Bancos apostam em ações e fundos de renda variável em 2006
De acordo com estudo, instituições financeiras acreditam que investidores estrangeiros aumentarão aporte de recursos no mercado de capitais
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A aposta das instituições financeiras é de que 2006 será um ano forte em investimentos no Brasil - essa é a conclusão da sétima edição de um estudo anual realizado pela consultoria Mercer Investment Consulting com 23 bancos estabelecidos no país. De acordo com a pesquisa, destinada a fundos de pensão, a expectativa é de que brasileiros e estrangeiros devem direcionar neste ano mais recursos para fundos e ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Do total de entrevistados, 94% esperam que estrangeiros coloquem mais dinheiro no mercado de capitais do Brasil - apenas 6% crêem que o fluxo será negativo. Já 76% dos bancos prevêem aumento de recursos de brasileiros no mercado de capitais, contra 24% que acreditam em queda. "A conclusão principal é que do ponto de vista do cenário econômico o ano de 2006 deve ser positivo para o investidor com a perspectiva de crescimento global", diz Thyrso Pizzoferrato, líder da área de investimento da Mercer.
A Bovespa, segundo os bancos, será uma boa opção de investimento: eles esperam, em média, valorização acumulada no ano de 29,7%. Os maiores ganhos devem ficar concentrados nas ações de Petrobras, Vale do Rio Doce, Ambev, Itaú e Transmissão Paulista (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), nesta ordem.
Já no topo da lista de setores mais atrativos ficou o petroquímico, com sete menções em pesquisa aberta. O comércio e a mineração empataram em segundo lugar, com cinco menções, deixando logo atrás Internet, com quatro citações, e bancos, com três.
Fundos
Quando o quesito abordado foram os fundos de investimentos, as instituições elegeram a renda variável com gestão ativa como a mais promissora. A renda fixa, também com gestão ativa, ficou em segundo lugar. Na lanterna, como fundo com pior rendimento esperado, ficou a renda fixa cambial.
Individualmente, os fundos citados como mais rentáveis em 2006 foram os de Investimentos em Direitos Creditórios (FDIC), as debêntures e os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).
Possíveis riscos
Os bancos também opinaram sobre os principais riscos aos rendimentos esperados. Para eles, o maior temor está na economia dos Estados Unidos. "Isso já foi notado no ano passado. Eu acho que é um fator de acompanhamento e atenção. Um problema na economia americana causa impacto justamente no investimento direto, apontado em segundo lugar como fator mais crítico", diz Pizzoferrato.
Atrás do temor de que os investimentos diretos sejam reduzidos vem o medo de desestabilização da economia por conta das eleições para a Presidência da República neste ano. A surpresa foram os juros, que não apareceram entre os fatores mais críticos apesar de repetidamente questionados pelo setor privado.