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Bolsa não terá fôlego para subir este ano

Para o economista Roberto Padovani, até é um bom momento para entrar na Bolsa, mas Ibovespa não deve ultrapassar os 68.000 pontos em 2012

Padovani: recuperação econômica americana foi superestimada (Divulgação/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2012 às 14h00.

São Paulo – A economia americana teve sua recuperação superestimada no início do ano e não terá fôlego para crescer muito mais ao longo de 2012. É a isso que o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, atribui as altas na Bolsa brasileira em janeiro e fevereiro, que no último bimestre vêm dando lugar a perdas. “Não tenho nenhum motivo econômico para crer que a Bolsa brasileira vai subir muito mais neste ano”, diz.

Para Padovani, a volatilidade atualmente está baixa, mas deve crescer. “O cenário econômico não está normal. A volatilidade está baixa demais para a quantidade de riscos. Se houver surpresas, vão ser negativas. Agora não é um momento muito bom para a Bolsa ou para o câmbio”, diz.

Só no início de abril, o principal índice da Bolsa brasileira já caiu de 65.000 para 61.000 pontos. Após as altas dos dois primeiros meses do ano, no mês de março o Ibovespa fechou em queda, tendência que se mantém em abril. Para Padovani, o índice não deve ultrapassar os 68.000 pontos em 2012. “Ao bater os 61.000 pontos, até fica favorável entrar. Mas no longo prazo você ganha mais com títulos públicos”, afirma o economista.

A alta potencial no ano não seria, portanto, tão modesta, mas seus limites estão bem delimitados. O desempenho da Bolsa brasileira está totalmente correlacionado ao desempenho da economia americana. “Quem topa investir na bolsa americana topa investir em outras bolsas do mundo”, diz Padovani, que acredita que as limitações para um maior crescimento da economia dos Estados Unidos não deixarão muito espaço para grandes ganhos na bolsa americana neste ano.

Há outros limites. Um é a desaceleração do crescimento chinês, que já vem impactando a bolsa brasileira nos últimos meses. Porém, embora essa desaceleração seja real, Padovani não acredita numa ruptura, uma vez que a poupança interna da China é muito alta. A tão esperada queda na taxa Selic também não deve ser tão brusca a ponto de contribuir para o desempenho do Ibovespa. O mercado espera uma Selic de 9% para o fim do ano, mas para o final de 2013, a expectativa já sobe para 10% ao ano, como uma forma de correção.

O fortalecimento do Real também seria outro empecilho para uma alta maior na Bolsa brasileira, pois a encareceria para os investidores estrangeiros. Mas Padovani acredita que a apreciação atual do real não se sustenta, e projeta o câmbio a 1,70 real no fim do ano. A desaceleração do crescimento chinês e a menor demanda por produtos brasileiros em países em crise por si só devem contribuir para isso.

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São Paulo – A economia americana teve sua recuperação superestimada no início do ano e não terá fôlego para crescer muito mais ao longo de 2012. É a isso que o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, atribui as altas na Bolsa brasileira em janeiro e fevereiro, que no último bimestre vêm dando lugar a perdas. “Não tenho nenhum motivo econômico para crer que a Bolsa brasileira vai subir muito mais neste ano”, diz.

Para Padovani, a volatilidade atualmente está baixa, mas deve crescer. “O cenário econômico não está normal. A volatilidade está baixa demais para a quantidade de riscos. Se houver surpresas, vão ser negativas. Agora não é um momento muito bom para a Bolsa ou para o câmbio”, diz.

Só no início de abril, o principal índice da Bolsa brasileira já caiu de 65.000 para 61.000 pontos. Após as altas dos dois primeiros meses do ano, no mês de março o Ibovespa fechou em queda, tendência que se mantém em abril. Para Padovani, o índice não deve ultrapassar os 68.000 pontos em 2012. “Ao bater os 61.000 pontos, até fica favorável entrar. Mas no longo prazo você ganha mais com títulos públicos”, afirma o economista.

A alta potencial no ano não seria, portanto, tão modesta, mas seus limites estão bem delimitados. O desempenho da Bolsa brasileira está totalmente correlacionado ao desempenho da economia americana. “Quem topa investir na bolsa americana topa investir em outras bolsas do mundo”, diz Padovani, que acredita que as limitações para um maior crescimento da economia dos Estados Unidos não deixarão muito espaço para grandes ganhos na bolsa americana neste ano.

Há outros limites. Um é a desaceleração do crescimento chinês, que já vem impactando a bolsa brasileira nos últimos meses. Porém, embora essa desaceleração seja real, Padovani não acredita numa ruptura, uma vez que a poupança interna da China é muito alta. A tão esperada queda na taxa Selic também não deve ser tão brusca a ponto de contribuir para o desempenho do Ibovespa. O mercado espera uma Selic de 9% para o fim do ano, mas para o final de 2013, a expectativa já sobe para 10% ao ano, como uma forma de correção.

O fortalecimento do Real também seria outro empecilho para uma alta maior na Bolsa brasileira, pois a encareceria para os investidores estrangeiros. Mas Padovani acredita que a apreciação atual do real não se sustenta, e projeta o câmbio a 1,70 real no fim do ano. A desaceleração do crescimento chinês e a menor demanda por produtos brasileiros em países em crise por si só devem contribuir para isso.

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