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Vale a pena comprar ações da Gol após a aquisição da MAP?

Analistas traçam cenários para papel após novo passo em direção à consolidação de mercado

Gol conquista mais espaço no aeroporto de Congonhas com aquisição da MAP | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de junho de 2021 às 16h02.

As ações da Gol (GOLL4) dispararam mais de 5% na abertura do pregão desta quarta-feira, 9, com investidores repercutindo a aquisição da MAP Linhas Aéreas, por 28 milhões de reais, anunciada na noite de ontem.

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A operação aumenta a oferta de voos da Gol no aeroporto de Congonhas, um dos mais disputados do país. Com a aquisição, a empresa conquista mais 26 slots – permissão para pouso e decolagem – no aeroporto paulista, totalizando 142 slots no total. Na capital amazonense, o aeroporto é de livre acesso.

A notícia coloca a companhia no centro do movimento de consolidação do setor aéreo no pós-pandemia, disputando o protagonismo com a Azul (AZUL4). A concorrente vinha dominando o noticiário nas últimas semanas com a possibilidade de fusão com a Latam.

Em relatório, o Bradesco BBI afirmou que a Azul pode fazer uma proposta para adquirir as operações domésticas da Latam Brasil em até 90 dias. A perspectiva levou o banco a alterar a recomendação dos papéis de neutra para compra e praticamente dobrar o preço-alvo da ação, que foi elevada de 38 reais para 75 reais para o fim de 2022.

No caso da Gol, o negócio com a MAP foi percebido como positivo, mas não a ponto de alterar a recomendação para os papéis, que permaneceu neutra. O preço-alvo das ações da aérea, para o BBI, é de 24 reais, o que representa uma desvalorização (downside) de 13%.

“Com a aquisição, a Gol fortalece sua posição no mercado de aviação regional, devendo aumentar sua fatia de mercado em 10% via aeroporto de Congonhas com a adição de 26 voos diários. A notícia é positiva para a empresa”, destacam os analistas em relatório.

O Credit Suisse também manteve recomendação neutra para o papel, a um preço-alvo de 19 reais – downside de 31% em comparação ao preço atual. Já o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame ) manteve recomendação de compra para as ações da Gol, com preço-alvo a 31 reais, o que implica um potencial de valorização (upside) de 12%.

Analistas do banco reforçaram que o negócio é pequeno, mas vem em linha com a tendência de consolidação esperada para a indústria à medida que as empresas começam a vislumbrar o fim da pandemia com o avanço da vacinação. A Gol tem menos exposição ao mercado internacional, o que deixaria a empresa em vantagem para aproveitar esse momento de mercado.

“O deal amplia a malha aérea da Gol e aumenta a sua exposição à aviação regional, que tem perspectivas mais fortes de crescimento do que mercados desenvolvidos. Com isso, acreditamos que a aquisição da MAP demonstra a confiança da Gol na recuperação do tráfego aéreo e o seu foco em capturar o crescimento do mercado no pós-pandemia”, afirmam os analistas em relatório.

Outro ponto destacado pelo BTG é de que o negócio Gol-MAP é mais simples do que o Azul-Latam. Isso porque a aquisição da Latam pela Azul depende do resultado de

reestruturação da dívida da Latam, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos. “O movimento da Gol é muito mais simples, [e está] apenas aguardando a referida aprovação do CADE e da ANAC”, defendem.

O pagamento pela aquisição será feito no fechamento da transação, sendo composto por 100 mil de ações da Gol (GOLL4), a 28 reais por papel,  e 25 milhões de reais em dinheiro, pago em 24 prestações mensais. Além disso, a Gol assumirá em torno de 100 milhões de reais da dívida da MAP. A conclusão da operação ainda está sujeita à aprovação dos reguladores.

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