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Trump impulsiona as bolsas

O índice Dow Jones Industrial chegou no pregão desta quarta-feira pela primeira vez à marca de 20.000 pontos. É o mais claro indício da euforia que toma conta dos mercados acionários mundo afora. Ontem, o Ibovespa chegou a 65.840 pontos, a maior marca em quase cinco anos. O principal índice europeu, o FTSEurofirst 300, chegou […]

BOLSA DE NOVA YORK: o mercado desconta a sequência de notícias ruins como se elas não alterassem em nada as premissas originais / Brendan McDermid/ Reuters

BOLSA DE NOVA YORK: o mercado desconta a sequência de notícias ruins como se elas não alterassem em nada as premissas originais / Brendan McDermid/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 17h08.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h08.

O índice Dow Jones Industrial chegou no pregão desta quarta-feira pela primeira vez à marca de 20.000 pontos. É o mais claro indício da euforia que toma conta dos mercados acionários mundo afora. Ontem, o Ibovespa chegou a 65.840 pontos, a maior marca em quase cinco anos. O principal índice europeu, o FTSEurofirst 300, chegou ao maior patamar em mais de um ano. O índice japonês também está perto de seu melhor patamar histórico.

A grande questão é saber se os mercados estão subindo por questões psicológicas, ou se há elementos que embasem a alta. Há questões pontuais que de fato ajudam. O petróleo voltou aos patamares do fim de 2014 (embora ainda muito abaixo de seu melhor período) o que impulsionou as ações das petroleiras e, com elas, dos bancos, que têm nesse conjunto de empresas seus mais relevantes devedores. Além disso, apesar da alta recente dos juros nos Estados Unidos, as taxas ainda estão perto dos menores patamares da história, com muitos países adotando juros negativos. Nos Estados Unidos, títulos de 30 anos estão pagando juros de apenas 3%. Tudo isso ajuda a drenar investimentos para o mercado de ações.

Mas, evidentemente, há uma enorme dose de expectativa na alta. O novo presidente americano, Donald Trump, anunciou que vai cortar impostos e que levará adiante um plano de trilhão de dólares para remodelar a infraestrutura do país. Além disso, sua postura proativa, sentando com empresários dos mais diversos setores em busca de soluções para a economia americana tem sido bem vista nos mercados. Tudo isso somado, chegamos ao que os americanos chamam de Rali do Trump. “É basicamente uma questão psicológica”, afirmou à CNN Alan Knuckman, chefe de operações da corretora Bulls Eye Option.

Até onde Trump conseguirá cumprir seu plano (e continuará estimulando o mercado) é incerto. Em relatório, a agência de classificação de risco Moody’s afirma que a administração Trump “enfrenta desafios fiscais que vão pesar cada vez mais” no rating de crédito dos EUA até o final da década. “Levando a um déficit fiscal mais amplo depois de anos de
melhorias”, segundo o relatório. A dívida dos Estados Unidos deve chegar a 20 trilhões de dólares no próximo mês e com isso é difícil ver como Trump pode cumprir todas as expectativas de estímulo fiscal e investimento em infraestrutura que estão sendo precificadas nas ações. Para os investidores, como sempre, o boato tem importado mais do que o fato.

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