Zamp: RBI diz que não pode conceder marcas para Mubadala
Comunicado marca novo capítulo na conturbada tentativa de aquisição do grupo alimentício pelo fundo soberano
Karina Souza
Publicado em 22 de setembro de 2022 às 17h56.
Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 18h00.
A Zamp divulgou, nesta quinta-feira, mais um capítulo da novela da possível aquisição do grupo pelo Mubadala. Antes de entrar no que aconteceu hoje (22), uma breve recapitulação: nos últimos dias, a Restaurant Brands International (RBI) divulgou ao mercado que, com a troca de controle da Zamp (caso a aquisição se concretizasse), uma rescisão dos contratos de uso da marca poderia acontecer. O Mubadala, por sua vez, se declarou “surpreso” com a afirmação e pediu que a companhia que tem intenção de comprar se pronunciasse sobre o assunto até o dia 22 de setembro – no caso, hoje. O comunicado da Zamp veio antes disso, com o conselho afirmando crer que a compra não levaria a modificações ou rescisões com a RBI, mas que somente a própria RBI poderia dar a palavra final sobre o assunto.
Tudo isso para dizer que a comunicação da RBI veio nesta quinta-feira, dentro do prazo exigido. Na carta, que responde à "dúvida" da Zamp, a companhia afirma que, com base na revisão de informações adicionais enviadas pelo fundo, entende que o Mubadala está envolvido em atividades que competem com as realizadas por Burger King e Popeyes. E, que, portanto, não pode outorgar o waiver solicitado pela instituição financeira. Ou seja, que não pode conceder as marcas ao fundo.
Não custa lembrar que a garantia de que as marcas do BK e Popeyes serem utilizadas após a compra da Zamp era uma condição precedente para que a transação acontecesse. Ou, de forma ainda mais clara: a compra só acontece caso a parte compradora tenha a garantia de que não haverá rescisão do uso das marcas.
Lembrando que o Mubadala não quer comprar 100% do capital social da Zamp. Mas aumentar a participação em 45% (hoje o fundo tem 5% da empresa). A oferta inicial para isso seria de R$ 7,55 por ação, 3,7% mais do que a empresa está cotada hoje na bolsa brasileira. Com a recusa dessa oferta, o fundo aumentou o preço para R$ 8,31 por papel, um ágio de 14%.