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Por que a Cosan tem combustível para mais 30% na bolsa

HSBC acredita que a empresa será reclassificada com o tempo, conforme a proposta de valor de todas as suas plataformas seja mais bem entendida pelo mercado


	Raízen: HSBC sugere preço de 56 reais para ação da Cosan
 (Ricardo Teles/Divulgação)

Raízen: HSBC sugere preço de 56 reais para ação da Cosan (Ricardo Teles/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 15h57.

São Paulo - O aumento de preço da gasolina é inevitável, na visão do HSBC. E esse é um dos fatores que pode beneficiar a Cosan (CSAN3), na visão do banco. O HSBC vê um retorno potencial de 28,6% com a ação e elevou seu preço alvo para o papel, de 55 reais para 56 reais. Hoje, o valor da ação é de 44,03 reais.

O HSBC chegou a este valor de 56 reais por ação pela soma dos diferentes segmentos da empresa (sendo o maior valor o de combustíveis, seguido por energia) descontada a limitação da integração e sinergias (desconto de conglomerado).

O relatório destaca que decisões recentes converteram com êxito a companhia de uma empresa de açúcar/etanol em um conglomerado de setores diversificados. “Em nossa opinião, a Cosan será reclassificada substancialmente com o tempo, conforme a proposta de valor de todas as suas várias plataformas seja mais bem entendida pelo mercado”, afirma o relatório.

“A Cosan merece múltiplos a prêmio, a nosso ver, considerando sua administração robusta e a sólida combinação de crescimento com relativa estabilidade de fluxos de caixa”, afirma o HSBC em relatório elaborado por Alexandre Falcão, Ravi Jain e Gustavo Gregori.

Combustíveis

O HSBC está otimista quanto ao desempenho e às perspectivas de crescimento da área de combustíveis. Além de ver com bons olhos a distribuição, o HSBC considera a Raízen agressiva com relação ao crescimento futuro e acha correta a movimentação da Raízen no sentido de focar no aumento da utilização de capacidade, reduzindo os investimentos em manutenção e eliminando ineficiências, em um cenário relativamente mais fracos dos preços de açúcar e etanol.

“Assim a empresa ficará bem posicionada para tirar proveito quando os fundamentos do setor mostrarem recuperação”, afirma o relatório – e o HSBC acredita que os fundamentos devem se recuperar em breve.

Energia

O HSBC espera que os preços do açúcar permaneçam dentro do intervalo de variação no curto-prazo, por causa de um excedente global pelo quarto ano consecutivo. O preço do etanol deve permanecer limitado pelo preço da gasolina no mercado doméstico, mas, para o HSBC, a alta nos preços da gasolina é inevitável nos próximos 12 ou 18 meses. “O aumento dará impulso à lucratividade do etanol e também aos preços do açúcar, já que um volume maior cana será destinado para a produção de etanol”, afirma.


Comgás

As operações da Comgás têm possibilidade significativa de expansão de sua rede, particularmente nos segmentos residencial e comercial, segundo o HSBC.

O único risco de baixa à história da Comgás pode ser uma revisão desfavorável do WACC regulatório (o índice máximo para retorno regulatório sobre o capital das distribuidoras de energia), atualmente em 9,55%. O banco acredita que o WACC revisado poderá ser de 8-9,5% e que uma revisão para 8,5% é provável nesse momento.

Rumo

A incursão da Cosan em logística, por meio de sua plataforma Rumo e pela possível entrada em operações portuárias, é positiva na opinião do banco. O HSBC acredita que a Cosan será capaz de renegociar as condições de seu acordo com a ALL, mas que o processo de arbitragem pode ser demorado. O banco rebaixou suas estimativas para os próximos dois anos, de forma conservadora, assumindo a inexistência de reembolso da ALL. “Até lá, esperamos uma expansão na rede ferroviária que solucione o conflito e que permita o retorno da lucratividade a níveis normalizados”, afirma o HSBC. 

 

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