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Novo superciclo do petróleo é improvável, diz agência global do setor

Agência Internacional de Energia acredita que há petróleo mais que suficiente para manter os mercados de petróleo adequadamente abastecidos

Opep+ manteve limites à produção neste mês, o que agradou o mercado e levou alguns investidores a projetarem um superciclo (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 17 de março de 2021 às 09h53.

Última atualização em 17 de março de 2021 às 17h10.

Os preços do petróleo não devem ter uma alta dramática e sustentada mesmo com vacinas que devem impulsionar a demanda mais à frente neste ano, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quarta-feira, 17, ao destacar que o mundo continua inundado de petróleo.

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"O forte rali do petróleo para perto de 70 dólares o barril gerou rumores sobre um novo superciclo e uma iminente escassez de oferta. Nossos dados e análises sugerem outra coisa", disse a IEA em relatório mensal.

"Para começar, os estoques de petróleo ainda parecem amplos comparados aos níveis históricos, apesar de uma estável redução. E além desse colchão dado pelos estoques, acumulou-se um volume significativo em capacidade ociosa como resultado dos cortes de oferta da Opep+", afirmou.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados incluindo a Rússia, grupo conhecido como Opep+, mantiveram limites à produção neste mês, o que agradou o mercado e levou alguns investidores a projetarem um superciclo -- uma longa alta dos preços, com duração de anos.

"A perspectiva de uma demanda mais forte e a continuidade das restrições de produção da Opep+ apontam para um significativo declínio de estoques no segundo semestre", disse o órgão com sede em Paris.

"Por enquanto, porém, há petróleo mais que suficiente em tanques de armazenamento e debaixo da terra para manter os mercados de petróleo adequadamente abastecidos", destaca a IEA.

A demanda global neste ano deve recuperar cerca de 60% do volume perdido durante o pior momento da pandemia de Covid-19, em 2020. Mas mudanças em padrões de viagens e no trabalho causadas pela pandemia, assim como metas de baixo carbono de governos, devem trazer implicações de longo prazo para as perspectivas de demanda, acrescentou a IEA.

"Mudanças rápidas no comportamento após a pandemia e um forte direcionamento de governos rumo a um futuro de baixo carbono causaram uma dramática mudança para baixo nas expectativas para a demanda por petróleo ao longo dos próximos seis anos", disse a IEA em relatório com perspectivas para os próximos cinco anos, publicado nesta quarta-feira.

A IEA reduziu sua projeção para a demanda por petróleo em 2025 em 2,5 milhões de bpd ante previsão do ano passado. A demanda deve retomar níveis pré-crise vistos em 2019 apenas em 2023, segundo a agência.

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