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Petrobras perde uma Via Varejo em valor de mercado em apenas um dia

No pregão que antecedeu o anúncio da troca de comando da estatal, a Petrobras perdeu 28,2 bilhões de reais na bolsa brasileira

Queda nas ações da Petrobras revela o pessimismo dos investidores quanto ao futuro da empresa (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Queda nas ações da Petrobras revela o pessimismo dos investidores quanto ao futuro da empresa (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 20 de fevereiro de 2021 às 07h40.

Antes mesmo de o presidente Jair Bolsonaro anunciar a troca no comando da Petrobras, a empresa amargou uma queda de 8% em suas ações durante o pregão desta sexta-feira, 19. Isso representa uma perda de valor de mercado de 28,2 bilhões de reais -- é mais do que o preço de todas as ações da Via Varejo negociadas na bolsa. A varejista está avaliada em 22,3 bilhões de reais.

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O desempenho dos ADRs (certificados de ações estrangeiras negociados nos EUA) da Petrobras na Bolsa de Nova York depois que a mudança na presidência foi anunciada indica que a sangria pode se aprofundar. Por volta das 20h, os papéis da empresa caíam quase 10% no after market, indicando um pessimismo dos investidores estrangeiros quanto ao futuro da petrolífera.

O anúncio da substituição de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Luna e Silva na presidência da estatal veio no início da noite, quando os mercados já estavam fechados. Espera-se que o efeito para os investidores brasileiros venha na segunda-feira, 22, no próximo pregão na bolsa brasileira.

"Existe o risco de a Petrobras se transformar em um ativo fora do radar dos investidores, por causa da interferência do governo", avalia Bruno Lima, analista-chefe de renda variável da EXAME Invest Pro.

Não seria a primeira vez que isso acontece. Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, a Petrobras revendeu a gasolina e o diesel a valores menores que os praticados no mercado internacional, absorvendo um prejuízo bilionário decorrente dessa diferença.

No início de 2015, no auge da interferência política do governo Dilma, as ações preferenciais da empresa (PETR4) chegaram ao piso na década, cotadas a 4,50 reais -- na sexta-feira, 19, os mesmos papéis valiam 27,33 reais.

O passado recente é um lembrete do estrago potencial causado pela interferência de políticas populistas no comando da Petrobras, afirma Lima, da EXAME Invest Pro.

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