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Usiminas (USIM5) tem prejuízo de R$ 166 milhões no terceiro trimestre, mas ações sobem quase 5%

No período, o Ebitda ajustado foi negativo em R$ 20 milhões, distante dos R$ 836 milhões do 3T22

Usiminas: companhia reverte lucro em prejuízo, mas ações lideram altas do Ibovespa (Alexandre Mota/Reuters)

Usiminas: companhia reverte lucro em prejuízo, mas ações lideram altas do Ibovespa (Alexandre Mota/Reuters)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 27 de outubro de 2023 às 12h59.

Última atualização em 27 de outubro de 2023 às 17h42.

A temporada de balanços do terceiro trimestre começou, e a Usiminas (USIM5) nesta sexta-feira, 27, reportou números que surpreenderam os investidores. Na comparação anual, a companhia reverteu um lucro de R$ 287 milhões para um prejuízo de R$ 166 milhões entre os meses de julho e setembro de 2023. Ainda assim, os papéis lideram as altas do Ibovespa hoje, subindo 4,18%.

Entre outros resultados financeiros reportados, a receita líquida no período foi de R$ 6,7 bilhões, queda de 20% na comparação com os R$ 8,4 bilhões do terceiro trimestre de 2022. O Ebitda ajustado foi negativo em R$ 20 milhões de reais, número distante dos R$ 836 milhões do 3T22. 

Itaú BBA: resultados fracos, mas conforme esperado

Em relatório, os analistas do Itaú BBA reforçam que os resultados da divisão de aço foram afetados por uma queda sequencial nos preços domésticos do aço, de aproximadamente 7% no período. Na divisão de mineração, a realização mais fraca do preço da commodity compensou os custos mais baixos.

“Do lado positivo, a Usiminas registrou uma forte geração de fluxo de caixa livre (FCL) no trimestre, em R$ 780 milhões, auxiliada pela liberação de R$ 1,5 bilhão de capital de giro. Não acreditamos que essa leitura positiva fosse esperada pelo mercado”, escrevem os analistas.

Com esse resultado, o banco destaca que a forte geração do FCL contribuiu para que a alavancagem financeira da Usiminas caísse. “A dívida líquida diminuiu para R$ 353 milhões (ante R$ 965 milhões no 2T23). A alavancagem diminuiu para 0,2 vez no trimestre (de 0,4 vez no 1T23), com a menor dívida líquida compensando um menor Ebitda.”

BTG: não tão ruim quanto se temia

Na visão dos analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), este foi, provavelmente, um dos trimestres mais desafiadores da Usiminas. Em relatório, o banco pontua que o Alto-Forno 3 (BF3) de Ipatinga ainda está em manutenção. “Nossa impressão é que a fornalha deverá ser reacendida nos próximos dias ou semanas, e deve colocar a empresa em um ambiente operacional melhor nos próximos trimestres”, escrevem Leonardo Correa e Caio Greiner.

Para o banco, o USIM5 está sendo pressionado há meses, fato que é atribuído à falta de visibilidade na frente operacional e aos mercados siderúrgicos. “No entanto, o ímpeto poderá começar a crescer nos próximos meses, à medida que a empresa sair mais forte da manutenção da BF3 e os lucros trimestrais começarem a melhorar. Mesmo assim, permanecemos à margem até termos mais visibilidade sobre essas questões fundamentais para a empresa.”

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