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Petrobras fora do mercado de dívida sinaliza alta dos títulos

Especulações apontam que os títulos da estatal terão um ciclo de alta

A maior produtora de petróleo em profundezas de mais de 300 metros no oceano também pretende captar recursos junto a bancos privados e estatais para financiamentos (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 09h00.

Rio de Janeiro/Nova York - A Petróleo Brasileiro SA está adiando uma volta ao mercado de dívida em dólar mesmo após a captação de US$ 7 bilhões, na semana passada, ter tido demanda de mais de três vezes o valor levantado, o que abre especulações de que os títulos da estatal terão um ciclo de alta.

Os papéis da Petrobras com vencimento em 2017 renderam 256 pontos-base mais do que os títulos do Tesouro americano de vencimento similar. Quando os bônus foram emitidos, em 1 de fevereiro, a taxa era de 290 pontos-base, de acordo com dados da Bloomberg. Os custos de captação para empresas de mercados emergentes com nota de crédito em grau de investimento, como a Petrobras, caíram 16 pontos-base no mesmo período, para 316 pontos-base, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse em 7 de fevereiro que a empresa não pretende fazer captações em dólar até 2013, o que levanta receios de que um excesso de demanda possa derrubar os preços. A empresa está levantando recursos para financiar seu plano de investimentos de US$ 224,7 bilhões até 2015, para dobrar sua atual produção de petróleo e explorar a maior descoberta das Américas em mais de 30 anos.

“A Petrobras é um ótimo exemplo de como se deve informar o mercado. Eles dizem ao mercado o que querem, precificam adequadamente e dizem a ele quando irão voltar”, disse Jeremy Brewin, que ajuda a administrar cerca de US$ 4 bilhões em títulos de países emergentes na Aviva Investors, em Londres. “Sensivelmente, eles mantiveram a captação em apenas US$ $7 bilhões, quando poderiam ter feito mais US$ 1 bilhão ou US$ 2 bilhões.”

Oferta em ienes

Os bônus da estatal com vencimento em 2021 pagam 150 pontos-base a mais do que títulos do governo brasileiro de prazo similar, comparado a uma diferença recorde de 164 em 30 de novembro, em meio a receios de que as vendas de dívida pela empresa criem excesso de oferta de papéis no mercado secundário, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A Petrobras vendeu US$ 2,75 bilhões adicionais dos papéis com prazo de nove anos como parte da oferta do começo do mês. A empresa tem classificação de risco A3 na escala da Moody’s Investors Service, dois níveis acima da nota soberana, e nota BBB nas escalas da Standard & Poor’s e da Fitch Ratings.

A Petrobras pode emitir títulos denominados em reais ou ienes, disse Barbassa. A maior produtora de petróleo em profundezas de mais de 300 metros no oceano também pretende captar recursos junto a bancos privados e estatais para financiar investimentos, disse ele. A empresa levantou US$ 9,6 bilhões nos mercados internacionais de dívida no ano passado, incluindo uma operação denominada em dólares de US$ 6 bilhões.

“Operações grandes uma vez por ano -- é isso o que fizemos e será mantido em 2012 e nos próximos anos”, disse Barbassa em entrevista por telefone da sede da Petrobras. “Nossa política é bem transparente. Nós a anunciamos há alguns anos e temos sido bem consistentes.”


‘Bom desempenho’

A venda de títulos em 1 fevereiro se equiparou à colocação de US$ 7 bilhões da SABMiller Plc no mês passado como a maior venda de bônus corporativos em dólar no mercado este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A demanda total pela emissão superou US$ 25 bilhões, segundo Barbassa.

“Eu espero que os títulos continuem com bom desempenho”, disse Gianna Bern, ex-diretora sênior da Fitch Ratings que hoje preside a consultoria de gestão de risco Brookshire Advisory and Research em Chicago, em entrevista por telefone. “É um bom ambiente para empresas como a Petrobras. Estamos no topo do ciclo de commodities. A demanda que se viu na semana passada ilustra o apetite pela Petrobras como investimento.”

Vinicius Pasquarelli, operador de dívida de mercados emergentes na Tradition Asiel Securities, disse que a disparada na demanda por ativos de maior rendimento pode fazer com que a Petrobras volte ao mercado de bônus em dólar ainda este ano.

‘Voltar’

“A Petrobras pode mudar de ideia, considerando as condições do mercado”, disse Pasquarelli em entrevista por telefone de Nova York. “Se as taxas forem atraentes, eles podem reemitir. Eles podem voltar. Ninguém sabe para onde o mercado vai no futuro, nem eles.”

O OAO Sberbank, maior banco da Rússia, e a Hutchison Whampoa Ltd., do bilionário Li Ka-shing, retornaram ao mercado de dívida em dólar após vendas iniciais no começo do ano.

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Rio de Janeiro/Nova York - A Petróleo Brasileiro SA está adiando uma volta ao mercado de dívida em dólar mesmo após a captação de US$ 7 bilhões, na semana passada, ter tido demanda de mais de três vezes o valor levantado, o que abre especulações de que os títulos da estatal terão um ciclo de alta.

Os papéis da Petrobras com vencimento em 2017 renderam 256 pontos-base mais do que os títulos do Tesouro americano de vencimento similar. Quando os bônus foram emitidos, em 1 de fevereiro, a taxa era de 290 pontos-base, de acordo com dados da Bloomberg. Os custos de captação para empresas de mercados emergentes com nota de crédito em grau de investimento, como a Petrobras, caíram 16 pontos-base no mesmo período, para 316 pontos-base, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse em 7 de fevereiro que a empresa não pretende fazer captações em dólar até 2013, o que levanta receios de que um excesso de demanda possa derrubar os preços. A empresa está levantando recursos para financiar seu plano de investimentos de US$ 224,7 bilhões até 2015, para dobrar sua atual produção de petróleo e explorar a maior descoberta das Américas em mais de 30 anos.

“A Petrobras é um ótimo exemplo de como se deve informar o mercado. Eles dizem ao mercado o que querem, precificam adequadamente e dizem a ele quando irão voltar”, disse Jeremy Brewin, que ajuda a administrar cerca de US$ 4 bilhões em títulos de países emergentes na Aviva Investors, em Londres. “Sensivelmente, eles mantiveram a captação em apenas US$ $7 bilhões, quando poderiam ter feito mais US$ 1 bilhão ou US$ 2 bilhões.”

Oferta em ienes

Os bônus da estatal com vencimento em 2021 pagam 150 pontos-base a mais do que títulos do governo brasileiro de prazo similar, comparado a uma diferença recorde de 164 em 30 de novembro, em meio a receios de que as vendas de dívida pela empresa criem excesso de oferta de papéis no mercado secundário, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A Petrobras vendeu US$ 2,75 bilhões adicionais dos papéis com prazo de nove anos como parte da oferta do começo do mês. A empresa tem classificação de risco A3 na escala da Moody’s Investors Service, dois níveis acima da nota soberana, e nota BBB nas escalas da Standard & Poor’s e da Fitch Ratings.

A Petrobras pode emitir títulos denominados em reais ou ienes, disse Barbassa. A maior produtora de petróleo em profundezas de mais de 300 metros no oceano também pretende captar recursos junto a bancos privados e estatais para financiar investimentos, disse ele. A empresa levantou US$ 9,6 bilhões nos mercados internacionais de dívida no ano passado, incluindo uma operação denominada em dólares de US$ 6 bilhões.

“Operações grandes uma vez por ano -- é isso o que fizemos e será mantido em 2012 e nos próximos anos”, disse Barbassa em entrevista por telefone da sede da Petrobras. “Nossa política é bem transparente. Nós a anunciamos há alguns anos e temos sido bem consistentes.”


‘Bom desempenho’

A venda de títulos em 1 fevereiro se equiparou à colocação de US$ 7 bilhões da SABMiller Plc no mês passado como a maior venda de bônus corporativos em dólar no mercado este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A demanda total pela emissão superou US$ 25 bilhões, segundo Barbassa.

“Eu espero que os títulos continuem com bom desempenho”, disse Gianna Bern, ex-diretora sênior da Fitch Ratings que hoje preside a consultoria de gestão de risco Brookshire Advisory and Research em Chicago, em entrevista por telefone. “É um bom ambiente para empresas como a Petrobras. Estamos no topo do ciclo de commodities. A demanda que se viu na semana passada ilustra o apetite pela Petrobras como investimento.”

Vinicius Pasquarelli, operador de dívida de mercados emergentes na Tradition Asiel Securities, disse que a disparada na demanda por ativos de maior rendimento pode fazer com que a Petrobras volte ao mercado de bônus em dólar ainda este ano.

‘Voltar’

“A Petrobras pode mudar de ideia, considerando as condições do mercado”, disse Pasquarelli em entrevista por telefone de Nova York. “Se as taxas forem atraentes, eles podem reemitir. Eles podem voltar. Ninguém sabe para onde o mercado vai no futuro, nem eles.”

O OAO Sberbank, maior banco da Rússia, e a Hutchison Whampoa Ltd., do bilionário Li Ka-shing, retornaram ao mercado de dívida em dólar após vendas iniciais no começo do ano.

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