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Por que as ações da Netflix subiram após queda de quase 1 milhão de assinantes?

Reação positiva do mercado ocorre em meio ao pior trimestre da empresa em número de clientes

Netflix irá oferecer, a partir de 2023, serviços mais baratos financiados via publicidade (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Netflix irá oferecer, a partir de 2023, serviços mais baratos financiados via publicidade (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 20 de julho de 2022 às 07h00.

Última atualização em 20 de julho de 2022 às 18h28.

As ações da Netflix subiram mais de 7% nesta quarta-feira, 20, depois de chegarem a disparar mais de 6% no pré-mercado desta manhã. A valorização ocorreu após a divulgação do balanço do segundo trimestre na noite de ontem, 19. A razão? A companhia perdeu 970 mil assinantes no período, seu pior resultado trimestral da história.

  • Netflix (NFLX): + 7,36%
  • Netflix BDR (NFLX34): + 2,04%

Apesar de negativo, o dado foi suficiente para agradar os investidores. Isso porque a perda de quase 1 milhão de usuários da base ficou abaixo da expectativa de queda de 2 milhões que havia sido antecipada pela própria companhia de streaming.

A surpresa “positiva” deu força para os papéis da Netflix, que foram fortemente penalizados após o balanço do primeiro trimestre. No resultado anterior, a companhia reportou perda de 200 mil assinantes – sua primeira baixa da história – e as ações afundaram 35% no pregão seguinte.

Os papéis já recuaram 42% desde então, abrindo espaço para recuperação. “O mercado já bateu muito na Netflix no trimestre anterior, e agora começa a ouvir a empresa de novo para entender como será o movimento daqui para frente”, afirma Thiago Lobão, CEO da gestora Catarina Capital, focada no mercado de tecnologia.

A Netflix registrou lucro de US$ 1,44 bilhão no segundo trimestre – acima do US$ 1,35 bilhão do mesmo período do ano passado, mas abaixo do US$ 1,59 registrado no primeiro trimestre de 2022. O lucro por ação da companhia de streaming foi de US$ 3,20, acima dos US$ 2,94 por ação esperados pelo mercado. 

Os planos da Netflix para aumentar a receita

Diferente do último trimestre, quando a empresa parecia estar paralisada pela queda de receita, a Netflix agora forneceu uma previsão de como pretende endereçar seu maior desafio: a rentabilização.

A grande novidade é que a Netflix irá oferecer, a partir de 2023, serviços mais baratos financiados via publicidade, complementando os planos existentes que permanecem sem anúncios.

“Daqui para frente, vamos nos concentrar em monetizar melhor a plataforma por meio da otimização contínua de nossas estruturas de preços e níveis, bem como a adição de uma nova camada suportada por anúncios de preço mais baixo”, informou a companhia, em relatório.

Grande parte do entusiasmo do mercado vem da Microsoft, que é parceira da  na solução de venda de anúncios em escala. Lobão aponta que o destaque dado à gigante de tecnologia cria expectativas no mercado de uma possível combinação de negócios.

“Entre pares como Amazon, Apple e Meta, a Microsoft é a única que não tem uma solução de conteúdo bem direcionada. O anúncio intensifica o burburinho de uma possível aquisição da Netflix pela Microsoft – que é improvável mas começa a ser especulada pelo mercado’, destaca.

Outra mudança que a empresa pretende implementar é o chamado “compartilhamento pago”, que quer acabar com a prática de diversas pessoas utilizarem a mesma senha para acessar o serviço. Os primeiros testes neste sentido serão lançados na América Latina, cobrando mais pelo compartilhamento de senhas entre pessoas que não moram na mesma casa. 

Para o terceiro trimestre de 2022, a companhia projeta conquistar 1 milhão de novos assinantes.

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