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Resultados ruins derrubam ações da Vale

Papéis caem mais de 7% com queda de 72% no lucro líquido em relação ao terceiro trimestre

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O desempenho da Vale no quatro trimestre de 2008 foi considerado fraco pelos analistas. Os resultados vieram abaixo do esperado pelo mercado, provocando uma forte queda nas ações nessa sexta-feira (20/2). Às 16h05, os papéis caíam 7,45%, para 27,57 reais.

A redução na demanda, ocasionada pela crise global, fez o lucro líquido em dólares (modelo US GAAP) da empresa encolher 72% nos três últimos meses de 2008 em relação ao trimestre anterior, ficando em 1,4 bilhão de dólares. Em reais (modelo BR GAAP), o recuo foi menor (16%), mas os números poderiam ser bem piores se não fosse pelo forte resultado financeiro. Graças à valorização do dólar sobre o real, a mineradora elevou em 94% seu resultado financeiro, que totalizou 2,5 milhões de reais.

As vendas, no entanto, recuaram 38,2% no período, para 7,2 bilhões de dólares. Os custos de produção, por sua vez, não caíram na mesma medida, recuando apenas 31,2% e achatando as margens de lucro da empresa. Para a analista Luciana Leocadio, da corretora Ativa, embora a Vale tenha adotado medidas para minimizar seus custos, os efeitos dessas ações deverão ser sentidos apenas nos próximos resultados.

A mineradora decidiu mudar sua estratégia, substituindo o foco no rápido crescimento para o corte máximo de custos. Com isso, os analistas acreditam que nos próximos balanços a companhia vá recuperar suas margens, que foram fortemente impactadas nos últimos três meses de 2008. A margem de lucro antes de juros, impostos amortizações e depreciações ficou em 37,7% no trimestre, 17,1 pontos percentuais abaixo da verificada no trimestre anterior e 4,9 pontos percentuais inferior à registrada no mesmo período de 2007. A companhia apresentou queda em sua eficiência operacional, com os custos subindo de 40% para 45% de sua receita bruta do terceiro para o quarto trimestre.

"Os números não vieram bons, mas este deve ser o pior trimestre em relação ao volume de vendas, já que há sinais de que a China está voltando a comprar, tanto minerais ferrosos como não ferrosos", ressalta a corretora Link em relatório. O balanço do primeiro trimestre de 2009, destaca a corretora Socopa, ainda não deve ser considerado bom, mas a expectativa é de melhora. Com a redução dos estoques na China, o mercado espera que, aos poucos, as vendas voltem a crescer. Atualmente, a Ásia contribui com 42% do faturamento da Vale, sendo o principal destino para os produtos da mineradora. Os minerais ferrosos representam 64% das receitas e, no curto prazo, a Link classifica como positiva a falta de diversificação da companhia, já que os preços do minério de ferro são reajustados anualmente, não ficando, portanto, suscetíveis ao sobe-e-desce do mercado.

Numa época de forte restrição de crédito, a Vale desfruta também da vantagem de apresentar uma confortável situação financeira, registrando 12,6 bilhões de dólares em caixa e apenas 322 milhões de dólares em dívidas com vencimento em 2009. Esse fator, juntamente com a perspectiva de recuperação nas vendas e melhoria nos custos, faz com que os analistas mantenham suas recomendações de compra para as ações mesmo diante dos maus resultados do quarto trimestre. A corretora Brascan estima um potencial de valorização de 75% para as ações, que chegariam ao final do ano cotadas a 52,07 reais. A Socopa é ainda mais otimista e projeta uma alta de 121% para os papéis, que têm preço-alvo de 65,40 reais.
 

 

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