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BB avalia reduzir dividendos e fazer emissão de títulos conversíveis em ações

Banco quer elevar o capital devido à piora de seus indicadores de risco com a compra da Nossa Caixa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Banco do Brasil informou nesta segunda-feira que estuda reduzir o pagamento de dividendos aos acionistas como forma de reforçar seu capital. A instituição distribui hoje 40% de seu lucro líquido para os acionistas em forma de dividendos e juros sobre o capital próprio. Outra opção para capitalizar o banco passa pela emissão de títulos conversíveis em ações, que teriam a garantia de compra do controlador do banco, o Tesouro Nacional. Segundo a instituição, se necessário, há espaço para levantar mais de 10 bilhões de reais com esses papéis.

O BB divulgou as informações em teleconferência realizada nesta segunda-feira sobre a compra da Nossa Caixa. A principal preocupação manifestada pelos analistas de mercado é que o indicador de risco do BB piorou com a compra de 100% das ações da Nossa Caixa. Ao contrário do esperado, o BB vai pagar em dinheiro os 7,5 bilhões de reais que precisarão ser desembolsados para a conclusão do negócio. A solvência dos bancos pode ser medido pelo índice da Basiléia, que, para instituições de países emergentes, precisa ser de no mínimo 11%. Segundo o BB, seu índice da Basiléia cairá de 13,6% para 12,8% com o negócio.

O novo índice é pior do que o de seus principais concorrentes e ficará próximo do piso de 11%. Por isso, o mercado se pergunta como o BB vai levantar os recursos necessários para levar adiante outras possíveis aquisições. O banco não esconde que deve ir às compras para recuperar a liderança de mercado perdida para o Itaú-Unibanco. Na teleconferência desta segunda-feira, o BB informou que a única aquisição que está em negociação neste momento é do Banco de Brasília (BRB). Se concluída, essa aquisição não pressionaria o caixa do BB por ser de menor porte.

No entanto, analistas acreditam que o BB não teria como pagar em dinheiro pela compra de 49% das ações do Banco Votorantim, como vem negociando, segundo apuração de EXAME. O valor da aquisição poderia chegar a 7 bilhões de reais, de acordo com o jornal "Valor". Além disso, o BB também precisaria de mais capital até para manter o ritmo atual de crescimento de sua carteira de crédito.

Durante a teleconferência, o BB lembrou que tem registrado um lucro líquido anual de cerca de 6 bilhões de reais. Mesmo que não haja redução do pagamento de dividendos, parte desse dinheiro poderia ser usado para capitalizar o banco e permitiria o crescimento do crédito. Executivos do BB também afirmam que o índice de Basiléia do banco tem se mantido praticamente estável nos últimos anos apesar do crescimento da carteira justamente devido ao lucro líquido acumulado no período.

Caso o banco insista em concretizar aquisições de grande parte, uma das soluções possíveis também passaria pelo pagamento em ações. Esse modelo de negócios é o que prevaleceu nas fusões mais recentes do setor bancário, como a própria operação que uniu o Itaú e o Unibanco. O risco de diluição dos atuais minoritários do BB, em transações com trocas de ações, é pequeno, segundo os analistas, porque os bancos estaduais visados pelo BB não são grandes o bastante para causar distorções drásticas. A diluição só seria relevante em caso de uma grande aquisição.

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