19 corretoras recomendam ações para setembro

São Paulo – As recomendações de ações para setembro continuam concentradas em empresas com foco no mercado interno, que são menos imunes aos reflexos provocados pela crise internacional, mostra um levantamento realizado por EXAME.com com 19 carteiras de bancos e corretoras . O Ibovespa encerrou o mês de agosto aos 57.061 pontos, com alta de 1,72%. A maioria das carteiras recomendadas para o último mês tiveram performances positivas, algumas superando o Ibovespa.

As expectativas sobre os estímulos econômicos nos Estados Unidos e na Europa e os incentivos do governo a nível nacional – como a prorrogação da redução do IPI para linha branca, materiais de construção e automóveis – são destacados pelos analistas como fatores que podem influenciar os resultados da bolsa neste mês.

Apostando em uma leve recuperação da economia brasileira, mas ainda com certa cautela sobre os possíveis efeitos da crise externa, as corretoras buscaram incluir nas carteiras papéis de empresas ligadas ao setor de consumo, como Hering e BR Malls (rede de shopping centers). E grandes redes de farmácia, como a BR Pharma e a Raia Drogasil também marcam presença nas carteiras pelo perfil mais defensivo, uma vez que oferecem produtos com demanda estável.

Alguns analistas também acreditam em um reaquecimento da demanda no setor de infraestrutura – resultado do pacote anunciado pelo governo, que deve injetar 133 bilhões de reais no setor-, optando pela inclusão da Gerdau. As ações do Itaú Unibanco também foram incluídas em algumas carteiras, sobretudo pelos recentes resultados apresentados pelo banco, que superaram as expectativas do mercado.

O resultado de novas reuniões dos Estados Unidos e da União Europeia irão definir se novas medidas de estímulo econômico serão anunciadas. Em caso positivo, analistas acreditam que as bolsas em todo mundo devem subir e em caso contrário, o cenário pode se deteriorar. A situação na China, que cada vez tem demonstrado mais sinais de desaceleração econômica, também ficará no foco dos analistas. O país é um dos principais importadores das commodities brasileiras e a redução das importações pode afetar diretamente as empresas nacionais.

Veja a seguir as carteiras de ações recomendadas pelas corretoras para o mês de setembro:

Ágora e Bradesco

A carteira Top 10 da Ágora e do Bradesco teve alta de 1,1% em agosto.

Papéis incluídos: Br Brokers, Oi e Ultrapar. Papéis retirados: BR Malls, Cielo, TIM e Lojas Americanas.

Os analistas não divulgaram análises ou comentários sobre a carteira sugerida

Alpes/Wintrade

A carteira da Alpes/Wintrade teve alta de 1,69% em agosto. No ano, a carteira acumula alta de 26,11%, contra 0,54% do Ibovespa.

Papéis incluídos: Gerdau e Vale. Papéis retirados: Ambev e Multiplus.

Para setembro, os analistas do Wintrade, home broker da Alpes Corretora, retiraram as ações da Multiplus, por causa da desvalorização de 12,64% em agosto. A Ambev também foi retirada por causa do reajuste do IPI de bebidas frias, que passa a valer no dia 1 de outubro e deve impactar negativamente as vendas da companhia. Segundo a corretora, a Vale entra porque suas ações estão sendo negociadas a valores atrativos e porque a queda no preço do minério de ferro não deve persistir a longo prazo. E a recomendação da Gerdau ocorre por conta do aquecimento das vendas de aço longo e pela queda na cotação de insumos para a produção do aço.

Ativa

Em agosto, a carteira da Ativa teve valorização de 1,03%.

Papéis incluídos: BR Properties, CCR, Magazine Luiza e Pão de Açúcar. Papéis retirados: CPFL, BMF&Bovespa e Lojas Renner.

A BR Properties foi incluída na carteira em função das boas perspectivas de crescimento para o setor de imóveis comerciais no país, segundo os analistas. Os papéis da Magazine Luiza também foram sugeridos em função da recente melhoria nas margens da empresa, que vinham sendo prejudicadas por despesas decorrentes da integração com a Lojas Maia e Lojas do Baú. Sobre o Pão de Açúcar, os analistas esperam que a empresa se beneficie da prorrogação do IPI e também apostam na ação pelo fato de sua atuação no setor de alimentos lhe garantir uma posição defensiva em momentos de crise. Por fim, as ações da CCR foram incluídas pois os analistas acreditam que a disciplina de capital da companhia e o seu saudável nível de endividamento a deixam em uma posição vantajosa em relação aos concorrentes nos leilões de concessões que deverão ocorrer a partir de 2013.

BB Investimentos

Em junho a carteira do BB Investimentos teve alta de 1,72%. E no ano, a carteira acumula alta de 5,7%.

Papéis incluídos: BTG Pactual, Ecorodovias, Eztec, Fibria, Gerdau, Randon, Ultrapar e Usiminas. Papéis retirados: Copel, JSL, Mahle, MRV, Natura, Raia Drogasil e Tractebel.

Os analistas não comentaram as alterações, apenas enfatizaram que em setembro as trajetórias das bolsas serão influenciadas pelo pronunciamento do Fed, banco central americano, no dia 13, que irá definir se serão realizadas novas medidas de incentivo econômico. Segundo eles, o anúncio injetaria ânimo nos investidores pelo mundo e as bolsas subiriam. Mas, caso isso não ocorra o cenário tenderá a se deteriorar rapidamente.

BI&P Indusval & Partners Corretora

Em agosto a carteira sugerida da corretora subiu 2,33%.

Papéis incluídos: BM&Bovespa, Kroton e Iochpe-Maxion. Papéis retirados: Autometal, Eternit e Petrobras.

A corretora afirma que, mesmo que os EUA e a Europa anunciem novas medidas de estímulo monetário, nem todos os problemas serão solucionados. Por isso, a carteira permanece mais conservadora, privilegiando papéis com maior liquidez e com expectativa de resultados futuros. A Autometal sai da carteira para a realização de lucros após forte valorização nos últimos dois meses; a Eternit sai por problemas envolvendo o amianto, que foram levados à justiça; e a Petrobras deixa a carteira pela falta de novos reajustes de combustíveis. A BM&Bovespa entra pela posição mais agressiva, caso o mercado comemore as novas medidas externa, a Kroton foi incluída pelos resultados consistentes e a Iochpe-Maxion pela boa perspectiva para 2013.

BTG Pactual

A carteira 10SIM™ do BTG Pactual teve alta de 5,1% em agosto. No ano, a carteira apresenta alta de 10,5%.

Papéis incluídos: Br Pharma, Cosan, Even, Minerva e Pão de Açúcar. Papéis retirados: BR Malls, Embraer, Klabin e Valid.

Os analistas do BTG Pactual avaliam que a economia global continua inspirando cautela e decidiram manter o risco da carteira baixo em setembro. Eles acreditam que a economia brasileira acelere no final do ano, por isso 80% da carteira é composta por papéis de empresas voltadas ao setor doméstico. A corretora afirma que continua evitando papéis como Vale e Petrobras, por causa do cenário global pouco inspirador, que deve afetar as empresas exportadoras de commodities. Foram adicionados os papéis do Pão de Açúcar e da Minerva, que devem se beneficiar com a inflação dos produtos de alimentação e também Cosan e BR Pharma, pela confiança no bom desempenho em empresas voltadas ao mercado de consumo. É por este motivo também que os analistas mantiveram na carteira as ações das Lojas Americanas e Duratex.

Citi Corretora

A carteira recomendada da Citi Corretora teve valorização de 1,34% em agosto.

Papéis retirados: Vivo e MRV. Papéis incluídos: TIM e Embraer.

Segundo os analistas, apesar de a TIM ter sido mais afetada pelas medidas recentes da Anatel, ela foi incluída no lugar da Vivo porque eles acreditam que os prejuízos já foram incorporados aos preços das ações e a empresa está sendo negociada com valores abaixo dos observados na Vivo. E a Embraer foi incluída no lugar da MRV para que a carteira possa se aproveitar de uma eventual melhora nas perspectivas para os mercados de países desenvolvidos, como as medidas de estímulo que podem ser anunciadas em breve. Ainda assim, a corretora mantém na carteira de setembro a preferência por ações defensivas e com atuação focada no mercado interno.

Fator Corretora

A corretora do Banco Fator não divulgou a rentabilidade da carteira no mês passado e também não informou quais foram os papéis incluídos e retirados da carteira de setembro.

No relatório mensal, a corretora avalia que a bolsa brasileira continua “generalizadamente precificada” e poucas ações parecem atraentes. Os analistas acreditam que, mesmo que a zona do euro se estabilize, o crescimento de médio e longo prazo será mais baixo do que o esperado pelas projeções do mercado. Eles esperam uma estimativa de 60 mil pontos para o Ibovespa para 2012 e continuam a privilegiar ações com preservação de capital, visibilidade de resultados/fluxo de caixa e balanços fortes e gestão de qualidade.

Geração Futuro

A rentabilidade da carteira de agosto não foi divulgada no relatório mensal da Geração Futuro.

Papéis incluídos: Weg. Papéis retirados: Energias Brasil.

A corretora optou por manter a carteira com maior exposição em bancos cujos “valuations” se mostram atrativos e que oferecem boa remuneração em proventos. Os analistas também explicam que recomendaram empresas do setor de energia que devem se destacar por não ficarem tão expostas às prováveis alterações nas regras de renovação de concessões e tributação.

Geral Investimentos

A carteira recomendada Multiestratégia da Geral obteve rentabilidade de positiviva de 5,05% em agosto. E no acumulado de 2012, a carteira teve alta de 40,28%.

Papéis incluídos: Mills. Papéis retirados: Cemig.

A corretora afirma que a Mills foi incluída no portfólio porque a empresa, produtora de equipamentos de engenharia, deve se beneficiar dos investimentos em construção e infraestrutura nos próximos anos. Os analistas não fizeram comentário sobre a retirada da Cemig.

HSBC

A carteira HSBC Top Picks teve alta de 1,96% agosto. No ano, a carteira acumula alta de 5,09%.

Papéis incluídos: Energias do Brasil. Papéis retirados: Multiplan

Para o mês de setembro, os analistas reduziram a participação de setores com forte valorização no ano, como Shoppings, e elevaram a participação de ações mais descontadas e com bons fundamentos de curto e longo prazo, como Vale e Energias do Brasil. A Multiplan foi retirada da carteira para a realização de lucros, uma vez que a ação teve alta de cerca de 60% no ano de 2012. E a inclusão da Energias Brasil ocorre diante da tendência de alta do IGP-M, que é o indicador usado para reajustar 76% dos contratos de venda de energia da companhia.

Omar Camargo

A carteira da Omar Camargo apresentou variação de - 1,56% no mês de agosto. No acumulado de 2012, a carteira apresenta alta de 18,20%.

Papéis incluídos: Cosan e Oi. Papéis retirados: Sabesp e Valid.

Os analistas explicam que a entrada da Cosan deve-se principalmente ao fato de a empresa estar reduzindo sua exposição ao setor de açúcar e etanol nos últimos anos para entrar no setor de distribuição de combustíveis e também pela aquisição da Comgás, que deve beneficiar seu fluxo de caixa. E a Oi, apesar da queda em agosto (-21,63%), passa a compor a carteira pelas expectativas de crescimento da empresa, sobretudo pela oferta de serviços que têm demanda reprimida, como TV por assinatura e banda larga. Os analistas continuam baseando parte das estratégias com a expectativa de que a atividade econômica irá apresentar aceleração nos próximos meses, mas aguardam indicadores de julho e agosto que confirmem essa tese.

Pax Corretora

A carteira sugerida da PAX apresentou alta de 1,56% em agosto e alta de 18,10% no ano.

Papéis retirados: Vale e CSN.

A corretora acredita que a economia doméstica irá reagir aos estímulos fiscais e monetários, os EUA continuarão no seu ritmo de crescimento moderado, e a Europa dará prosseguimento ao seu processo de ajustes e desalavancagem. Os analistas afirmaram estar pessimistas com relação à China e suas commodities, por isso decidiram retirar Vale e CSN da carteira.

Rico/Octo Investimentos

A Carteira 8+ de agosto do Rico, home broker da Octo Investimentos, registrou alta de 2,49% contra alta de 1,72% do Ibovespa. No ano, a carteira acumula alta de 21,95% contra 0,54% do Ibovespa.

Papéis incluídos: Itaú Unibanco, MRV, Gerdau e Raia Drogasil. Papéis retirados: Cemig, Eztec, OHL e Petrobras.

A Raia Drogasil foi incluída na carteira, segundo os analistas, porque a empresa deve se beneficiar do aumento da renda disponível, envelhecimento da população, maior penetração dos remédios genéricos e pela sua participação de 21,6% no mercado paulista e 9% no mercado nacional. Os analistas esperam que a Gerdau se beneficie com os pacotes de incentivos à infraestrutura do governo e com as demandas da Copa do Mundo, do PAC e das Olimpíadas. Sobre o Itaú, apesar de o setor de bancos enfrentar ruídos no curto prazo em função da instabilidade no mercado internacional e da pressão para redução dos spreads, os analistas acreditam que o business em geral da empresa é rentável e oferece um valuation convidativo. E a MRV entra pelas boas perspectivas diante da maior oferta de crédito ao setor imobiliário e redução dos juros.

Santander

Papéis incluídos: Hering, MRV, PDG e Souza Cruz. Papéis retirados: Eztec, Iguatemi, Pão de Açúcar e Usiminas.

Os analistas acreditam que a economia doméstica verá uma recuperação no segundo semestre, com aumentos reais dos salários médios e expansão do consumo, o que deve impulsionar o preço das ações. Segundo a corretora, a Hering entra na carteira porque as ações devem se beneficiar com a recuperação da economia doméstica. A PDG entra em virtude da capitalização da empresa, que reduziu o seu nível de endividamento e que deve resultar em uma melhora operacional. A Souza Cruz passa a compor a carteira pela alta previsibilidade de caixa e a MRV por causa da expectativa de crescimento da empresa. Eztec, Iguatemi e Usiminas foram retiradas da carteira para realização de lucro depois de alta e o Pão de Açúcar foi retirado pois a corretora acredita que a empresa possui menor relação de risco-retorno do que a Hering e deve se aproveitar menos da recuperação da economia.

* Preço-alvo válido para 2013, não para 2012.

Souza Barros

No mês de agosto, a carteira da Souza Barros teve alta de 2,17% e no ano, a carteira acumula alta de 37,40%.

Papéis incluídos: BR Malls e Raia Drogasil. Papéis retirados: Cemig e Souza Cruz.

Os analistas incluíram as ações da Raia Drogasil na carteira de setembro pelo perfil defensivo da companhia, que tem pouca dependência de crédito, atividade ligada ao mercado interno e situação financeira bastante confortável. Eles destacam que a BR Malls entra na carteira pelos investimentos em expansão, que permitem que a empresa detenha a liderança no setor de empreendimentos comerciais.

TOV

Os analistas não divulgaram comentários sobre a carteira sugerida, tampouco sobre a performance da carteira em agosto.

Um Investimentos

A carteira recomendada de agosto apresentou alta de 1,55%.

Papéis retirados: Copel e Odontoprev. Papéis incluídos: Itaú Unibanco e Randon.

Os analistas justificam a entrada do Itaú na carteira principalmente pelo seu último resultado, acima do esperado pelos analistas. E a Randon foi incluída pois a redução do IPI e a maior facilidade de crédito, assim como o novo pacote de concessão de rodovias e ferrovias deverão impulsionar as vendas de caminhões, reboques e vagões, que representam 50% da receita líquida da companhia. A Copel sai da carteira devido a fracos resultados no segundo trimestre do ano e à revisão tarifária abaixo do esperado. E a Odontoprev sai após alta de 10,15% em agosto e depois dos fracos resultados do segundo trimestre de 2012.

Walpires Corretora

A corretora não realizou alterações na carteira recomendada de setembro. O analista-chefe da corretora, Leandro Martins, selecionou na carteira ações de boa liquidez e que apresentam ótimos fundamentes. As ações sugeridas, segundo ele explica, estão todas presentes no IGC – Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada, índice composto pelas melhores empresas sob a óptica de transparência, vantagens ao investidor e boas práticas de governança