70% dos brasileiros passaram a poupar mais na pandemia
Medo do futuro, preocupação com despesas médicas e menos gastos com lazer foram principais motivos para guardar dinheiro
Marília Almeida
Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 15h23.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 17h50.
Incertezas sobre o futuro e medo dos desdobramentos da pandemia. Essas são as principais causas que levam mais brasileiros a poupar , detectada em pesquisa realizada este mês pela Toluna. Entre os entrevistados, 70% confirmaram que passaram a economizar mais por conta do vírus da covid-19.
E quais os principais motivos para guardar dinheiro? O maior deles é o medo do futuro (65%), seguido pela preocupação com possíveis despesas médicas (32%). Já 26% das pessoas entrevistadas revelaram que passaram a economizar durante a quarentena, pois não tiveram como gastar com despesas de lazer, como restaurantes e viagens.
“Começar a poupar” parece uma meta fácil de cumprir, certo? Basta reservar uma parcela dos rendimentos e pronto. Só que não é bem assim. Vários estudos indicam que existe uma diferença de mentalidade entre o poupador e o gastador e a principal delas está na motivação e na metodologia para poupar. Confira o curso Comece a Poupar, da EXAME Academy.
Além disso, muitos dos entrevistados (39%) concordam que a pandemia atrapalhou completamente qualquer tipo de planejamento financeiro, enquanto apenas 3% afirmaram que o vírus não interferiu em seus planos econômicos.
Paradoxalmente ao desejo de poupar, 59% dos entrevistados revelaram possuir dívidas, a maioria com cartões de crédito (58%), seguido por bancos (38%) e financiamentos (31%). Para 18% dos que responderam à pesquisa, 40% dos seus ganhos estão comprometidos com dívidas.
Sobre o interesse em investir na bolsa ou outros tipos de aplicações: 29% dos que responderam ao questionário afirmaram que investem seu dinheiro em bancos, enquanto 16% em bancos e também plataformas específicas.
A maior parte dos entrevistados (79%) concorda ser abusivo o aumento perpetrados pelos planos de saúde no último ano. Como resultado, 28% estão avaliando uma possível troca de operadora de planos para amenizar os gastos.
A pesquisa da Toluna foi realizada entre os dias 3 e 4 de fevereiro de 2021, com 820 pessoas (45% homens e 55% mulheres) das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, no qual pessoas da classe C tem renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês.
O estudo foi feito com pessoas acima de 18 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de nível de confiança.