Mercados

Taxas futuras de juros sobem com fatores internos e externos

Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, o DI com vencimento em abril de 2015 tinha taxa de 12,326%, de 12,314% no ajuste anterior


	Bovespa: resultado do payroll de janeiro nos EUA fez disparar yields (retornos) dos Treasuries
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: resultado do payroll de janeiro nos EUA fez disparar yields (retornos) dos Treasuries (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 16h19.

São Paulo - As taxas dos contratos futuros de juros tiveram uma série de motivos para avançarem nesta sexta-feira, 6.

Além do estresse trazido pelo processo de renovação da diretoria da Petrobras, a aversão ao risco foi justificada pelo IPCA pressionado de janeiro, apesar de em linha com as projeções, e pela mudança na diretoria do Banco Central, anunciada ontem.

A saída de Carlos Hamilton da área de Política Econômica, com a entrada de Luiz Awazu em seu lugar, passou a impressão de que a autoridade monetária pode ficar mais "dovish" (suave) em suas decisões sobre juros.

Na curva a termo, isso se traduziu em prêmios maiores entre os contratos com prazos longos.

Para completar, o resultado do payroll de janeiro nos EUA veio acima das estimativas e fez disparar os yields (retornos) dos Treasuries, pressionando os juros domésticos.

Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, o DI com vencimento em abril de 2015 tinha taxa de 12,326%, de 12,314% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2016 apontava 12,84%, de 12,83% de ontem.

O DI para janeiro de 2017 mostrava 12,67%, de 12,64% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 indicava 12,35%, de 12,22% no ajuste da véspera.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,24% em janeiro, ante 0,78% em dezembro. Em 12 meses, a inflação já acumula taxa de 7,14%.

O IBGE também informou que a produção industrial recuou em 12 dos 14 locais pesquisados em dezembro ante novembro, num sinal de que, além da inflação alta, a atividade no País também fraqueja.

O dólar à vista de balcão também subiu ao longo do dia, encerrando em alta de 1,09%, aos R$ 2,7720.

Isso contribuiu para o viés positivo para as taxas dos contratos futuros de juros. A notícia de que Aldemir Bendine seria o novo presidente da Petrobras - que se confirmou à tarde - ajudou a impulsionar as taxas de juros.

Na visão de boa parte do mercado, ele não teria a autonomia necessária para tirar a estatal das dificuldades.

No exterior, os dados do payroll nos EUA impulsionaram os yields dos Treasuries, com reflexos na ponta longa da renda fixa brasileira.

O país informou a criação de 257 mil empregos em janeiro, acima da previsão de 237 mil.

Já a criação de empregos em dezembro foi revisada para 329 mil, ante 252 mil, enquanto a de novembro passou para 423 mil, ante 353 mil informados antes.

Na prática, os números reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá elevar juros em um futuro próximo.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

Petrobras cai até 3% com reação ao plano de compra de 40% de campo de petróleo na Namíbia

Ações da Heineken caem após perda de quase US$ 1 bilhão na China

Ibovespa fecha em queda nesta segunda-feira puxado por Petrobras

Entenda por que o mercado ficará de olho no Banco Central do Japão nesta semana

Mais na Exame