Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na companhia de ministros: reunião fioi marcada para esta sexta, após contradições no alto escalão do governo (Maira Erlich/Bloomberg via/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 6 de janeiro de 2023 às 07h30.
Última atualização em 6 de janeiro de 2023 às 07h42.
Índices de ações internacionais operam em sem uma direção definida na manhã desta sexta-feira, 6, com investidores à espera da divulgação dos dados oficiais do mercado de trabalho americano referentes ao mês de dezembro.
O mais aguardado, o payroll, deve revelar a criação de 200.000 empregos urbanos, segundo o consenso de economistas americanos. O número, se confirmado, será o menor desde janeiro de 2021, quando a criação de empregos do payroll ficou em 166.000.
Apesar do menor ritmo em quase dois anos, a força do mercado de trabalho americano segue como ponto de preocupação entre investidores e membros do Federal Reserve (Fed), que temem aumento da pressão inflacionária por falta de mão de obra. A taxa de desemprego dos Estados Unidos, que também será divulgada nesta sexta, deve se manter estável em 3,7%, de acordo com as projeções de mercado. Para a variação de salário médio por hora é esperado um leve arrefecimento de 5,1% para 5% de alta na comparação anual.
Na véspera, dados do ADP, que servem de prévia para o payroll desta sexta, saíram acima do esperado, alimentando as expectativas de que o Fed seja mais duro no controle da inflação americana -- como indicado na ata de sua última reunião de política monetária, divulgada nesta semana. Bolsas dos Estados Unidos fecharam em o último pregão em queda de mais de 1%. Nesta manhã, índices futuros de Wall Street operam próximos da estabilidade.
Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):
O clima também é de cautela na Europa. Por lá, dados da inflação divulgados nesta manhã saíram mistos. O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) da Zona do Euro referente ao mês de dezembro caiu para abaixo da marca de dois dígitos após quatro meses, passando de 10,1% para 9,2%. O número ficou abaixo do consenso de 9,7%. O núcleo do IPC, no entanto, saiu acima das projeções de mercado, saltando de 5% para 5,2% ante expectativa de manutenção do patamar anterior.
A aceleração do núcleo, para investidores, pode ser um sinal de que a inflação do continente tem se espalhado para itens menos voláteis, indicando maior resiliência da alta de preços.
No Brasil, as atenções do mercado segue com o noticiário político. Nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá fazer sua primeira reunião ministerial. O encontro foi marcado após os seus principais ministros entrarem em contradição sobre temas considerados chave em seu novo governo.
Durante a semana, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que revisaria a reforma previdenciária da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações reverberaram negativamente sobre o mercado, que passou a precificar maior risco fiscal. Após a reação negativa, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afastaram a possibilidade de revisão, o que ajudou a impulsionar a bolsa brasileira nos últimos dias.
No pregão de ontem, o Ibovespa teve sua maior alta do ano, subindo 2,19% na contramão das quedas do mercado americano. Quem ajudou a puxar a alta foi a Petrobras, que deu continuidade ao movimento de recuperação, com investidores ainda digerindo as falas do indicado para a presidência da estatal, Jean Paul Prates, que indicou que a companhia continuará seguindo os preços internacionais do petróleo.