As ações mais recomendadas para dezembro

São Paulo – As ações da Suzano são as campeãs de indicações para o mês de dezembro. A fabricante de papel e celulose foi sugerida em 12 das 19 carteiras recomendadas de ações recebidas por EXAME.com.

Em seguida, a ação mais indicada foi a Cielo , presente em 11 carteiras. E em terceiro lugar, empatadas, ficaram as ações da Ambev e da BRF , com dez indicações cada uma.

A carteira da corretora TOV apresentou a melhor rentabilidade do mês de novembro, uma alta de 5,74%. Já o pior desempenho foi registrado pela carteira da Elite, que caiu 3,90% no mês.

Justificativa para as indicações

Conforme destacam os analistas da Ativa, a Suzano ( SUZB5 ) é a segunda maior fornecedora de celulose e fibra de eucalipto do mundo e boa parte de sua produção é voltada para o mercado externo, o que é extremamente positivo no atual cenário de apreciação do dólar , ainda mais diante da expectativa de ampliação da valorização da moeda norte-americana no mês de dezembro.

Para o Bradesco, a Suzano também tem sido bem-sucedida no desenvolvimento de novas tecnologias, como é o caso da celulose tipo fluff, que pode ser usada em fraldas e absorventes e recentemente foi aprovada em testes realizados por consumidores.

Tanto a Ativa, quando o Bradesco, citam ainda o sucesso da unidade fabril da Suzano em Imperatriz, no Maranhão. Inaugurada em 2014, a fábrica já tem contribuído para elevar o volume de vendas da empresa e possibilitou o aumento do seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no balanço do último trimestre (entenda o Ebitda ).

Para justificar a indicação da Cielo ( CIEL3 ), analistas do Citi afirmam que o uso de cartões vem aumentando no Brasil e a Cielo é a empresa melhor posicionada para captar essa expansão do setor, já que ela é líder de mercado no segmento. A Geral Investimentos também destaca que a atividade da empresa possibilita fortes e constantes gerações de caixa.

A Quantitas afirma ainda que a Cielo tem boas perspectivas não apenas na sua atuação principal, no mercado de adquirência, que credencia lojistas para a captura de transações com cartões, como em outras atividades, tais como: o aluguel de maquininhas de cartão (POS); investimentos realizados no exterior; e a gestão de pagamentos do cartão Ourocard, administrada pela Cateno, joint venture da Cielo com o Banco do Brasil.

A Ambev ( ABEV3 ) é indicada, segundo a Planner, porque a empresa é capaz de manter bons resultados financeiros, mesmo em um momento difícil para a economia brasileira .

Outro diferencial da empresa, segundo a corretora Guide, é o crescimento de vendas de produtos premium. “A estratégia de focar em novas 'ocasiões de consumo', disputando com produtos substitutos como o vinho, vodka, cachaça, whisky e outras bebidas quentes, deve ser o novo pilar de crescimento da Ambev”, afirma o relatório da Guide.

Já os analistas da Um Investimentos justificam a indicação da BRF ( BRFS3 ) pelo aprimoramento da eficiência operacional da empresa. Segundo a corretora, a fabricante de alimentos também é beneficiada pela desvalorização do dólar, já que parte de sua receita é baseada em importações.

Bolsa fecha em baixa e cenário não é animador

Depois de fechar o mês de outubro em alta, o Ibovespa , principal índice de referência da bolsa brasileira , encerrou novembro com queda de 1,64%, acumulando perda de 9,77% no ano de 2015.

Conforme destaca a Ativa, o clima político mais ameno parecia trazer um fio de esperança ao ajuste fiscal . “No entanto, a reviravolta com a prisão de Delcídio do Amaral instaurou novamente a crise política e colocou em risco não só a estabilização das contas públicas e a permanência da presidente no cargo como também renovou os temores sobre um possível downgrade do Brasil, com a chegada da S&P”.

Apesar dos sinais de que a bolsa poderia fechar o mês em alta, as prisões de Amaral e do banqueiro André Esteves, em 25 de novembro, abalaram o mercado, que fechou os últimos dias do mês em queda. “Ações como a do Banco BTG Pactual, JBS, Marfrig, Petrobras e bancárias foram os grandes destaques de queda, por já terem sido citadas anteriormente em possíveis fraudes envolvendo as operações 'Lava Jato' e 'BNDES'", diz o relatório da Alpes/Wintrade.

A corretora sugere que em dezembro o investidor evite as ações de mineradoras e principalmente de siderúrgicas, já que o governo estuda o aumento da taxa de importação do aço. “Fique de olho nas exportadoras e empresas que se favorecem com alta da moeda americana. Podemos citar aqui empresas como Embraer, Fibria, Suzano, Klabin entre outras”, afirma o relatório da Wintrade.

As corretoras também destacam que em dezembro os juros básicos da economia norte-americana podem ser elevados. Segundo pesquisa realizada pela Bloomberg, 72% dos traders do mercado norte-americano acreditam que a taxa de juros do país vai aumentar em dezembro.

Assim, investidores tendem a migrar suas posições para o mercado norte-americano em busca de maiores retornos, o que deve reduzir a circulação de dólares em outros países, sobretudo nos emergentes, e gerar uma valorização da moeda. Por essa razão, as corretoras acreditam que as empresas exportadoras devem ser os principais destaques de alta da bolsa brasileira neste mês.

Veja a seguir as carteiras de ações recomendadas pelas corretoras para o mês de dezembro.

Ativa

Desempenho em novembro: 1,57%. Desempenho no ano: +1,89%.

Ação incluída: São Martinho. Ação retirada: BRF.

BB Investimentos

Desempenho em novembro: +0,40%. Desempenho no ano: -7,33%.

Ações incluídas: Embraer, SulAmérica e Weg. Ações retiradas: Ambev, CPFL, Hypermarcas, Itaú Unibanco, Taesa e Ultrapar.

Bradesco

Desempenho em novembro: +2,8%. Desempenho no ano: +2,1%.

Ações incluídas: Kroton e Suzano. Ações retiradas: CCR e Klabin.

Citi

Desempenho em novembro: +2,03%. Desempenho no ano: +10,07%.

Ação incluída: BRF. Ação retirada: CPFL.

Coinvalores

Desempenho em novembro: +1,80%. Desempenho no ano: -7,89%.

Ações incluídas: BRF, Cetip e CPFL. Ações retiradas: AES Tietê, Hypermarcas e JBS.

Elite

Desempenho em novembro: -3,90%. Desempenho no ano: -13,20%.

Não houve alterações na carteira.

Geração Futuro

Desempenho em novembro: -0,20%. Desempenho no ano: -4,10%.

Ação incluída: Lojas Renner. Ação retirada: Itaú.

Geral Investimentos

Desempenho em novembro: +0,79%. Desempenho no ano: +8,11%.

Ações incluídas: BB Seguridade e Raia Drogasil. Ações retiradas: Itaú Unibanco e JBS.

Guide

Desempenho em novembro: +3,48%. Desempenho no ano: +3,34%.

Não houve alterações na carteira.

Lerosa

Desempenho em novembro: +3,71%. Desempenho no ano: -1,05%.

Ações incluídas: Minerva e Klabin. Ações retiradas: Ultrapar e Vivo.

Magliano

Desempenho em novembro: -2.8%. Desempenho no ano: -12,5%.

Ações incluídas: BRF e Cetip. Ações retiradas: Eletropaulo, Gerdau e Vale.

Planner

Desempenho em novembro: -2,78%. Desempenho no ano: -12,42%

Ações incluídas: Fibria, SLC Agrícola e Valid. Ações retiradas: Ferbasa, Kroton e Taesa.

Quantitas

Desempenho em novembro: -3,17%. Desempenho no ano: -10,63%.

Ações incluídas: Suzano e Weg. Ações retiradas: Ultrapar.

Rico

Desempenho em novembro: +0,25%. Como a metodologia da carteira foi alterada em junho, não foi divulgado o desempenho no acumulado de 2015.

Ações incluídas: BR Malls, Embraer, Equatorial, Fibria, Gerdau, Guararapes, Porto Seguro e Weg. Ações retiradas: Cemig, Cosan, Hypermarcas, Iguatemi, Localiza, Natura, Qualicorp e Telefônica Vivo.

TOV

Desempenho em novembro: +5,74%. Desempenho no ano: +9,56%.

Ações incluídas: CPFL, Cielo e Valid. Ações retiradas: Hypermarcas e Minerva.

Um Investimentos

Desempenho em novembro: -0,81%. Desempenho no ano: -1,27%.

Ações incluídas: BB Seguridade, BRF, BM&FBovespa e CSN. Ações retiradas: Par Corretora, Raia Drogasil, Taesa e Tupy.

Walpires

Desempenho em novembro: +1,10%. Des empenho no ano: +2,20%.

Ações incluídas: Eletrobras, Embraer, Fibria, Gerdau, Prumo e Sabesp. Ações retiradas: BM&FBovespa, Bradesco, Cemig, Hering, Hypermarcas, Iochpe-Maxion, Natura e Oi.

Wintrade

Desempenho em novembro: +2,18%. Desempenho no ano: -1,65%.

Ações incluídas: Hypermarcas, São Martinho, Suzano e SulAmérica. Ações retiradas: Cosan, Iochpe-Maxion, Klabin e Kroton.

XP Investimentos

Desempenho em novembro: +2,7%. Desempenho no ano: -0,2%.

Não foram realizadas alterações na carteira.