PetroRio (PRIO3) (Petrorio/Divulgação)
Paula Barra
Publicado em 8 de março de 2021 às 12h57.
Última atualização em 8 de março de 2021 às 13h02.
Mesmo com ganhos de 40% em 2021, conquistando o posto de segunda maior alta do Ibovespa no ano até o momento, a ação da PetroRio (PRIO3) ainda tem espaço para andar, aponta o Bradesco BBI, em relatório divulgado a clientes ontem. O banco elevou a recomendação dos papéis da companhia de neutra para outperform, equivalente a companhia, e o preço-alvo, que passou de 90,00 reais para 126,00 reais.
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A nova meta implica em um potencial de valorização de 26% frente ao fechamento da última sexta-feira, em 100,06 reais. Nesta sessão, os papéis da companhia operam em baixa de 2,30%, cotados em 97,86 reais.
A revisão ocorre na esteira do anúncio, na última quinta-feira à noite, de que a empresa assinou contrato com a Total E&P do Brasil para comprar fatia de 28,6% no bloco BMC-30, no campo de Wahoo. Na sexta, os papéis da companhia subiram 7,60%, fechando no maior patamar desde setembro de 2011.
A aquisição soma-se à participação de 35,7% que a PetroRio comprou da BP no campo em novembro do ano passado (na ocasião, os papéis da companhia dispararam 30% no pregão após o anúncio). Quando as duas transações forem concluídas, a companhia passará a deter 64,3% da concessão.
Para os analistas do banco, a companhia deve adquirir os 35,7% restantes no campo detidos pela indiana IBV.
"Embora os riscos de Wahoo sejam maiores do que o resto do portfólio da PetroRio (sem reservas registradas ainda), a agenda da companhia para 2021 é amplamente positiva, com uma forte perspectiva para os preços do petróleo e mais fusões e aquisições", escreveram os analistas.
Segundo eles, os principais riscos de Wahoo estão concentrados em 2022, à medida que a companhia de perfuração de novos poços avance.
Em relação ao valuation dos papéis, eles comentam que, atualmente, PRIO3 negocia com um múltiplo valor da firma sobre Ebitda (EV/Ebitda, na sigla em inglês) de 5,5 vezes para 2021, o que representa um prêmio de 38% em relação à media das empresas de exploração e produção da América Latina (com foco em petróleo).
Para eles, esse prêmio faz sentido — e deveria ser até mais íngreme — em função das perspectivas de crescimento da companhia. Eles comentam que veem uma taxa de crescimento anual composta para o Ebitda da empresa de 35% entre 2021 a 2024, contra um crescimento muito mais lento para seus pares da América Latina.
O prêmio para o EV/Ebitda implícito no novo preço-alvo da ação em relação aos seus pares latinos é de 41%, "o que seria um nível justo, na nossa opinião", explicam os analistas.