Rali indica recuperação de ativos emergentes em 2021
Políticas de bancos centrais, mudança de governo nos EUA e avanços das vacinas colocou os ativos dos países em marcos impressionantes
Karla Mamona
Publicado em 30 de novembro de 2020 às 08h31.
Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 11h15.
Investidores de mercados emergentes parecem ter tudo a favor agora, e o rali de novembro oferece uma pista do que 2021 pode reservar.
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Uma infinidade de fatores positivos - como políticas acomodatícias de bancos centrais, a iminente mudança de governo nos EUA e avanços das vacinas contra a covid-19 - colocou os ativos dos países em desenvolvimento em curso para alguns marcos impressionantes.
Os títulos eliminaram as perdas acumuladas no ano, enquanto o índice de moedas MSCI deve registrar o melhor mês desde janeiro de 2019, bem como o segundo ganho anual seguido. O indicador de ações MSCI está a caminho do melhor mês desde março de 2016.
A recuperação é sustentada pelo renovado interesse de investidores estrangeiros. No quarto trimestre, as entradas de portfólios para mercados emergentes devem atingir o maior nível em oito anos, segundo dados do Instituto de Finanças Internacionais. No entanto, apesar de toda a euforia, as posições estrangeiras em títulos e ações de países em desenvolvimento, exceto a China , permanecem baixas.
Para Sameer Goel, responsável por pesquisa macro de mercados emergentes do Deutsche Bank em Cingapura, o rali está longe de terminar. Segundo ele, os ativos subinvestidos de mercados emergentes “têm um potencial cíclico considerável de recuperação”.
O Deutsche Bank não é o único que aposta em mais ganhos. Goldman Sachs e JPMorgan Chase também fizeram previsões otimistas sobre a classe de ativos nas últimas semanas. O UBS disse na semana passada que os ativos de mercados emergentes podem se beneficiar da perspectiva de “normalização quase completa” da mobilidade econômica global até o final do próximo ano.
A mobilidade é fundamental para a recuperação, e é por isso que a possibilidade de aumento dos casos de Covid continua sendo um risco, diante da queda das temperaturas médias em muitas das economias desenvolvidas e socialização durante as festas de fim de ano.
Medidas de alguns bancos centrais, incluindo os de Taiwan, Coreia do Sul e Tailândia, para uma abordagem mais assertiva na redução dos ganhos cambiais podem limitar a valorização. O comportamento do banco central da China também será observado para quaisquer sinais de resistência à força do yuan.