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Petróleo Brent toca US$70 com alta na expectativa de demanda após fortes resultados da China

Dados de produção industrial e vendas do varejo surpreendem analistas e indicam aceleração da recuperação econômica do gigante asiático

Depois de um ano difícil em 2020, mercado de petróleo pode voltar a ficar aquecido com retomada da demanda na China (Christian Hartmann/Reuters)

Depois de um ano difícil em 2020, mercado de petróleo pode voltar a ficar aquecido com retomada da demanda na China (Christian Hartmann/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 15 de março de 2021 às 08h40.

(Reuters) - Os preços do petróleo subiam nesta segunda-feira, 15, com o barril do Brent -- referência internacional da commodity -- chegando a tocar 70 dólares. A alta é reflexo de dados da China, que apontam para uma aceleração da recuperação econômica no início de 2021, impulsionando perspectivas de demanda por energia no maior importador global de petróleo.

O petróleo Brent subia 0,26 dólar, ou 0,38%, a 69,48 dólares por barril, às 7h59. Já o petróleo WTI, referência para os Estados Unidos, avançava 0,25 dólar, ou 0,38%, a 65,86 dólares por barril.

Dados mostraram que a produção industrial da China subiu 35,1% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, contra alta de 7,3% vista em dezembro, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas. A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 30,0% na mediana das projeções.

As vendas no varejo subiram 33,8%, também acima da expectativa de aumento de 32% e marcando um salto significativo ante o crescimento de 4,6% em dezembro e contração de 20,5% em janeiro e fevereiro de 2020.

A indústria pesada da China mostrou crescimento robusto, com taxas de expansão de dois dígitos na comparação com os níveis pré-pandemia na produção de cimento, ferro, carvão e alumínio, disse Seng Yick Tee, analista da consultoria chinesa SIA Energy.

"Temos um cenário positivo para as exportações e investimentos na indústria este ano", disse Louis Kuijs, chefe para economia da Ásia na Oxford Economics. "E esperamos que o consumo das família se torne importante motor do crescimento a partir do segundo trimestre conforme a confiança melhora e o pedido do governo de reduzir as viagens seja moderado."

As taxas de crescimento foram "insanas", acrescentou o analista, destacando que a produção e o transporte desses materiais exige energia.

Os preços do petróleo também eram apoiados por notícias de que a Arábia Saudita, principal exportadora, reduziu oferta em abril para ao menos quatro clientes no norte da Ásia em até 15%, embora tenha atendido normalmente a demanda de refinarias da Índia, segundo disseram fontes à Reuters na sexta.

Os cortes ocorrem em meio a restrições na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados incluindo a Rússia, grupo conhecido como Opep+.

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