Nesta quinta-feira será a vez de mais uma companhia do promissor mercado de saúde apresentar seus resultados. A Diagnósticos da América (Dasa), maior empresa de medicina diagnóstica do país, deve apresentar novamente lucros altos. Nos nove meses até setembro, os ganhos da companhia triplicaram na comparação com 2015, chegando a 85,8 milhões de reais. Os bons números são resultados de uma profunda reestruturação pela qual a Dasa vem passando desde 2015, quando o empresário Edson Bueno passou a deter mais de 90% da empresa.

A ordem, tanto na Dasa quanto nas principais concorrentes, é expandir. A última tacada da companhia foi a compra do laboratório paulistano Salomão e Zoppi, em uma transação de 600 milhões de reais. Apesar dos planos de saúde terem perdido 2,8 bilhões de clientes de dezembro de 2014 a janeiro de 2017 (atualmente são 47,6 milhões), analistas continuam otimistas quanto ao futuro do setor no país.

A expectativa é de que o número volte a crescer com o fim da crise e o envelhecimento da população do país. Segundo estudo da consultoria Bain & Company, os gastos particulares dos brasileiros com saúde são maiores do que os dos moradores em países ricos e outros emergentes.

De olho nesse mercado, algumas ações têm se saído melhor do que o Ibovespa. Enquanto o principal índice da bolsa brasileira apresenta alta de 33% nos últimos 12 meses, as ações do laboratório Fleury subiram 116,5%, as da Dasa, 77%, e as do plano de saúde Qualicorp 36,9%. Para se capitalizar e expandir, duas companhias abriram capital recentemente: as redes de laboratório Alliar e Hermes Pardini. Juntas, elas levantaram 1,64 bilhão de reais na oferta inicial de ações (IPO). Outras três companhias devem fazer o mesmo ainda este ano: a seguradora do Bradesco, a operadora de planos de saúde Hapvida e o grupo Notredame Intermédica.

Enquanto as concorrentes se capitalizam, a Dasa passa por um momento difícil, marcado pela perda do que era seu controlador, Edson Bueno, morto no último dia 14 de fevereiro. Ele era peça fundamental na estratégia de expansão da Dasa. A dúvida é quem assumirá esse papel. Seu filho, Pedro, continua na presidência executiva.