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10 dicas para não vacilar e perder dinheiro com suas milhas

Valor de milhas que expiraram no país subiu mais de 50% em dois anos. Veja o que fazer para ampliar o uso da pontuação e evitar a perda do benefício

Avião feito de dinheiro: valor de pontos expirados em programas de fidelidade subiu mais de 50% em dois anos (sserg_dibrova/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 11h39.

São Paulo - O valor dos pontos expirados nos programas de fidelidade de cartões de crédito não parou de crescer desde o início de 2013 até o final do ano passado, segundo relatório do Banco Central (BC).

Enquanto no primeiro trimestre de 2013 o volume de pontos que perderam a validade atingiu 6,4 bilhões de reais, no quarto trimestre do ano passado esse valor chegou a 13,7 bilhões de reais, um aumento de 53,29%.

Para conseguir converter os pontos do cartão em milhas e resgatar passagens aéreas antes que expirem, o consumidor tem à disposição alternativas que podem prolongar o prazo de validade da pontuação ou diminuir o número de milhas exigidas para resgate dos bilhetes.

Veja a seguir algumas dicas para usar melhor suas milhas e evitar a perda do benefício:

1) Fique atento às mudanças no regulamento do programa

A primeira coisa que você deve fazer para não deixar suas milhas expirarem, obviamente, é checar o regulamento do programa para verificar seus prazos de validade. Ainda que a leitura do contrato seja praticamente uma tortura para muitas pessoas, esses documentos costumam ter informações valiosas que mostram como aproveitar da melhor forma as vantagens do programa e evitar suas desvantagens.

Caso a informação não fique clara, vale entrar em contato com o atendimento ao cliente do programa para checar em quanto tempo suas milhas devem vencer e se existe alguma orientação para evitar que elas expirem.

Os contratos de programas de milhagem costumam prever a possibilidade de alteração de regras para o acúmulo da pontuação a qualquer momento. No entanto, qualquer mudança deve ser comunicada ao consumidor com antecedência.

Resta ao viajante monitorar eventuais mudanças para verificar se irá conseguir resgatar o bilhete antes que sua pontuação expire. Caso verifique que não será possível utilizar as milhas acumuladas no prazo, deve buscar as alternativas citadas nos tópicos anteriores para evitar a perda da pontuação.

2) Concentre gastos em um cartão

Especialistas recomendam que o consumidor concentre os gastos em apenas um cartão de crédito para acumular mais rápido os pontos. Assim, as chances de converter os pontos em milhas e resgatar bilhetes aéreos antes do prazo de validade aumentam.

Participar de apenas um programa de fidelidade também permite que o consumidor consiga monitorar mais facilmente a sua pontuação. Dessa forma, é possível planejar melhor o uso das milhas, evitando que elas expirem ( veja os melhores e piores cartões de crédito para acumular milhas ).

3) Fique de olho em promoções

Programas de milhagem costumam oferecer promoções que reduzem as milhas necessárias para resgatar passagens aéreas em alguns trechos. Essas ofertas podem permitir que os participantes consigam utilizar milhas que estão prestes a expirar, mas que não são suficientes para resgatar o valor integral de uma passagem.

O mais indicado é que esse monitoramento de ofertas seja feito antes de transferir os pontos do cartão de crédito para um determinado programa de milhagem. Dessa forma, o consumidor consegue pesquisar promoções em diversos programas de milhagem, o que amplia as chances de conseguir uma oferta relacionada ao período e ao destino de sua preferência.

Mas, antes de decidir converter os pontos em milhas para aproveitar uma promoção, é indicado analisar o regulamento da oferta. Como a transferência de pontos do cartão de crédito para o programa de milhagem costuma demorar de dois a cinco dias úteis, a oferta pode terminar antes que as milhas possam ser utilizadas.

4) Pesquise voos em empresas parceiras

Ao buscar os valores mais baixos para resgate de passagens aéreas, vale pesquisar quais são as companhias aéreas associadas a cada programa de milhagem. Elas podem exigir menor quantidade de milhas para emissão de bilhetes do que a empresa proprietária do programa.

Essas empresas, geralmente companhias aéreas internacionais, costumam cobrar um número fixo de milhas para resgate de bilhetes por trecho, enquanto as companhias aéreas nacionais estipulam apenas uma quantidade mínima e máxima de milhas que podem ser exigidas.

Essa característica dos programas de milhagem brasileiros dificulta a estimativa da pontuação necessária para emitir os bilhetes, já que os valores cobrados possam aumentar a qualquer momento. Nesse caso, o risco de as milhas expirarem maior.

Alguns programas de milhagem nacionais não divulgam em seu site quais são as companhias aéreas parceiras, segundo pesquisa feita pelo site especializado em promoções de passagens aéreas Melhores Destinos. Nesse caso, é indicado que o consumidor busque a central de atendimento do programa para realizar a pesquisa.

5) Utilize as milhas para conseguir descontos no preço do bilhete

Quem não conseguir acumular milhas suficientes para resgatar o valor integral da passagem aérea pode utilizá-las para abater o valor do bilhete em alguns programas de milhagem.

Samy Dana, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), alerta que o valor do desconto é baixo. Ou seja, utilizar a pontuação para obter descontos será um bom negócio somente se o consumidor tiver poucas milhas para realizar uma viagem planejada e essa pontuação estiver prestes a perder a validade.

6) Converta pontos em milhas apenas quando necessário

Uma maneira de aumentar o tempo de validade das milhas é transferir os pontos acumulados no cartão de crédito para o programa de milhagem apenas quando estiverem perto do prazo de vencimento no programa de fidelidade da instituição financeira que emite o cartão.

Ao realizar a transferência para o programa da companhia aérea, os pontos convertidos em milhas passam a ter um novo prazo de validade, como se as milhas tivessem sido emitidas a partir daquele dia. Dessa forma, o consumidor ganha mais tempo para acumular as milhas necessárias para resgatar o bilhete aéreo.

7) Aproveite benefícios para viajantes frequentes

Algumas companhias aéreas ampliam o prazo de validade das milhas para clientes que viajam com a empresa com maior frequência. Milhas que venceriam em dois anos podem ter o prazo estendido para cinco anos, por exemplo.

Mas essa vantagem costuma exigir que o consumidor não apenas atinja uma pontuação mínima de milhas, como mantenha determinada pontuação durante a validade do cartão da respectiva categoria de cliente frequente. Caso contrário, o usuário retorna a uma categoria inferior, e a validade das suas milhas volta a diminuir.

O consumidor deve verificar se, de fato, conseguirá manter a pontuação alta para passar a uma classe melhor do programa sem realizar gastos desnecessários. Vale checar também se a quantidade de milhas que o programa exige para cada trecho é vantajosa para justificar que realize todas as suas viagens pela empresa.

8) Venda suas milhas

Quem tem milhas prestes a expirar pode vendê-las em sites especializados nesse tipo de comercialização.

Esses serviços compram as milhas para revendê-las a agências de viagens e intermedeiam a transação entre vendedores e compradores. No primeiro caso, o consumidor deve ter uma pontuação mínima para conseguir comercializá-la.

Apesar de os programas de milhagem proibirem a venda da pontuação em seus regulamentos, esse mercado paralelo não é ilegal. Além disso, é difícil identificar essas transações. Ou seja, pouco pode ser feito pelas empresas para coibir a prática.

Quem vende milhas pode precisar fornecer, além de dados pessoais, a senha do programa de fidelidade, necessária para que o site possa emitir os bilhetes em nome dos compradores. Em caso de fraudes, o viajante poderá perder o direito à indenização do valor pelo programa de milhagem, caso seja constatado que autorizou o acesso de terceiros à sua conta.

9) Planeje o resgate do bilhete

O número mínimo de milhas exigido para realizar a viagem pode ser menor se o bilhete for emitido com antecedência. Essa diferença de preço pode tornar possível a utilização da pontuação antes que perca o prazo de validade.

As companhias aéreas costumam vender poucos assentos com milhas em trechos mais concorridos. Por isso, se o destino for concorrido, quanto antes o cliente buscar a passagem, maior será sua chance de resgatar o bilhete no prazo.

O site Melhores Destinos recomenda que o resgate de passagens internacionais com milhas seja feito com 90 a 180 dias de antecedência da data da viagem, caso o voo seja realizado durante a alta temporada ou em feriados. Na baixa temporada, o site recomenda que o bilhete seja emitido entre 30 a 120 dias antes da data do voo.

10) Tenha datas flexíveis para viajar

Assim como na compra de um bilhete aéreo comum, quanto maior a flexibilidade de datas para a viagem, maiores as chances de o programa de milhagem exigir menor quantidade de milhas e de o usuário conseguir resgatar a passagem antes que elas expirem.

Características do voo também podem diminuir a quantidade de milhas necessárias para resgate da passagem. Voos diurnos e com conexão costumam exigir pontuação menor do que voos sem escalas. Outra dica é usar as milhas para comprar os voos de ida e volta ao mesmo tempo, já que as companhias aéreas costumam cobrar mais milhas quando o bilhete para cada trecho é adquirido separadamente.

São Paulo - A quantidade média necessária de milhas para resgatar um bilhete de ida e volta para os Estados Unidos é de 56.524, quase metade da pontuação exigida caso o destino seja a Europa (101.620). Para viajar para a América do Sul, exigem-se em média 23.684 milhas por uma passagem de ida e volta. As informações fazem parte de um levantamento feito pelo site Melhores Destinos, especializado em promoções de passagens aéreas, divulgado com exclusividade para EXAME.com. A pesquisa mostra o número médio de milhas exigido em voos realizados para 10 destinos internacionais a partir de 17 cidades brasileiras, nos quatro principais programas de milhagem do país: TAM Fidelidade, da TAM; Smiles , da GOL ; Tudo Azul, da Azul ; e Amigo, da Avianca . Em cada cidade foram simuladas viagens de ida e volta para 10 destinos internacionais: Miami, Orlando e Nova York, nos Estados Unidos; Madri, na Espanha; Milão e Roma, na Itália; Londres, na Inglaterra; Paris, na França; Buenos Aires, na Argentina; e Santiago, no Chile. As simulações da pontuação necessária para voos de ida e volta para cada destino internacional foram feitas a partir das cidades de Belo Horizonte, Campinas, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Goiânia, Belém, Manaus, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador. Para realizar a comparação, foram pesquisados voos diretos ou com escalas e conexões com intervalo máximo de cinco horas de duração. Voos com conexões mais longas somente foram considerados quando eram a única opção disponível durante o período. ( veja mais detalhes sobre a metodologia da pesquisa ). Escolha exige pesquisa A lista serve apenas como uma referência. Como a quantidade de milhas exigidas para resgate de passagens aéreas em cada programa pode variar a qualquer momento, é recomendável monitorar a pontuação necessária para resgatar bilhetes nos trechos e datas desejados. Nos regulamentos dos programas, está previsto apenas um número mínimo e máximo de milhas que podem ser cobrados em voos próprios de cada companhia para o exterior, com exceção da GOL, que prevê apenas uma pontuação mínima que pode ser cobrada para cada destino. Em voos de ida e volta para a América do Sul, a TAM pode cobrar de 14 mil a 100 mil milhas. Para viajar para os Estados Unidos, a pontuação necessária para resgate do bilhete no programa da companhia aérea varia entre 40 mil e 230 mil. O programa de fidelidade cobra entre 60 mil e 260 mil milhas para viagens de ida e volta para a Europa. Na GOL, a pontuação mínima cobrada para voos de ida e volta para a América do Sul é de 12 mil milhas. Se o destino for uma cidade dos Estados Unidos, a GOL cobra, no mínimo, 70 mil milhas. Para viajar para os Estados Unidos, a Azul exige de 30 mil a 140 mil milhas. Em voos para destinos da América do Sul, a Avianca exige de 20 mil a 100 mil milhas.  Se o voo for realizado em companhias aéreas parceiras de cada programa, cada empresa estabelece uma quantidade mínima e máxima de milhas que pode ser cobrada em cada trecho ou exige apenas uma pontuação única e fixa. A exceção é o TudoAzul, no qual cada milha pontuada no programa é convertida em crédito no site ViajaNet para compra de passagens em empresas parceiras. Veja, nas tabelas a seguir, o resultado completo do levantamento. Voos com escalas e conexões de mais de cinco horas de duração estão marcados com um asterisco. O levantamento considerou voos das companhias aéreas responsáveis por cada programa e também de parceiras. Como a Azul não tem voos diretos entre Brasil e Miami, a simulação da pontuação exigida para viajar para a cidade americana considerou voos para Fort Lauderdale, localizada a 40 quilômetros da cidade.
  • 2. Miami

    2 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

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    O TudoAzul exigiu menor pontuação para resgate de bilhetes para o destino em 14 cidades. Apenas em Manaus a TAM Fidelidade foi a melhor opção, enquanto em Goiânia e Vitória o Smiles cobrou menos para resgate dos bilhetes.
  • 3. Orlando

    3 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

  • O Smiles foi a melhor opção em voos partindo de todas as cidades ao oferecer o resgate de bilhetes de ida e volta para a cidade americana por 40 mil pontos.
  • 4. Nova York

    4 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    A TAM exigiu menos milhas para viajar para a cidade americana em 16 cidades, além de ter sido a única empresa a voar para o destino em todas as cidades pesquisadas. No TudoAzul, foi possível viajar para a cidade a partir de São Paulo por 45 mil pontos.
  • 5. Madri

    5 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    Os programas de milhagem que exigiram a menor pontuação para viajar para a capital espanhola foi o Smiles, em voos a partir das cidades da região Sul e Sudeste, e TudoAzul, para viajantes localizados nas cidades das regiões Norte e Nordeste.
  • 6. Milão e Roma

    6 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    O Smiles ofereceu a opção mais econômica em todos os trechos ao cobrar de 70 mil a 100 mil milhas para resgate de bilhetes.
  • 7. Londres

    7 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    A TAM cobrou menos milhas por passagens de ida e volta para a cidade em 15 cidades pesquisadas, com exceção de Rio de Janeiro e de Fortaleza.
  • 8. Paris

    8 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    O programa da TAM foi a opção mais econômica para voar com milhas para a capital francesa em quase todos os trechos, com exceção de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza e Natal.
  • 9. Buenos Aires

    9 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    O Smiles exigiu menos milhas para viajar para a capital argentina para viajantes de cidades das regiões Sul e do Sudeste. Já o TAM Fidelidade venceu a disputa nas cidades do Centro Oeste, Norte e Nordeste.
  • 10. Santiago

    10 /11(Reprodução/Melhores Destinos)

    O Smiles foi a melhor opção para quem sai das regiões Sul e Centro Oeste, além do Rio de Janeiro e São Paulo. O programa de milhagem da TAM exige menor pontuação para resgate dos bilhetes, caso o viajante esteja localizado nas regiões Norte ou Nordeste ou nas cidades de Belo Horizonte e Vitória.
  • 11. Agora veja quantas milhas são necessárias para voar entre 15 cidades brasileiras

    11 /11(anyaberkut/Thinkstock)

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