Invest

Quem são os possíveis sucessores de Warren Buffett na Berkshire Hathaway?

Os gestores de investimento da Berkshire Hathaway, Todd Combs e Ted Weschler, são considerados possíveis sucessores de Warren Buffett e Charlie Munger.

Warren Buffett e Charlie Munger na reunião anual da Berkshire Hathaway (CNBC/Exame)

Warren Buffett e Charlie Munger na reunião anual da Berkshire Hathaway (CNBC/Exame)

Muita gente que participou da reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway de 2022 no último final de semana se perguntou: essa será a última liderada por Warren Buffett e Charlie Munger?

Warren Buffett e Charlie Munger têm 91 e 98 anos. Eles mesmos brincaram logo no começo da reunião da Berkshire Hathaway que, juntos, chegavam quase a 200 anos de vida.

Saiba mais:

Entretanto, mesmo se o "bom velhinho de Omaha" e seu fiel braço direito não demostraram a mínima intenção de se aposentar, muitos analistas começaram a avaliar quem poderia ser os sucessores dos melhores investidores do mundo.

Dois deles ganharam as atenções do mercado: Ted Weschler e Todd Combs.

Sucessão de Warren Buffett

Entre 2010 e 2012, Buffett contratou Todd Combs e Ted Weschler, como gestores de investimentos na Berkshire Hathaway, e seus potenciais sucessores.

"Ambos esses homens têm excelentes habilidades de investimento e um profundo compromisso com a Berkshire", escreveu Buffett em sua carta aos acionistas de 2011, “Eles têm cérebro, juízo e caráter para gerenciar todo o nosso portfólio quando Charlie e eu não estivermos mais administrando a Berkshire”.

Combs e Weschler começaram logo gerenciando carteiras de investimento com bilhões de dólares.

Poucos meses depois, ambos já tinham superado o desempenho do S&P 500 por porcentagens de dois dígitos.

"Eles me deixaram comendo poeira", escreveu Buffett na carta aos acionistas de 2013, "Nós ganhamos na loteria com esses dois".

Naquele mesmo ano, os dois administraram uma carteira de US$ 7 bilhões superando novamente o S&P 500 e o próprio Buffett em 2013.

"Se essas comparações humilhantes continuarem, não terei escolha a não ser parar de falar sobre elas", escreveu Buffett de forma irônica, "Ambos têm sangue Berkshire em suas veias".

Ted Weschler, o discreto gestor de Charlottesville

Ted Weschler, 60 anos, está na Berkshire Hathaway desde 2012, com bilhões de dólares sob sua responsabilidade.

Entre 1989 e 2018 ele conseguiu obter um retorno de 314.120% de seu patrimônio graças aos investimentos no mercado financeiro.

Um número impressionante, especialmente se comparado com o resultado da Berkshire Hathaway, que obteve "apenas" um retorno de 3.427% no mesmo período.

Graças a essa rentabilidade, ele conseguiu transformar suas poupanças de US$ 70 mil em mais de US$ 212 milhões.

Weschler se formou na Universidade da Pensilvânia e começou sua carreira em 1983 como funcionário júnior na WR Grace, um conglomerado com sede em Nova York.

Ele começou a investir logo cedo, e em 1990 deixou Nova York para Charlottesville, onde criou um fundo de investimento alavancado junto ao vice-presidente da Grace, Terry Daniels, que também deixou a empresa.

Anos depois, Weschler explicou que ele e Daniels deixaram Nova York tanto para evitar o “pensamento de manada” quanto para poder comprar casas agradáveis ​​para suas famílias, enquanto passavam quatro ou cinco dias por semana viajando a trabalho.

Após cerca de 10 anos trabalhando junto com Daniels, Weschler iniciou uma carreira solo criando um fundo de hedge muito bem-sucedido, que obteve retornos anuais de 22% compostos entre 14 de janeiro de 2000 e 9 de dezembro de 2011. Um número incrível.

Em 2010, Weschler, que sempre foi um grande admirador de Buffett, participou e venceu o leilão anual organizado pela Glide Memorial Church de San Francisco para almoçar com Buffett, fazendo uma doação de US$ 2.626.311.

Ele também participou ganhou o leilão do ano seguinte, ao oferecer o mesmo valor acrescentado de US$ 100.

Em vez de se querer jantar com Buffett em restaurantes de alto nível de Nova York, Weschler voou para Omaha, para jantar em uma churrascaria de bairro chamada Picolo's.

Após esses dois almoços, que teriam durado cerca de quatro horas cada um, Buffett convidou Weschler para trabalhar junto com ele.

Já que a família de Weschler preferiu ficar em Charlottesville, ele comprou um apartamento perto da sede da Berkshire e voa regularmente para Omaha (sempre com a NetJets, uma investida da Berkshire) às suas próprias custas (e sem desconto para funcionários) para passar tempo com Buffett e colegas.

Na Berkshire, ele analisa investimentos de mínimo US$ 500 milhões, mas que não forneçam à Berkshire uma participação de 10% ou mais.

A estratégia de investimento de Weschler é comprar títulos subavaliados de empresas que enfrentavam dificuldades menores do que o mercado percebia, e ações de empresas pouco conhecidas que ele percebia estar em condições muito melhores do que o mercado percebia.

Weschler passa muito tempo lendo, pensando e estudando empresas para encontrar coisas que os mercado, aparentemente, não estar vendo.

A regra de Weschler é muito simples "comece cedo, invista 100% em ações e ignore todos os outros ruídos”.

Todd Combs, o CEO dos seguros

Outro possível sucessor de Buffett é Todd Combs, 48 anos, também gestor e CEO da Geico, subsidiária da Berkshire Hathaway e segunda maior seguradora de automóveis dos EUA.

Combs administra US$ 14 bilhões em investimentos na Berkshire, onde entrou em 2010.

Graduado em 1993 na Florida State University em finanças e operações de negócios multinacionais, Combs foi também aluno da Columbia Business School em Nova York.

Depois de se formar na faculdade, tornou-se analista financeiro da Divisão de Bancos, Valores Mobiliários e Finanças do Estado da Flórida.

A partir de 1996 começou sua carreira no mercado financeiro, trabalhando em seguradoras, fundos de investimentos e fundos de hedge, até que criou seu próprio fundo em 2005, a Castle Point Capital.

Em cinco anos os retornos acumulados foram de 34% ao ano.

Um porcentagem que chamou a atenção de Warren Buffett, que o convidou para assumir o cargo de novo diretor de investimentos da Berkshire Hathaway.

Foi nessa função que ele contribuiu para lançar o Haven, um projeto entre Berkshire, JPMorgan e Amazon.com para reduzir os custos de saúde de seus funcionários.

O Haven acabou não vingando por causa dos interesses divergentes de cada uma das empresas envolvidas.

Quando Combs foi nomeado como CEO da Geico, em muitos salientaram como liderar a segunda maior seguradora de automóveis do país enquanto administrava uma carteira enorme poderia parecer inviável.

Entretanto, o próprio Buffett salientou em uma nota de revisão das cartas anuais aos acionistas que está preparando Combs para esse tipo de função.

Provavelmente, as responsabilidades conjuntas de Combs serão um patrimônio valioso para administrar toda a Berkshire no futuro.

Em sua carta de 2015, Warren Buffett reservou elogios especiais para Combs, após ele criar as bases para a aquisição da Precision Castparts, uma empresa produtora de componentes aerospaciais, por US$ 32 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Berkshire HathawayEstados Unidos (EUA)Finançaswarren-buffett

Mais de Invest

Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 55 milhões

Resultado da Mega-Sena concurso 2.799; prêmio é de R$ 20,2 milhões

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio estimado em R$ 18 milhões