São Paulo - Vive pagando juros, se deixa levar pelos altos e baixos de aplicações financeiras ou quer se aposentar cedo, mas sem fazer algum sacrifício financeiro? Fique atento: esses comportamentos prejudicam a sua vida financeira.
Construir um patrimônio sólido exige planejamento, disciplina e conhecimento. Para isso, é essencial identificar pensamentos que levam a gastos desnecessários ou até prejuízos, principalmente quando o assunto é investimento.
Veja a seguir dez comportamentos que indicam que você precisa mudar sua visão sobre o dinheiro:
1 – Sua definição de investimento de longo prazo consiste em deixar o dinheiro aplicado, até o momento em que os rendimentos começam a cair e você realiza o resgate
De que adianta se estressar com uma queda pontual dos rendimentos de uma aplicação financeira se o objetivo é investir durante 30 anos?
Nesse caso, uma eventual oscilação de preços do mercado não deveria ser o foco da preocupação, mas, sim, se as aplicações irão continuar a dar o retorno esperado durante todo esse período.
2 – Pensa que, por ser jovem, não precisa ter plano de saúde ou começar a poupar para a aposentadoria
Problemas de saúde podem ser mais raros durante a juventude, mas fato é que ninguém está imune a doenças e acidentes. Diante dessa constatação, por que confiar na sorte e correr o risco de ter prejuízos com um tratamento ao invés de se prevenir e adquirir um plano de saúde que ofereça essa cobertura?
Já se o assunto for poupar para a aposentadoria, quanto mais cedo o investimento for iniciado, maior será o rendimento e menor a necessidade de economizar uma fatia maior do salário para obter a renda desejada durante o período de inatividade.
3 – Acha que um pequeno valor de reserva financeira é sempre suficiente para cobrir um período de desemprego
Consultores financeiros costumam apontar que o valor de uma reserva de emergência deve ser equivalente a, pelo menos, três meses de trabalho. O conselho, obviamente, indica um valor mínimo. Mas, dependendo da situação, o valor a ser poupado pode ser bem maior.
O tempo médio de recolocação no mercado de trabalho em caso de desemprego pode ser maior do que três meses, por exemplo, no caso de profissionais que atuam em mercados saturados ou que se veem diante de uma crise econômica, que aumenta o índice de desemprego em um determinado setor. Nesses casos, é melhor se prevenir e reforçar o valor poupado para situações de emergência.
4 – Está satisfeito com o seu cartão de crédito, que cobra juros de 15% ao mês e converte 1% do valor gasto em compras com pontos do programa de fidelidade
Não caia na roubada de pensar que os benefícios oferecidos pelo cartão de crédito compensam o perigo de pagar juros altos em caso de descontrole financeiro, principalmente se você gasta mais do que precisa no cartão para acumular mais pontos em programas de fidelidade.
Especialistas apontam que o meio de pagamento deve ser utilizado somente para situações de emergência ou, ao menos, com parcimônia.
Se utilizado de forma controlada, e quando necessário, o cartão de crédito pode, inclusive, ser um bom instrumento de planejamento financeiro, diz Fábio Gallo, professor de finanças da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Ao dividir o pagamento de compras que não podem ser adiadas é possível controlar gastos, contanto que as parcelas caibam no orçamento.
5 –Você gasta mais com juros do que com viagens, roupas e entretenimento
Quando a maior despesa que você tem é com os juros pagos ao banco, provavelmente você não está economizando dinheiro suficiente para encarar gastos imprevistos.
Ao invés de desperdiçar dinheiro com taxas de juros que podem atingir quase 15% ao mês no cheque especial, e, rapidamente, dobrar o valor de uma dívida, busque cortar gastos supérfluos e iniciar uma reserva financeira para sair do ciclo de endividamento.
6 – Você não pensa que pode viver 90 anos ou mais ao planejar a sua aposentadoria
Quem não se sente atraído pela ideia de se aposentar aos 60 anos? Mas, diante do aumento da expectativa de vida, essa decisão exige planejamento e, principalmente, muito dinheiro.
Ao se aposentar cedo, talvez você tenha de viver mais de um terço da vida com a renda que obteve com aplicações financeiras. Assim, se sua meta for obter uma boa renda durante o período de inatividade, é melhor repensar a idade na qual você pretende se aposentar ou o valor que deverá economizar para atingir esse objetivo.
7 – Apega-se a um preço ao vender um bem, sem pensar que os compradores ignoram o que você considera como valor justo
Você comprou um imóvel esperando obter um determinado valor ao revendê-lo ou alugá-lo, mas o país passa por uma crise econômica, e os bancos dificultam financiamentos. E agora?
Apegar-se ao que você considera como preço justo quando a demanda e os preços estão em queda somente irá dificultar a venda ou locação do imóvel.
Esse comportamento pode resultar em prejuízos, seja com o pagamento de taxas de condomínio por mais tempo, enquanto o imóvel estiver vago, ou porque os preços de venda da casa ou apartamento podem passar a cair de forma mais intensa até que o preço seja revisto.
8 – Passa um bom tempo pesquisando qual celular tem o melhor custo benefício, mas investe o dobro do valor em uma aplicação recomendada por alguém que você não confia
Os investimentos têm um papel importante para que você consiga atingir objetivos pessoais e, portanto, não exigem menos cautela do que qualquer outra compra. Pelo contrário.
Por isso, evite seguir recomendações sem considerar o tamanho do seu orçamento, metas e tolerância ao risco. Além disso, não caia na cilada de calcular o potencial de uma aplicação financeira baseado em seu histórico de ganhos: esses bons resultados não serão necessariamente repetidos daqui para a frente.
Prefira investir no que você entende, no que é adequado ao seus objetivos e oferece, de fato, um bom potencial de ganho no futuro.
9 – Não muda seu plano financeiro, mesmo que a realidade tenha mudado desde o momento em que você estipulou a meta
O cenário econômico está mais incerto e o desemprego está aumentando, mas esses motivos não são suficientes para fazer com que você desista da ideia de financiar um imóvel sem ter reserva financeira suficiente para eventuais imprevistos, como perda de renda?
Um planejamento financeiro nunca deve ser estático. É necessário adaptá-lo, de tempos em tempos, a novas realidades econômicas, ao seu orçamento e ao seu estilo de vida. Caso contrário, você corre um sério risco de perder dinheiro.
10 – Acha que alugar uma casa é jogar dinheiro fora quando pode ser a opção mais indicada
Comprar um imóvel sem planejamento pode fazer com que você enfrente dificuldades para arcar com o custo dessa aquisição e comprometa a flexibilidade do seu orçamento familiar.
Se no futuro houver a necessidade de trocar de carreira ou mudar de trabalho, as opções ficarão mais limitadas por conta desse orçamento engessado, diz o consultor financeiro Gustavo Cerbasi. “O objetivo do investidor deve ser ter mais liberdade para realizar escolhas no futuro". Nesse caso, alugar um imóvel pode ser uma opção mais adequada (veja sete conselhos financeiros que são uma verdadeira roubada).
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1. Chega de desculpas
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São Paulo - Não consegue economizar ou vive no
cheque especial, mas nunca encontra tempo para colocar as finanças em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", criou um plano de 14 dias para quem deseja melhorar o
orçamento.
É necessário realizar apenas uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O objetivo é controlar gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra da casa própria, por exemplo. As dicas foram baseadas nas orientações compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira", que será relançado em setembro desse ano. Conheça a seguir o plano de 14 dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham impacto no orçamento:
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2. 1º dia: organize comprovantes de renda e despesas
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2/16 (David Sacks/Thinkstock)
Calcule sua renda líquida mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer. Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias, arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
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3. 2º dia: analise os gastos
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3/16 (ThinkStock/Nastco)
Se souber lidar com planilhas eletrônicas, como o Excel, ou
aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você está gastando mais do que imaginava.
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4. 3º dia: planeje sua rotina para monitorar o orçamento
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4/16 (pressureUA/Thinkstock)
O ideal é que você não perca muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu orçamento.
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5. 4º dia: faça uma relação de todas as suas dívidas
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5/16 (George Doyle/Thinkstock)
Crie uma lista na qual você relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata, usando o CET como critério para esse ranking.
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6. 5º dia: defina seus objetivos financeiros
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6/16 (RomoloTavani/Thinkstock)
Crie uma lista de sonhos e objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para alcançá-los.
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7. 6º dia: faça uma lista de corte de gastos
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7/16 (Tramvaen/Thinkstock)
Relacione todas as economias que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar. Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
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8. 7º dia: se comprometa a aumentar sua renda
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8/16 (Tijana87/Thinkstock)
Defina, por escrito, valores que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período, para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três a quatro meses, no máximo.
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9. 8º dia: negocie dívidas
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9/16 (Thinkstock/Creatas Images)
Com base no seu plano de corte de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em dívidas não planejadas (
veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco). Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
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10. 9º dia: estude investimentos
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10/16 (ThinkStock/sjenner13)
Analise investimentos oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada aplicação financeira (
veja 10 livros essenciais para quem quer começar a investir). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
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11. 10 º dia: defina metas de poupança
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11/16 (James Thew/Thinkstock)
Faça planos de quanto começará a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no orçamento.
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12. 11º dia: escolha uma aplicação para a aposentadoria
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12/16 (ChickiBam/Thinkstock)
Marque uma reunião com um corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de longo prazo (
veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria). Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
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13. 12º dia: automatize seus investimentos
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13/16 (Anatoliy Babiy/Thinkstock)
Ao iniciar aplicações e começar a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial para o sucesso de seu plano.
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14. 13º dia: organize documentos e senhas
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14/16 (gpointstudio/Thinkstock)
Com o planejamento definido, tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões, por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras instituições financeiras.
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15. 14º dia: planeje o orçamento futuro
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15/16 (Thinkstock)
Para ter disciplina, você precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
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16. Agora veja 15 formas de controlar o seu orçamento
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16/16 (Raul Júnior/VOCÊ SA)