Falta apenas uma posição para que a indústria brasileira de fundos de investimento entre para a lista das dez maiores do mundo em patrimônio. Segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (19/10) pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), há três trimestres, o Brasil vem subindo no ranking mundial, tendo passado, no último período, do 12º para o 11º lugar.

O patrimônio acumulado chega a  360,7 bilhões de dólares, resultado que coloca o país à frente de grandes potências européias, como Espanha e Alemanha (veja tabela abaixo), além de destacá-lo como o único da América Latina a fazer parte da lista dos 20 maiores. "A posição brasileira poderia ser ainda melhor se fossem considerados os Fundos de Cotas (FICs) nas estatísticas nacionais", afirma Marcelo Giufrida, vice-presidente da Anbid.

Outros países, como Itália e Hong Kong contabilizam os FICs em suas estatísticas. Se o Brasil utilizasse o mesmo critério, segundo a Anbid, subiria para a 7ª colocação, somando patrimônio de 586 bilhões de dólares.

Indústria brasileira

A captação dos fundos de investimentos até o terceiro trimestre deste ano apresentou crescimento de 300% em relação ao mesmo período 2005. De janeiro a setembro foram aplicados 66,8 bilhões de reais, o maior montante já registrado no período. O resultado é 9% superior ao recorde anterior, de 45 bilhões de reais, contabilizados em 2003.

"O ingresso de recursos nos surpreendeu, ficando acima do esperado. É possível que atinjamos a marca de 1 trilhão de reais em patrimônio já no primeiro semestre de 2007", diz Luiz Kaufman, superintendente da Anbid.

Os fundos multimercados foram os que mais atraíram investimentos - 46,9 bilhões de reais - , o correspondente a mais de 70% do total aplicado no período. Parte dos recursos veio  de transferências dos fundos de renda fixa, que registraram fuga de 10,6 bilhões de reais nos primeiros nove meses do ano. "Como os multimercados têm perfil próximo aos renda fixa e vêm apresentando melhor rentabilidade, muitos investidores decidiram migrar os recursos", afirma Giufrida.

Os fundos de previdência tiveram a segunda melhor captação no período (10,4 bilhões de reais), seguidos pelos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e pelos fundos de ações, com 7,2 bilhões de reais e 7 bilhões de reais, respectivamente.

Para o vice-presidente da Anbid, a maior transparência e a isenção da CPMF nas contas-investimento são os principais fatores que estão impulsionando a indústria de fundos no país. Segundo o executivo, até o final do ano, a captação deve atingir 900 bilhões de reais.