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PPI, possível aperto do BoJ, conversas sobre tarifas nos EUA e petróleo: o que move o mercado

Hoje, o mercado acompanha discursos de dois integrantes do Fed em eventos públicos

Radar: inflação nos EUA é o foco desta semana (Leandro Fonseca/Site Exame)

Radar: inflação nos EUA é o foco desta semana (Leandro Fonseca/Site Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 08h29.

Em meio a alta dos Treasuries, onde o juros de 10 anos renovaram sua máxima na sessão de ontem, a 4,799%, o grande destaque desta terça-feira, 14, é a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês).

O indicador é o primeiro depois dos dados do payroll mostrarem um mercado de trabalho bem mais aquecido do que o esperado. Além disso, o PPI antecede a divulgação de amanhã do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) e, a depender, pode reforçar a expectativa de menos cortes de juros nos Estados Unidos.

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PPI

O destaque do dia é a divulgação, às 10h30 pelo Departamento do Trabalho, do PPI nos Estados Unidos. O indicador antecede a inflação oficial que será divulgada amanhã, com o CPI. Já é praticamente certo que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manterá os juros na próxima reunião.

Entretanto, caso o PPI venha mais forte do que o esperado, o mercado pode adiar a previsão do primeiro corte – previsto agora para julho – ou deixar de imaginar um corte neste ano, nas visões mais agressivas.

A plataforma FedWatch, do CME Group, mostra que 97,3% do mercado apostam que a autoridade monetária irá manter os juros no encontro do dia 29 de janeiro. Na reunião do dia 19 de março, 79,8% apostam que o Fed ainda manterá os juros. Já para a reunião de 7 de maio, 66,6% apostaram nessa tese, enquanto na do dia 18 de junho, 45,9% acreditam que os fed funds irão permanecer igual. Para a reunião do dia 30 de julho, 41,6% (a maioria) apostam que o Fed irá reduzir em 0,25 p.p..

Hoje, dois integrantes do Fed participam de eventos públicos: Jeffrey Schmid (Fed/Kansas City), às 12h, e John Williams (Fed/Nova York), às 17h.

Possível aperto monetário no Japão

Na madrugada desta terça-feira, 14, o vice-presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Ryozo Himino, afirmou que há a possibilidade de elevar as taxas de juros na reunião da próxima semana. Contudo, o dirigente reiterou que a decisão depende de dados da economia e evitou prever o tamanho dessa possibilidade de apertar a política monetária.

Após a fala, os rendimentos dos títulos soberanos do Japão, conhecidos como JGBs, saltaram, renovando seus recordes em mais de uma década. Nas máximas da sessão, o juros de 40 anos avançou a 2,760%, o maior nível desde a sua criação em 2007. Já o de 10 anos avançou a 1,24%, renovando o maior nível desde 2011. O JGB de dois anos subiu a 0,680% – maior nível desde outubro de 2008.

O iene também reagiu e registrou forte valorização contra o dólar, mas cedeu durante a madrugada. Por volta das 6h40 (horário de Brasília), a divisa americana avançava a 158,02 ienes. A Bolsa de Tóquio, por sua vez, fechou em queda de 1,8%.

Petróleo

Após três sessões consecutivas de altas robustas, que elevaram o petróleo WTI ao maior nível desde agosto e o Brent acima de US$ 80, a commodity cede na sessão desta terça-feira, 14. Hoje, investidores monitoram possível acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Tarifas de Trump

Ontem a noite, a Bloomberg publicou uma reportagem revelando que integrantes da equipe econômica de Donald Trump estão discutindo a possibilidade de promover um aumento gradual nas tarifas de importação. A estratégia seria implementar elevações mensais, com reajustes que poderiam variar entre 2% e 5%, de acordo com fontes ouvidas pela agência.

Essa abordagem escalonada teria como objetivo fortalecer a posição dos Estados Unidos em futuras negociações comerciais, ao mesmo tempo em que buscaria evitar uma pressão adicional na inflação. O plano, ainda em discussão, dependeria de medidas autorizadas pelas autoridades executivas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.

Na semana passada, uma matéria publicada pelo Washington Post já havia indicado que as futuras tarifas comerciais poderiam ser mais "seletivas e brandas" do que inicialmente esperado, com foco em setores específicos. Na ocasião, o ex-presidente Donald Trump rapidamente reagiu às especulações, classificando-as como "fake news" em suas redes sociais.

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