentido. Essas empresas são as grandes vitoriosas com o aumento do IPI sobre os importados porque poderão voltar a trabalhar com margens maiores.

Os sindicatos de metalúrgicos também comemoraram a decisão. Segundo consultorias internacionais, os custos da mão de obra para a produção de carros internamente não são apenas superiores ao da China. Devido à menor produtividade, os salários pagos por aqui muitas vezes não são competitivos nem quando comparados aos dos Estados Unidos e dos países americanos. Mais protecionismo, portanto, parece ser mesmo a única forma de garantir o emprego dos metalúrgicos.

O mercado de trabalho foi uma das justificativas para o governo elevar o IPI. Segundo a Abeiva, entretanto, os importados que concorrem com similares nacionais representam apenas 3,3% do mercado. A medida deve ter mais potencial para evitar a destruição de empregos do que para criar novos postos de trabalho.

É importante lembrar que o setor automotivo já era um dos mais protegidos do Brasil mesmo antes da elevação do IPI. Os carros importados por montadoras que não estavam instaladas no país pagavam 35% de imposto de importação mais todos os impostos cobrados por aqui. Já as montadoras com fábricas brasileiras conseguiam trazer carros com isenção de imposto de importação. Se mesmo assim as marcas chinesas e coreanas conseguiam incomodar, é um claro sinal de que as montadoras instaladas no Brasil estão longe de ser competitivas.

O brasileiro já paga muito pelos carros que compra. Veículos como a Hyundai Santa Fe custam mais do que o triplo do preço cobrado nos Estados Unidos ( clique aqui e veja comparação ). Segundo a agência Autoinforme, a inflação do carro chegou a 6,4% nos oito primeiros meses deste ano. A decisão do ministro Guido Mantega (Fazenda) só contribuirá para acelerar o avanço dos preços.

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São Paulo – Do ponto de vista do consumidor, não há nenhum motivo para comemoração com a decisão do governo de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros importados. Os automóveis trazidos da Coreia do Sul pela Kia e da China por diversas montadoras não apenas chegavam ao Brasil com preços atrativos como também obrigavam as empresas instaladas no país a trabalhar com margens de lucro mais moderadas ( clique aqui e veja carros que caíram de preço após a chegada do JAC J3 ).

Para a Associação Brasileira das Importadoras de Veículos (Abeiva), o governo cedeu ao lobby das montadoras instaladas no país ao tomar a decisão. Faz sentido. Essas empresas são as grandes vitoriosas com o aumento do IPI sobre os importados porque poderão voltar a trabalhar com margens maiores.

Os sindicatos de metalúrgicos também comemoraram a decisão. Segundo consultorias internacionais, os custos da mão de obra para a produção de carros internamente não são apenas superiores ao da China. Devido à menor produtividade, os salários pagos por aqui muitas vezes não são competitivos nem quando comparados aos dos Estados Unidos e dos países americanos. Mais protecionismo, portanto, parece ser mesmo a única forma de garantir o emprego dos metalúrgicos.

O mercado de trabalho foi uma das justificativas para o governo elevar o IPI. Segundo a Abeiva, entretanto, os importados que concorrem com similares nacionais representam apenas 3,3% do mercado. A medida deve ter mais potencial para evitar a destruição de empregos do que para criar novos postos de trabalho.

É importante lembrar que o setor automotivo já era um dos mais protegidos do Brasil mesmo antes da elevação do IPI. Os carros importados por montadoras que não estavam instaladas no país pagavam 35% de imposto de importação mais todos os impostos cobrados por aqui. Já as montadoras com fábricas brasileiras conseguiam trazer carros com isenção de imposto de importação. Se mesmo assim as marcas chinesas e coreanas conseguiam incomodar, é um claro sinal de que as montadoras instaladas no Brasil estão longe de ser competitivas.

O brasileiro já paga muito pelos carros que compra. Veículos como a Hyundai Santa Fe custam mais do que o triplo do preço cobrado nos Estados Unidos ( clique aqui e veja comparação ). Segundo a agência Autoinforme, a inflação do carro chegou a 6,4% nos oito primeiros meses deste ano. A decisão do ministro Guido Mantega (Fazenda) só contribuirá para acelerar o avanço dos preços.

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