O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira, 18, uma ordem executiva que orienta as agências federais a reclassificarem a maconha, flexibilizando restrições de longa data sobre a droga e marcando a mudança mais significativa na política de cannabis do país em mais de meio século, segundo informações da CNBC.
A ordem executiva, uma vez finalizada pela Administração de Combate às Drogas (DEA), reclassifica a substância para a Classe III, um nível menos restritivo e equivalente ao de alguns analgésicos de uso controlado, como esteroides e Tylenol com codeína, retirando a maconha do grupo mais severo de controle, hoje compartilhado com drogas como heroína e LSD.
A mudança abre espaço para regras tributárias mais favoráveis, novos investimentos e a ampliação do setor, além de facilitar pesquisas e reduzir barreiras regulatórias para empresas de cannabis, embora não signifique legalização federal.
As ações de empresas de cannabis que já haviam registrado fortes ganhos na última sexta-feira, 12, após relatos sobre a medida, apresentavam desempenhos mistos. A empresa Tilray Brands subia 3,14%, enquanto a canadense Canopy Growth disparou mais de 6%. A Innovative Industrial Properties, por outro lado, recuava quase 3%. Por outro lado, o fundo de índice (ETF) Amplify Seymour Cannabis (CNBS), que havia subido mais de 19% nos rumores, recuava 12,4%.
Para analistas, a decisão pode marcar um ponto de inflexão para empresas que vêm enfrentando dificuldades desde que abriram o capital há cerca de sete anos. As ações da Tilray, por exemplo, acumulavam queda de 9,21% em 2025. O ETF CNBS segue caminhando para o quinto ano consecutivo de perdas.
A mudança para a Classe III não legaliza a substância nacionalmente, mas representa o gesto regulatório mais significativo em décadaa e, para o mercado, voltou a acender a expectativa de um novo ciclo de expansão no setor.
Programa piloto
Na quinta-feira, o Centro de Serviços de Medicare e Medicaid (CMS), comandado pelo Dr. Mehmet Oz, deve anunciar um programa piloto com início previsto para abril que permitirá a alguns idosos atendidos pelo Medicare receber gratuitamente produtos de CBD (canabidiol) mediante recomendação médica.
Segundo integrantes da Casa Branca ouvidos pela CNBC, os itens deverão cumprir todas as normas locais e estaduais de qualidade e segurança, ser adquiridos de fornecedores legalmente autorizados e passar por testes independentes para comprovação dos níveis de CBD e da ausência de contaminantes.