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Vale e Petrobras derrubam Ibovespa pelo 3º pregão consecutivo

Queda do minério e discussão sobre a política de preços da estatal preocupam investidores

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 17h24.

Última atualização em 16 de setembro de 2021 às 19h19.

O Ibovespa registrou o terceiro pregão consecutivo de queda nesta quinta-feira, 16, puxado pelas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3/PETR4). Os papéis foram pressionados mais uma vez pela desvalorização do minério de ferro no exterior e pelos ruídos políticos locais — fatores que já haviam derrubado o Ibovespa em dois de três pregões nesta semana.

O principal índice da B3 fechou o pregão em queda de 1,1%, aos 113.794 pontos. Já o dólar comercial avançou 0,54%, sendo negociado a 5,26 reais. No câmbio, o movimento acompanhou a valorização da moeda americana no mundo.

O recuo da Vale foi, mais uma vez, causado pela derrocada dos preços no minério de ferro. Nesta madrugada, a commodity caiu mais de 3% em meio a esforços do governo chinês em conter a produção local de aço para manter suas metas ambientais.

Com o minério sendo negociado próximo das mínimas deste ano, ações mineradoras do mundo inteiro operam no campo negativo. Na bolsa de Londres, os papéis da Rio Tinto e BHP fecharam em queda. Aqui, a Vale caiu 4,15%. No acumulado da semana, a mineradora recua 7,26%.

A Petrobras (PETR3/PETR4) também pesou negativamente sobre o Ibovespa, recuando 0,93% e 0,87%, respectivamente. As ações continuam reagindo às discussões sobre a política de preços da companhia. 

Nesta terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, voltou a criticar a petroleira, afirmando que a Petrobras precisa dividir parte de sua riqueza com a população brasileira e que sua política de preços não é justa.

Nos Estados Unidos, o cenário foi também de preocupação. Por lá, dados positivos na economia renovaram os temores de que os estímulos monetários do Federal Reserve (Fed, banco central americano), sejam retirados antes do esperado.

Divulgados nesta quinta, os pedidos semanais de seguro desemprego dos Estados Unidos ficaram em 332.000, quase em linha com o consenso de 330.000 pedidos. Já as vendas do varejo americano de agosto surpreenderam positivamente, com alta mensal de 0,7%. A expectativa era de queda de 0,8%.

Dois entre os três principais índices americanos encerraram o dia em queda. O Dow Jones caiu 0,18%, enquanto o S&P 500 registrou queda de 0,16%. Já o Nasdaq subiu 0,13%.

Destaques da bolsa

O grande destaque do dia ficou fora do Ibovespa. As ações da Log-In (LOGN3) lideraram as altas da bolsa, disparando 33,78%, após a Sas Shipping, subsidiária da suíça MSC, entrar com pedido de autorização no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, para assumir o controle da empresa brasileira por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA). O objetivo seria comprar até 67%. O objetivo seria comprar até 67% do capital social da companhia.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, as da Hering (HGTX3) figuraram entre as maiores altas do dia, subindo 4,90%. Em comunicado divulgado na véspera, a companhia confirmou que o acordo de combinação de negócios com o Grupo Soma foi aprovado em assembleia pelas duas empresas.

Também entre as maiores altas, os papéis do Assaí (ASAI3) subiram 3,07%, refletindo o anúncio da parceria para possibilitar compras em 25 cidades pelo aplicativo Cornershop by Uber ou por meio da função Mercado do Uber e Uber Eats. "Todas as compras serão realizadas pelos Shoppers, entregadores autônomos, que selecionam, separam e entregam os itens. Além de receber atualizações de status sobre o pedido, é possível indicar preferências de produtos, como escolher o ponto preferido de uma fruta ou vegetal", explica o Assaí em fato relevante.

Maiores altas

Maiores quedas

CieloCIEL3

5,44%

CSNCSNA3

-6,18%

HeringHGTX3

4,90%

SuzanoSUZB3

-5,75%

AssaíASAI3

3,07%

UsiminasUSIM5

-5,41%

Na ponta negativa, a desvalorização do minério de ferro arrastou para baixo as ações das principais siderúrgicas do país. CSN (CSNA3) despencou 6,18%, enquanto Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) tiveram respectivas perdas de 5,41% e 3,4%.

Já os papéis da Bradespar (BRAP4) recuaram 3,67%. O movimento é influenciado pela desvalorização da Vale, já que a holding possui grande participação na mineradora, e também pela realização de lucros, após seus papéis terem subido 5,23% no último pregão, após anunciar que irá distribuir 5,3 bilhões de reais em ações da Vale a seus acionistas.

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