Construção do Hard Rock Hotel na Ilha do Sol, no Paraná: entrega prevista para o ano que vem (VCI/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 29 de setembro de 2022 às 06h00.
A incorporadora VCI, responsável por trazer projetos do Hard Rock Hotel para o país, acaba de participar do primeiro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) com foco exclusivo no financiamento de projetos de multipropriedade imobiliária do país.
O Itaú BBA foi o coordenador-líder, responsável pela oferta e distribuição das cotas seniores do fundo no mercado de capitais. Na primeira emissão de uma carteira de recebíveis total de R$ 700 milhões, o fundo vai financiar R$ 230 milhões para a conclusão das obras de Fortaleza (CE) e Ilha do Sol (PR). Em janeiro, está prevista uma nova emissão, no valor de R$ 200 milhões.
Por meio da estrutura com prazo indeterminado, a empresa consegue antecipar valores caso tenha necessidade de caixa durante as obras, e recolocá-los no fundo para que possa ter possibilidade de usar esse 'limite' novamente no futuro. Além disso, os juros da antecipação são pagos apenas sobre o valor antecipado, e não sobre a carteira total, o que onera menos o projeto.
Se a estrutura escolhida fosse um Certificado de Recebível Imobiliário (CRI), haveria menos flexibilidade para utilização do valor: ele poderia ser utilizado apenas uma vez, e por prazo determinado.
Como a estrutura dos empreendimentos é bastante pulverizada (o Hard Rock Fortaleza tem 14 mil frações à venda), o projeto demanda maior flexibilidade de caixa para seguir com as obras dentro do cronograma, já que as vendas, mais numerosas, demoram mais para serem concluídas.
É exatamente essa pulverização que atrai o investidor profissional que compra as cotas do FIDC, aponta Samuel Sicchierolli, presidente da VCI. "É muito mais difícil 25 pessoas donas de um mesmo apartamento ficarem inadimplentes ao mesmo tempo do que apenas uma". Em caso de desistência do negócio, o contrato é distratado, assim como em um imóvel tradicional, e a cota é revendida no mercado.
A VCI já colocou no mercado as frações do Residence Club at the Hard Rock Hotel Fortaleza, em obras na Praia da Lagoinha (CE), a 1 hora da capital cearense; e do Residence Club at the Hard Rock Hotel Ilha do Sol, no norte do Paraná, a 1 hora de Londrina. Ambos têm previsão de entrega no ano que vem. Ambos os imóveis estão na segunda fase de vendas, que está 70% concluída.
É possível adquirir uma cota, que dá direito ao usufruto de um dos apartamentos dos imóveis durante duas semanas por ano, por R$ 120 mil, valor que pode ser parcelado em até 60 meses. Cada apartamento poderá ter até 25 cotistas. Em todos eles, a incorporadora fica com uma cota.
O usufruto em determinado ano poderá ser transformado em hospedagem em cerca de 4.300 unidades da rede espalhadas por diversos países. Outra forma de investimento é a compra da fração para receber renda, equivalente a 90% do ganho sobre o imóvel, sem usufruto. A diária mínima dos apartamentos é equivalente a 200 dólares.
A incorporadora também confirmou que pretende lançar projetos no formato de multipropriedades em Campos do Jordão (SP). Jericoacoara (CE), Recife (PE), Natal (RN) e Foz do Iguaçu (PR).
Um Hard Rock Hotel em São Paulo também está no radar. No entanto, por questões estratégicas, essa seria a única unidade fora dos modelos de multipropriedade.
Somando os oito investimentos, a VCI alcança R$ 8 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV).
Presente em mais de 70 países, a marca Hard Rock é conhecida por seus restaurantes, hotéis e cassinos, além de atuação na área de entretenimento e linha de gaming digital. Já o negócio da VCI soma mais de 13 mil clientes e ultrapassou a marca de R$ 1,4 bilhão em vendas.