Nova York - As bolsas de Nova York abriram em queda, em meio à tensão internacional que já derrubou também as bolsas da Ásia e da Europa mais cedo. O motivo é a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar o rating (nota) dos Estados Unidos, na sexta-feira à noite. Hoje, às 10h33 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 1,89%, o Nasdaq recuava 2,93%, e o S&P 500 tinha queda de 2,03%.

Ao contrário do previsto por alguns analistas, não houve comportamento blasé ante o rebaixamento do rating norte-americano de AAA para AA+, com perspectiva negativa. Afinal, em se tratando dos EUA, perder o AAA após 70 anos com esse status não é trivial.

O medo do investidor faz o ouro ultrapassar US$ 1.700 a onça-troy esta manhã, pela primeira vez na história, enquanto o petróleo WTI estava abaixo de US$ 84 o barril. Toda a tensão só dará mais emoção à reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco cental norte-americano), que ocorrerá amanhã. Praticamente sem munição para usar depois da crise de 2008, o Fed terá que, ao menos, sinalizar que poderá fazer algo, conforme avalia o diretor do Barclays Capital Michal Gapen.

O Banco Central Europeu (BCE) comprou hoje bônus dos governos da Itália e da Espanha, pela primeira vez, na tentativa de conter a crise de dívida soberana da zona do euro. O G-20 também avisou em comunicado que está preparado para estabilizar os mercados.

O investidor norte-americano Jim Rogers deu o retrato dos EUA e comentou a decisão da S&P no último final de semana, em entrevista à Agência Estado. "O downgrade veio tarde e, de qualquer modo, sem sentido; e não reflete de todo a realidade. A América está pior que um rating AA+. A América é um desastre", disse Rogers.