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Aposta em queda das ações da Usiminas dispara

A queda na demanda por aço pelo setor automotivo e a desvalorização do real, que tem inflado os custos de sua dívida em dólar, estão afetando o desempenho da empresa

As ações preferenciais da siderúrgica perderam 46% nos últimos 12 meses (Iugo Koyama/Veja)

As ações preferenciais da siderúrgica perderam 46% nos últimos 12 meses (Iugo Koyama/Veja)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2012 às 09h50.

Rio de Janeiro/São Paulo - O preço das ações da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA, as mais caras entre empresas brasileiras do setor, e o aumento de sua dívida alimentam apostas que o papel pode despencar ainda mais após chegar ao nível mais baixo em oito anos nesta semana.

O volume de ações alugadas da Usiminas, indicador de operações a descoberto, passa de 12 por cento do total em circulação. É o maior nível entre siderúrgicas e mineradoras do País, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A maior do setor no Brasil, a Gerdau SA, tem 3,45 por cento de ações alugadas enquanto a Cia. Siderúrgica Nacional SA tem 4,51 por cento.

A queda na demanda por aço pelo setor automotivo e a desvalorização do real, que tem inflado os custos de sua dívida em dólar, estão afetando o desempenho da Usiminas. As ações preferenciais da siderúrgica perderam 46 por cento nos últimos 12 meses. Depois que a dívida líquida deu um salto de 70 por cento em março em relação a um ano antes, a empresa pode fazer nova oferta de ações caso sua taxa de endividamento continue piorando, escreveram analistas do Bank of America Corp. em nota a clientes em 5 de junho.

Não há outra saída que não emitir ações e aumentar o capital se a Usiminas quiser manter seu plano de investimento, disse José Luiz Garcia, que ajuda a administrar R$ 3,2 bilhões na Mercatto Gestão de Recursos, no Rio de Janeiro, em entrevista por telefone. Segundo ele, o que se vê é uma empresa com margens baixas, dívida alta e poucas perspectivas de melhorar os resultados.

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