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Petrobras (PETR4) desaba mais de 6% após Lula nomear senador petista para a presidência

Jean Paul Prates defendeu fundo de estabilização de preços e disse que investirá em energia renovável, mas que foco principal segue com o pré-sal

Bandeira da Petrobras (Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images)

Bandeira da Petrobras (Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 12h04.

Última atualização em 4 de janeiro de 2023 às 09h38.

As ações da Petrobras (PETR4) caíram mais de 6% nesta segunda-feira, 2, com investidores digerindo a nomeação do senador petista Jean Paul Prates para a presidência da estatal. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira, 30, quando a bolsa esteve fechada.

  • Petrobras (PETR3): - 6,67%
  • Petrobras (PETR4): - 6,45%

Apesar da experiência de Prates no setor de petróleo, com mais de 25 anos na área, seus planos para a Petrobras mantém investidores cautelosos neste primeiro pregão de 2023. Entre eles, estão mudanças na política de preços da companhia, atualmente atrelada ao dólar e à cotação internacional do petróleo.

Em entrevista à Radio Senado nesta segunda, Prates classificou um possível aumento do preço do combustível nos próximos meses como "oportunista ou especulativa". Nas últimas três semanas, o petróleo brent acumulou cerca de 12,6% de alta.

Prates ainda afirmou que irá defender a criação de um fundo de estabilização de preços já aprovada pelo Senado. "O fundo faz uma poupança em período de baixa do petróleo no exterior e despeja a reserva em período de alta para reduzir o preço na bomba. Isso é dinheiro do governo, não é da Petrobras", disse.

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O dinheiro do fundo, explicou Prates, será proveniente de dividendos da Petrobras e royalties, que aumentam conforme a petróleo se valoriza no exterior. "Com parte desse dinheiro será feito um aporte, apenas em momentos de crise de abastecimento ou de preços, para reduzir o preço para o cidadão brasileiro."

Prates também falou em intensificar os investimentos em energia renovável, o que, segundo ele, poderá afetar o payout (percentual do lucro distribuido aos acionistas) da companhia.

"Em vez de ficar distribuindo 100% dos dividendos, tem que investir em alguma coisa que tenha futuro de mais de 30 ou 40 anos -- o que não quer dizer falta de prioridade para o pré-sal. Pelo contrário, a prioridade continua sendo a produção de petróleo."

Prates também disse que "eventualmente" pode haver uma análise para o incremento da capacidade de refino da companhia. "Porém, com muita parcimônia e sem ingerência política, apenas tendo em vista os termos técnicos e econômicos."

A escolha por Prates já era esperada por grande parte do mercado, mas investidores seguem cautelosos sobre o futuro da estatal durante do governo Lula. "O ruído na Petrobras tem sido alto desde a eleição e provavelmente levará um tempo para diminuir", avaliaram analistas do BTG Pactual em relatório. 

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