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"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

Diretor de relações com investidores prega que o mais importante para investimentos de longo prazo são as alocações estratégias

Publicado em 26 de julho de 2024 às 12h04.

Última atualização em 26 de julho de 2024 às 12h06.

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RECIFE (Pernambuco)* Tentar adivinhar a direção dos mercados é altamente arriscado e, no longo prazo, tende a se mostrar uma estratégia ineficiente. Essa foi a recomendação feita por César Aragão, diretor de relações com investidores, produtos e alocação da Bahia Asset, em evento realizado em Recife para fundos de pensão.

"Se quiser acertar para onde vai o mercado, você vai errar 60% e só vai contar os 40% que acertou", afirma  Aragão. A mais importante alocação, em sua avaliação, é a estratégica e não a tática, que busca ganhos de curto prazo com as oscilações do mercado.

"Gasta-se muito tempo com a alocação tática. É fácil dizer que está saindo quando a bolsa cai 10%. Há uma tentação muito grande de olhar no retrovisor e fazer o que deu certo no passado", afirmou. Mas, segundo Aragão, o comportamento correto seria fazer o oposto.

Aragão pontua que uma boa prática de investimento de longo prazo, como os que norteiam os fundos de pensão, é a do rebalanceamento.

A estratégia remonta à Teoria Moderna dos Portfólios, desenvolvida nos anos 1950 pelo Nobel de Economia Harry Markowitz. Pela teoria, os gestores deveriam reajustar as carteiras quando há desvios em relação ao balanceamento original.

Um exemplo é quando um fundo define o limite de 15% para alocação em ações e, após uma alta da bolsa, a porção sobe para 20%. Nesse caso, a teoria prega que o alocador de recursos deveria vender os 5% excedentes e investir em uma classe de ativos que se tornou proporcionalmente menor no portfólio.

Dessa forma, o investidor tende a alocar seus recursos de forma contracíclica, vendendo em momentos de alta e comprando durante as quedas. O rebalanceamento, portanto, evita que o investidor compre caro e venda barato, além de evitar uma exposição a riscos maior que a desenhada originalmente.

Risco x segurança

Mas, caso tolere maiores riscos em troca de uma rentabilidade mais alta no longo prazo, Aragão pontua que é preciso aceitar as perdas de curto prazo. "Um investidor que quer CDI + 10% e não aguenta um mês de perda, não é um investidor para CDI + 10%. É um investidor para CDI + 0%. Ninguém sabe o próprio objetivo de retorno, o que as pessoas sabem é o quanto toleram perder."

*O repórter viajou a convite do EPINNE – EPB 2024

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