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A empresa em que Luiz Barsi investe há mais 40 anos 

Recentemente, o investidor afirmou que aproveitou a queda da bolsa brasileira e a desvalorização das ações para comprar mais papéis

Luiz Barsi: a troca de comando das empresas não influencia na sua decisão de investimento, que é sempre focada no longo prazo (Germano Lüders/Exame)

Luiz Barsi: a troca de comando das empresas não influencia na sua decisão de investimento, que é sempre focada no longo prazo (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 14 de abril de 2021 às 11h58.

Última atualização em 14 de abril de 2021 às 12h49.

O bilionário Luiz Barsi, um dos maiores investidores como pessoa física do país, desenvolveu um método próprio de investimento, denominado de “carteira previdência”. A estratégia consiste em direcionar todos os investimentos para ações de empresas sólidas e que sejam boas pagadoras de dividendos, visando a formação de um patrimônio de longo prazo. Segundo Barsi, o objetivo é investir em bons projetos para parceria de longo prazo. É assim com as ações do Banco do Brasil. O bilionário é investidor da estatal há 41 anos. 

Em um vídeo publicado pelas redes sociais na última terça-feira, 13, Barsi, em uma conversa com a sua filha, Louise Barsi, comentou sobre um relatório antigo do BB, de 2005. Ao analisar o material, eles destacaram que naquela época, Barsi já era investidor do banco há 25 anos. 

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Em 2005, Barsi afirmou, segundo o relatório do Banco do Brasil, que comprava ações do BB reinvestindo sistematicamente os dividendos. “Hoje, elas me dão uma renda complementar generosa. Assisto agora à celebração dos 100 anos de circulação das ações do BB... Fico feliz por instruir meus filhos e netos a comprarem ações, com a certeza de que elas garantem seu futuro."

Desde da divulgação do relatório, Barsi segue investindo nas ações do BB. Recentemente, o investidor afirmou que aproveitou a queda da bolsa brasileira e a desvalorização da estatal para comprar mais ações do banco. 

BB na Bolsa

Desde janeiro até agora, as ações do Banco do Brasil acumulam desvalorização de 22%. O banco tem passado por mudanças de gestão. Após a renúncia do presidente André Brandão em março, mais dois executivos deixaram o cargo esta semana. Carlos André,  vice-presidente Gestão Financeira e de Relações com Investidores, por motivo de aposentadoria, e de Mauro Ribeiro Neto, por motivos pessoais, ao cargo de vice-presidente Corporativo.

A saída do presidente do BB foi associada à pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro, depois que Brandão anunciou um plano de reestruturação que envolvia fechamento de agências e demissão voluntária de funcionários. 

Para Luiz Barsi, a troca de comando das empresas não influencia na sua decisão de investimento, que é sempre focada no longo prazo. De acordo com o investidor bilionário, os ruídos políticos sempre existirão no Brasil.  

“Nós temos que ter consciência que as empresas estatais têm um controlador, que é o Tesouro Nacional, mas nem sempre o controlador é o dono. Vimos isso acontecer com a Petrobras. As interferências políticas nas estatais sempre aconteceram”, disse durante a live do projeto Ações Garantem Futuro no Youtube, no final de março. 

Ele explicou que o mercado analisa o perfil do executivo que foi escolhido para ocupar o cargo de presidente da estatal. Segundo Barsi, se o escolhido se mostrar simpático ao mercado, as ações passam a ter uma atratividade maior e com uma expectativa mais favorável. Já se o indicado ao cargo de presidente não tem o aval do mercado, os papéis acabam tendo menos atratividade.

“Não é o presidente indicado ao cargo que irá alterar a dinâmica operacional da companhia. A dinâmica não se altera. A empresa vai continuar gerando resultado e pagando dividendos independentemente da escolha.”

No começo do mês, o novo presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, enviou uma mensagem aos funcionários do conglomerado em seu primeiro ato após tomar.

Na carta, obtida pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), ele prometeu "austeridade" nas despesas e sequência à agenda de venda e de reorganização societária de negócios secundários, movimento que já está em curso na instituição. Ao mesmo tempo, tentou mostrar alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro, contrário à privatização da instituição. No acumulado do mês, as ações do BB têm queda de 2,62%. Já no pregão desta quarta-feira, 14, os papéis subiam 0,33% sendo vendidos a R$ 29,65. 

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