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Separadas, qual o destino de BRF e Marfrig na bolsa?

As duas empresas anunciaram na noite de quinta que haviam encerrado as negociações de fusão por falta de consenso em relação à governança da sociedade

Fábrica da BRF: desde o anúncio das negociações, as ações da companhia subiram 17% (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2019 às 06h56.

Última atualização em 12 de julho de 2019 às 07h20.

São Paulo — Qual será a reação dos investidores à naufragada tentativa de fusão entre as fabricantes de alimentos BRF e Marfrig ? Esta é a grande questão do pregão desta sexta-feira (12).

As duas empresas anunciaram na noite de ontem que haviam encerrado as negociações para unir suas operações por falta de consenso em relação “à governança da sociedade”.

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As empresas anunciaram no fim de maio que estavam discutindo a eventual fusão e que seus conselhos de administração haviam aprovado a assinatura de um memorando que previa um período de exclusividade de 90 dias. A união criaria um gigante com faturamento anual de 76 bilhões de reais.

Segundo relataram a EXAME fontes próximas à negociação, a transação empacou quando Marcos Molina, fundador e maior acionista da Marfrig, discordou do tamanho da participação que teria na companhia resultante da fusão.

O desenho inicial previa que os acionistas da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão , ficariam com 85% da nova empresa e os da Marfrig, com 15%. Molina, com 36% da Marfrig, teria cerca de 6%.

Desde o anúncio das negociações, as ações da BRF subiram 17% e as da Marfrig se mantiveram estáveis. Juntas, as empresas teriam cerca de 32 bilhões de reais de valor combinado. As ações da BRF voltarão ao preço anterior às negociações, de 29 reais?

O baque pode ser reduzido porque investidores e analistas não chegaram a se entusiasmar com a união, que tinha como maior mérito reduzir o pesado endividamento da dona das marcas Sadia e Perdigão.

As fábricas de BRF e Marfrig deveriam se manter independentes, em virtude das diferenças de processos nas cadeias bovina, de um lado, e de aves e suínos, de outro.

A nova empresa também uniria companhias em dificuldades. A BRF acumulou 5,5 bilhões de reais de prejuízos entre 2017 e 2018 e enfrenta uma enorme crise de personalidade desde a gestão liderada pelo fundo Tarpon e pelo empresário Abilio Diniz, em 2016.

Há um ano, a companhia passou a ser liderada por Pedro Parente, com resultados decepcionantes até aqui. A Marfrig ainda tenta se reencontrar após a venda de uma série de negócios nos últimos anos.

Quem comemora a falta de direção dos concorrentes é a JBS. O valor de mercado do frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista dobrou de valor em 2019, impulsionado por uma grave onda de peste suína que dizimou o estoque chinês.

A onda favorável puxada pela crise chinesa vai continuar. Há mais boas notícias a caminho.

A provável melhora da economia no segundo semestre e em 2020 devem favorecer o consumo doméstico. Os juros mais baixos reduzem a pressão sobre o endividamento.

Neste contexto, falta à BRF e à Marfrig se ajudarem — juntas ou separadas.

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