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Suspensão de IPOs no país reflete maior queda nos BRICs

Entre os países emergentes, o Brasil é o segundo maior em número de cancelamentos de aberturas de capital

A suspensão das operações coincide com o desaquecimento econômico, que faz do Ibovespa o maior perdedor entre os principais índices acionários do mundo (Divulgação)

A suspensão das operações coincide com o desaquecimento econômico, que faz do Ibovespa o maior perdedor entre os principais índices acionários do mundo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2012 às 09h48.

São Paulo - O Brasil tem o segundo maior número de cancelamentos de aberturas de capital entre os países que fazem parte do BRICs. A suspensão das operações coincide com o desaquecimento econômico, que faz do Ibovespa o maior perdedor entre os principais índices acionários do mundo.

Três IPOs foram cancelados no Brasil neste ano, enquanto sete foram anunciados, em comparação a nenhum cancelamento na China e a menos de um terço na Índia, segundo dados da Bloomberg. Na Rússia, apenas uma empresa anunciou sua oferta, enquanto outra cancelou a sua. As empresas brasileiras levantaram R$ 3,88 bilhões em aberturas de capital neste ano, o que representa uma queda de 40 por cento em relação a igual período do ano passado.

A Biosev SA, grupo sucroalcooleiro pertencente à Louis Dreyfus Holding BV, foi a última a cancelar sua oferta citando “incertezas” do mercado. A empresa, com sede em São Paulo, pretendia levantar cerca de R$ 1,14 bilhão para pagar dívidas e expandir a moagem de cana. O Ibovespa acumula queda de 22 por cento desde a máxima atingida neste ano, em 13 de março, em função do agravamento da crise na Europa, da queda dos preços das commodities e da expectativa que a economia brasileira terá seu pior desempenho desde 2009.

“Havia muito ti-ti-ti sobre os IPOs no Brasil, mas o desempenho dos papéis não deu muitos motivos para o investidor continuar apostando no País”, disse Ed Kuczma, que faz parte da gestão do portfolio de US$ 31 bilhões da Van Eck Associates Corp., em entrevista por telefone de Nova York. “O Brasil pode ser um líder na América Latina, mas a China é um líder mundial.”

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