A possibilidade de fusão entre duas das maiores operadoras de telefonia agitou o mercado financeiro nesta quinta-feira. Notícias de que a Oi (ex-Telemar) compraria o controle da Brasil Telecom por 4,8 bilhões de reais surgiram ontem (09/01). Hoje Oi e Brasil Telecom divulgaram notas confirmando as negociações, mas disseram que nenhum acordo foi assinado ainda. O mercado, entretanto, deu a fusão e o valor como certos. Os papéis preferenciais da Brasil Telecom (BRTP4) encerraram o pregão com queda de 6,11%, a 26,55 reais. Em contrapartida, as ações preferenciais da Oi com maior liquidez (TNLP4) subiram 13,6% hoje e fecharam o pregão a 44,10 reais. Já as ordinárias (TNLP3) obtiveram alta de 10,44%, a 74 reais.

O mercado acredita que as operadoras só aguardam o governo adequar a legislação para que o negócio seja oficializado. O Plano Geral de Outorgas impede que operadora de uma área de concessão compre a de outra região sem abrir mão da primeira licença. No entanto, membros do governo, principalmente o ministro Hélio Costa (Comunicações), já afirmaram diversas vezes que apóiam o negócio. O decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que mudaria a legislação é esperado para as próximas semanas.

Caso tudo saia como planejado, a fusão levaria os empresários Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, do grupoLa Fonte, ao controle da nova gigante do setor de telecomunicações brasileira, que só não teria posição dominante no estado de São Paulo e acumulou faturamento de 27 bilhões de reais nos nove primeiros meses de 2007. Com a reestruturação, o fundo de private equity GP deixaria o bloco de controle da Oi e o Citigroup venderia sua parte na Brasil Telecom. Manteriam participação na nova tele fundos de pensão como a Previ e também o BNDES, embora as fatias de cada um ainda estejam indefinidas.