Minhas Finanças

As ações preferidas da Fator para 2011

Corretora vê Ibovespa em 75.000 pontos ao final do próximo ano e recomenda a investidores manter parte do dinheiro em caixa

Capitalização da Petrobras: para Fator, ações da estatal estão prontas para subir (Divulgação)

Capitalização da Petrobras: para Fator, ações da estatal estão prontas para subir (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 09h04.

A Fator Corretora divulgou o tradicional relatório anual de estratégia, em que aponta as ações melhor posicionadas para registrar valorização nos próximos 12 meses. O tom geral do relatório é pessimista. O preço-alvo para o Ibovespa em dezembro de 2011 é de 75.000 pontos. Apesar do potencial de alta de mais de 10%, a previsão para o índice é mais baixa que a da maioria das outras casas de análise que já divulgaram suas previsões para 2011.

A estrategista-chefe da Fator, Lika Takahashi, acredita que as ações não estão baratas nem no Brasil nem no exterior. Os papéis do S&P 500, - atualmente o índice de maior visibilidade nos EUA - historicamente são negociados por uma média de 15 vezes o lucro dos últimos 12 meses. Mas cálculos de analistas da Smithers & Co e de Robert Shiller indicam que atualmente esse múltiplo está entre 18 e 20 vezes. No Brasil, o preço/lucro para 2011 é de 15 vezes, contra uma média histórica de 10 vezes. "O Brasil fez a lição de casa e merece um prêmio em relação à média histórica, mas 12 vezes me parece justo para um país que tem gargalos logísticos que podem limitar a expansão no médio prazo (lembram-se do apagão de 2001?) e ainda precisa implementar reformas estruturais", escreveu Lika.

A analista também demonstra temores com a economia mundial. "Continuo preocupada com o crescimento global, com os limites, credibilidade e apoio da sociedade aos governantes e autoridades monetárias, e com a falta de convergência de políticas de ações ao redor do mundo. Há sérios desequilíbrios globais que deverão persistir por um período considerável. Atualmente eles são mais visíveis na Europa, onde a moeda única criou vários problemas. Nos EUA, a dívida privada ainda está muito alta e precisa ser ajustada, e o setor imobiliário continuará a ser uma draga para o crescimento. Na China, a moeda desvalorizada cria dificuldades para a conversão de uma economia baseada em investimento para uma economia baseada em consumo. No resto do mundo, inflação crescente, valorização cambial indesejada e superaquecimento da economia são desafios."

Nesse contexto, "a melhor opção é aquela que a maioria dos investidores não gosta ou não quer: ter reserva de caixa." Veja na próxima página as avaliações e indicações da Fator para a parcela dos recursos que será destinada à bolsa:


Commodities - A preferida é a Petrobras. Após a queda de 30% em 2010, as ações da estatal estão prontas para se beneficiar de quatro fatores: 1) A demanda por petróleo continua firme; 2) A estatal será a única grande empresa de petróleo do mundo a ter crescimento significativo de produção nos próximos anos; 3) A geração de caixa permanecerá sólida no médio prazo porque a maioria da produção virá do pós-sal; e 4) A produção está basicamente voltada para atender o mercado interno, que mantém boas perspectivas de crescimento. Entre as "blue chips" cobertas pela Fator, a Petrobras é a que possui maior potencial de valorização. "Talvez a Petrobras ainda demore para cair novamente no gosto do mercado, mas acredito que será o call mais importante de 2011. Compra", escreveu ela.

Bancos - A Fator prefere o Itaú Unibanco porque as sinergias da fusão entre as duas instituições ficarão mais visíveis em 2011. É melhor investir em bancos grandes que pequenos.

Logística - Recomendação de compra para Log-In, Santos Brasil e Wilson Sons. A recuperação gradual da economia global, o crescimento doméstico e o fluxo crescente de importações tornam o segmento atraente.

Bebidas - A AmBev deve continuar a apresentar bons resultados com o crescimento da massa salarial e o consumo de produtos de maior valor agregado.

Energia elétrica - A Copel é a principal aposta. Com a saída do governador Roberto Requião, o risco político que pairava sobre a empresa diminuirá. A Copel também não possui concessões a serem renovadas - o que diminui o risco regulatório. Light e Cemig também são interessantes.

Telecom - As escolhas se recaem sobre as ações da Vivo e da Telesp, que devem passar por um processo de consolidação no primeiro semestre de 2011. A Fator também gosta da empresa de call center Contax e das ações ordinárias da Oi.

Construção civil - A preferida é a PDG Realty. Os incentivos ao setor deverão continuar no governo Dilma. No entanto, a construção exige cuidados porque as vendas são pró-cíclicas enquanto o desembolso de caixa geralmente é anticíclico.

Outros setores - A Confab é boa opção porque deve se beneficiar do desenvolvimento de novos projetos da Petrobras. A Marcopolo possui perspectivas favoráveis com a renovação da frota dos ônibus rodoviários. O UOL pode ganhar com o grande avanço da publicidade on-line e devido aos múltiplos baratos. A Valid (ex-ABNote) é líder em todos os segmentos em que atua e deve continuar a se recuperar nos próximos trimestres. A Localiza tem ótima gestão, bom modelo de negócios e expectativa de crescimento com a Copa e as Olimpíadas.

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