São Paulo - Realizado desde 2006, o Desafio BM&FBovespa já está com as inscrições abertas. Trata-se de um programa de investimentos fictícios feito por grupos de alunos do ensino médio. A novidade desde ano é a realização da versão online, que possibilita a participação de estudantes de todo o Brasil, sem a necessidade da presença física na Bolsa.

Ter aulas sobre o mercado financeiro e, depois, realizar provas. É assim que os alunos inscritos conseguem um valor virtual a ser investido em ações. Os alunos que aplicarem melhor o dinheiro recebem prêmios na final, que é realizada em dezembro. O primeiro lugar, tanto da modalidade presencial como da virtual, recebe 25.000 reais para investir em empresas brasileiras.

O evento é uma maneira de a Bovespa divulgar suas operações e também tentar inserir na cultura dos jovens o hábito de investir no mercado. Entre os participantes, há casos de alunos que quiseram seguir carreira na área ecconômica após o desafio.

Patrícia Quadros, gerente dos programas de popularização da Bolsa, ressalta que uma propaganda que focasse apenas as aplicações poderia ser nociva. O programa do curso oferecido para os participantes inclui dois módulos. No primeiro, são dadas aulas de educação financeira. "Os adolescentes devem saber, primeiro, administrar as finanças pessoais, e, com a sobra de orçamento, reconhecer o mercado como alternativa de investimento", explica a gerente.

A ideia partiu de modelos de competições realizadas em outros países, mas que tinham como objetivo a formação de operadores de mercados. A Bovespa trouxe para o Brasil o mesmo formato de desafio com instituições educacionais, mas visando o desenvolvimento de investidores. "É um trabalho de formação de cultura, que não é conseguido em pouco tempo. É um trabalho a longo prazo", afirma Patrícia.

O investimento da Bovespa no desafio vem dando certo, já que as inscrições aumentam a cada ano. Foram 750 escolas participantes desde 2006. "Tenho que sortear as escolas que vão participar, já que a demanda é maior do que o espaço físico que temos", lamenta Patrícia. São 210 instituições escolhidas por ano. Por isso foi pensada a versão web do evento, que tem sua primeira edição em 2010. Professores das escolas de todo o Brasil farão o curso preparatório para, depois, dar o curso a seus alunos. A partir daí, o formato é o mesmo do desafio presencial.

A maior parte das escolas que integram do evento são particulares. Mesmo assim, o número vem se equilibrando ano a ano, e hoje há quase uma paridade entre públicas e privadas, tanto nos inscritos como nos aprovados para o desafio. Entre os vencedores, também há igualdade: duas instituições estaduais e duas privadas.